Capítulo 18

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Giovanni levantou-se e andou por sua sala.

Ele havia desistido de se casar com Gabriela. Na verdade, a moça o fez desistir. Ele não era homem de se rastejar por uma mulher. Não seria agora que faria isso. No entanto, as duas mulheres que escolheu para ter um relacionamento não tinham dado certo. Luiza era uma piranha interesseira, e Melissa uma desalmada que só sabia criticar seu pequeno tesoro.

O italiano esmurrou sua mesa, e gritou.

- Ângelo!

A porta foi aberta em um impulso.

- Sim, senhor Bennedetti, qual o problema?

- Entre, cazzo! Sente-se.

O homem fez o que ele mandou, e o olhou curioso.

- Aquelas duas mulheres não deram certo, precisamos arrumar outras...

O segurança coçou sua careca. Até onde lembrava sua função não era de casamenteiro.

- Já pensou em se inscrever nestes sites de relacionamentos, senhor? Os rapazes dizem que chovem mulheres... - riu animado, mas desanimou ao ver a carranca de seu chefe.

- Não fale besteiras, Ângelo! - bufou. - E eu lá sou homem de procurar por mulheres em sites?

- Foi um palpite senhor - disse envergonhado. - Poderia fazer uma lista de suas ex-namoradas, o que acha? - sorriu. - Faço uma varredura na vida delas, se estiverem limpas, o senhor convida para sair.

Giovanni coçou sua barba.

- Já estão velhas, possivelmente casadas e com filhos... - esfregou os cabelos.

- A Srta. Gabriela não aceitou casar-se com o senhor? - indagou cuidadoso, o chefe andava de péssimo humor ultimamente, e o segurança tinha a impressão que era tudo culpa da ruivinha.

- Não, talvez não me ache bom o bastante - rosnou - ou esteja esperando o padre desistir da batina para casar-se com ela.

- Eliminamos o padre chefe, está resolvido - retrucou confiante.

- Não, não quero que seja desse jeito. É como se assumisse que estou sendo a segunda opção. Não sou a segunda opção de ninguém, Ângelo. Já me chega ter sido chifrudo da puttana (puta)de minha mulher.

- Está certo senhor... - concordou embaraçado.

- Pode ir. Vou pensar melhor sobre o negócio dos sites...

Ângelo levantou-se e seguiu até a porta, cobriu os lábios e riu.

Júlia Macedo era uma das jovens executivas que trabalhavam para Bennedetti. O italiano gostava de contratar mulheres, elas eram mais confiáveis do que os homens. No entanto, elas tinham um problema. Elas se apaixonaram pelo chefe com muita facilidade.

A linda moça sorriu ao vê-lo entrar na sala.

- Oi Júlia, quanto tempo não a vejo.

- Continuo no departamento de exportação Sr. Bennedetti.

- Ando muito ocupado ultimamente... - sentou-se, e pegou os relatórios que ela trouxe.

- Sinto muito pela morte de dona Patrícia...

- Foi uma tragédia... mas, a vida continua... desejo me casar de novo, formar uma nova família. Minha filha precisa de uma mãe.

- Ela tem quantos anos? - indagou visivelmente interessada.

- Cinco - folheou o relatório com cuidado.

- Deve estar linda... lembro da última vez que a vi numa festa da empresa. Ainda era bem pequena.

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- Sim, ela está linda... - sorriu pela primeira vez no dia. Madeleine tinha esse poder sobre ele, de fazê-lo esquecer dos problemas.

- Adoro crianças...

Giovanni levantou os olhos e a olhou sobre seus cílios.

- Desejo ter muitas quando me casar... - a moça continuou confiante. - Mas, preciso primeiramente arrumar um marido...

Um alerta acendeu na mente de Giovanni. Ele levantou a cabeça, relaxou em sua cadeira e prestou um pouco mais a atenção na jovem. Ela devia ser um pouco mais velha do que Gabriela. Tinha um sorriso bonito, cabelos sedosos... O corpo precisava checar com mais cuidado.

Talvez ela servisse...

- Não tem um relacionamento sério, Júlia?

Ela sorriu sedutora.

- Não Sr. Bennedetti, estou disponível.

- Quer jantar hoje à noite? - indagou sem rodeios.

- Seria um prazer...

- Envie seu endereço para Otávio. Passarei em sua casa, depois das 21h.

A moça suspirou.

- Pode ir, preciso analisar esses relatórios com mais atenção. Qualquer dúvida, eu te chamo.

Ela levantou-se.

- Sim, estarei a sua disposição - Virou-se vagarosamente e seguiu rebolando até a porta.

Giovanni segurou seu queixo e analisou-a. Talvez fosse um pouco magra demais para seu gosto. Não tinha quadris, muito menos bunda. Mas, ela era bonita e atraente. Parecia meiga... e disse que gostava de crianças...

Pegou o telefone e ligou para o seu segurança.

- Ângelo, faça um relatório sobre nossa funcionária Júlia Macedo. Quero saber tudo sobre ela.

- Pois não, senhor!

Ele desligou.

O italiano abriu a porta de sua mansão e viu sua filha brincando com uma boneca, no living.

- Buonanotte piccola mia(boa noite minha pequena)! - pegou-a no colo e sorriu.

- Buonanotte pappa!

- Onde está... sua professora? - perguntou constrangido. Afinal, por que tinha a mania de sempre perguntar da maledetta(maldita) da professora?

- Ela disse que iria tomar banho e já voltava, mas ela está demorando muito pappa. - Virou seu pescoço de lado. - Será que a tia Gabi está bem?

Giovanni franziu seu cenho.

- Por que ela não estaria bem, bambola? - colocou-a no chão, preocupado.

- Ela não estava bem hoje. Acho que a tia Gabi tá dodói, pappa!

- Eu vou lá ver... - disse apressado. - Não se preocupe, vá brincar.

Ele subiu os degraus de dois em dois. Chegou à frente do quarto da moça e bateu duas vezes.

Ela não respondeu.

Giovanni resolveu chamá-la.

- Gabriela! - bateu na porta. - Ei, Gabriela! - Aumentou o tom de voz.

Nada.

Preocupado, ele virou a maçaneta, e abriu a porta. De longe, ele pode ouvir o barulho de água caindo do chuveiro.

- Gabriela! - chamou-a novamente, e se aproximou da porta do banheiro.

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