𝗛𝗜𝗠 𝗔𝗡𝗗 𝗜 | Fezco.

𝗶. new city.

ALISA

Era início de uma quarta-feira e nós terminávamos de por algumas caixas no carro, estávamos indo embora e de vez. Ainda era difícil me despedir da casa aonde eu morei desde que nasci, talvez esteja sendo difícil porque estou sentindo que estou me despedindo do meu pai.

Normalmente eu estaria muito animada por estar viajando, mas nas circunstâncias, não sinto nada.

Estava me aproximando do carro mas Peter correu na minha frente e se enfiou no banco de passageiro. Eu não fiz nem disse nada apenas me sentei no banco atrás dele.

O garoto e nossa mãe me olharam com as sobrancelhas arqueadas.

─── Porque não 'tá brigando comigo por ter vindo na frente? ─── Peter perguntou e saiu do carro, ele abriu minha porta e me puxou pra fora. ─── Vai senta na frente, mas só dessa vez! ─── Ele disse me apontando o dedo, eu só me sentei na frente mas continuei quieta.

Eu estava realmente magoada, algo em mim mudou completamente. E eu odiava isso.

[...]

A cidade era um ovo de tão pequena, o maior shopping era do tamanho de uma das minhas casas. Mas, pelo menos, ninguém aqui sabia quem éramos. Tirando a família Jacob.

Iríamos morar em uma casa relativamente grande, mas ainda sim menor que a antiga. Ela tinha quatro andares, alguns quartos a mais e um quintal gigante, com uma piscina tão grande quanto. Já estava devidamente mobiliada.

─── Onde vai ser meu quarto? ─── Abri a boca pela primeira vez, minha mãe me olhou com um sorriso mínimo antes de responder.

─── Você pode escolher, são quatro quartos no segundo andar e cinco no último. Ah e no primeiro andar fica a sala e a cozinha, e uma sala de música ou pode ser seu novo escritório, lembra como amava escrever? ─── Minha mãe começou a falar e falar enquanto andávamos pela casa.

─── O quarto maior é meu! ─── Peter então passou a minha frente igual a uma criança.

Ugh, preciso ficar chapada.

Andei pelos corredores tentando me acostumar com a minha nova casa. Entrei em um dos quartos do último andar, tinha uma sacada enorme e o quarto era um pouco maior que o meu antigo.

As cores do quarto eram neutras, apenas branco e cinza, gostei do jeito que estava mobiliado então decidi só me jogar na cama. Olhei pro teto e tentei acalmar meus pensamentos por pelo menos um minuto mas falhei miseravelmente.

Levantei rápido e desci as escadas mais rápido ainda.

─── Mãe, tem algum carro na garagem? ─── Pedi pra mulher que estava no telefone, ela apenas levantou o dedão como um sinal de sim.

Entrei pela porta de dentro da casa aonde dava a garagem, tinham 6 carros lá, não entendo o porque tanto mas isso não é da minha conta.

Peguei o mesmo carro que meu pai usava antes, ele amava esse carro, Impala 1967, meu pai era louco por esse carro e ele me presenteou com ele pelo meu aniversário de 17.

Sai da garagem e andava sem rumo, não conhecia nada na cidade mas precisava achar alguém que vendia maconha, e rápido.

O carro deu indícios que estava falhando no meio do caminho, tive que parar em um acostamento e percebi que a gasolina estava zerada. Bufei irritada por não ter percebido antes.

Vi uma conveniência um pouco mais à frente e tranquei o carro torcendo pra que ninguém o roubasse. Fui até essa conveniência o mais rápido que consegui mas quando cheguei lá só tinha uma criança um pouco assustadora no caixa.

─── Ah, tem algum adulto aqui pra me ajudar? Preciso de gasolina. ─── Falei com a criança que quando levantou seu olhar pra mim pude ver que tinha uma tatuagem em seu rosto, me segurei pra não parecer surpresa.

─── 15 dólares. ─── Ele falou e então levantou e colocou um galão de gasolina encima do balcão. Eu tirei 100 do bolso e pedi internamente que ele não me odiasse por pagar com nota alta. Ele abriu o caixa e quando olhei um pouco pra baixo pude ver que ele estava bolando um antes de eu entrar.

─── Você vende...? ─── Pedi e apontei pro beck e ele me olhou com a sobrancelha arqueada. Ele não precisou responder pra eu saber que sim. Ele ia me devolver o troco mas eu entreguei pra ele de volta. ─── Me da o que você tem. ─── Apontei pro beck de novo e ele guardou o dinheiro antes de sair de trás do balcão, ele entrou dentro de uma porta que até agora eu achava que era de um freezer ou sei lá, lugar esperto pra esconder seu "trabalho secreto".

Ele voltou com um saco cheio, não pude deixar de sorrir antes de por dentro da bolsa.

─── Volte sempre.

━━━━━━━ NOTES 🥂

➤ primeiro capítulo e eu to tão animada pra isso!!! espero que não odeiem a Alisa no começo por estar tão neutra em relação aos sentimentos, tentem entender o lado dela pfv.