10. Bolinho de Baunilha
— E aí? Scorpius pediu para você pegar comida para ele?
Os dois andavam cautelosamente pelo castelo em direção a cozinha. Albus hesitou em responder.
— Sim.
— E você faz tudo o que ele manda? — Scar riu.Albus ironicamente concordou com a cabeça.
— Tudo pela madame loirinha. — ele respondeu sorrindo. — Estou ansioso para amanhã. — Potter mudou de assunto.
Ah sim, o dia de Hogsmeade.
— Eu também. Você acha que todo mundo vai?
— Até aonde eu saiba você tinha sido a única com a proeza de não conseguir a assinatura dos pais. — ele a encarou com o canto do olho.
— É, eu sou especial. — Scarlett sorriu de lado.
Os dois estavam já no corredor da cozinha quando outros passos foram escutados.
— Para. — Scar colocou a mão na frente de Albus, o obrigando a parar de andar.
— Foram passos? — o garoto perguntou em um sussurro.
— Por Merlin, acho que sim.
E os dois ficaram por dez segundos calados e completamente imóveis.
— Eu acho que eu tive uma ideia ruim.
— Fala.
— Quando eu contar três a gente corre e entra naquele armário, ok?
Albus nem hesitou.
— Tá bom.
— Um. Dois. — Scarlett inspirou. — Três.
Os dois saíram correndo disparados e Scarlett tropeçou em seu sapato, caindo no chão.
Albus não conseguiu segurar o ímpeto de rir enquanto estendia sua mão para ajudar a amiga.
— Tá achando muito engraçado né otário. — ela sussurrou enquanto levantava.
Os dois finalmente conseguiram entrar no armário. Era espaçoso o suficiente para caber dois estudantes altos sem ficar extremamente desconfortável.
— Às vezes eu me pergunto se os nossos neurônios funcionam. — Albus comenta.
— Eu acho que não, é por isso que nunca nos deixam sozinhos.
Scarlett deslizou na parede do armário e se sentou no chão.
— Será que pombos sentem emoções?
— É algo que eu nunca pensei sobre.
— As coisas mais importantes nós não aprendemos na escola. — Albus disse. — Esqueci de perguntar como foi o encontro com o Theo. E ai?
— Não foi um encontro, cara.
Scarlett apoiou a cabeça na porta para escutar os passos.
— Se pegarem a gente aqui vamos estar muito ferradas. — disse uma voz abafada do lado de fora.
Scarlett franziu o cenho.
— Queria saber os atalhos e as passagens. Eu tenho certeza que a Scarlett da Sonserina sabe tudo isso. — outra voz respondeu.
— É a quarta vez no dia que você fala dessa garota.
Scarlett talvez devesse ficar contente com o elogio espontâneo mas o comentário saiu mais como uma reclamação do que qualquer outra coisa.
Aquelas vozes eram muito familiares...
Albus a encarou no escuro.
— Reputação incrível. — ele riu.
— Olha quem fala. — ela mostrou língua.
Albus respondeu com outra careta.
— Você escutou alguma coisa? — uma voz perguntou.
Albus e Scarlett gelaram.
— Estou ficando maluca, vamos andar mais rápido.
Os dois ficaram em silêncio e acompanharam os passos ficarem longe mais longe, até sumirem de vez.
Então Scar abriu a porta do armário e saltou para fora.
— Há. Você acabou de sair do armário. — o garoto riu.
— O fato de que eu saí do armário e você ainda está dentro é pior para você do que pra mim.
Albus a encarou com os olhos semicerrados e pareceu hesitante antes de sair. Da mesma forma, pulou para fora.
— Há. Você saiu do armário! — Foi a vez de Scarlett o zoar.
— Muito engraçada.
E os dois seguiram o caminho.
Pararam na frente de um quadro de frutas e Scarlett fez cócegas em uma pêra. Lentamente, ela se transformou em uma maçaneta verde que a mesma abriu com facilidade.
O cheiro de comida logo invadiu o ambiente. Observou pratos flutuantes que se enxugavam sozinhos.
Scarlett se apoiou no batente da porta enquanto Albus entrou na cozinha, indo falar com os elfos.
Parecia que aquele garoto tinha um dom inexplicável para conversar e fazer amigos.
— Holly, você estava sumida nos últimos dias, nem vi você! — Albus cumprimentou a elfa.
E eles conversaram por quase cinco minutos e logo depois Albus saiu da cozinha com um bolo de baunilha. Parecia um donut enorme.
— Você tem talento para essas coisas. — Scar comentou estendendo a mão para pegar um pedaço do bolo.
Albus deu um tapinha na mão dela.
— É para a loira. — repreendeu.
Scarlett revirou os olhos.
— Vem, eu tenho um atalho. — a garota seguiu reto no corredor e parou na frente de uma estátua com armadura.
— Fica atrás de mim. — Scar ordenou e o Potter obedeceu.
A sonserina apertou a mão da estátua, que se moveu de uma forma estranha e logo depois foi engolida no chão, deixando um buraco.
Albus arregalou os olhos e fez careta.
— Que diabos é isso, Scar?
O chão abriu mais pouco e os dois conseguiram avistar uma escadaria estreita.
Scarlett sacou sua varinha.
— Lumos. — e a ponta de sua varinha acendeu uma luz. — Me segue.
A garota entrou na abertura do chão e desceu alguns degraus o suficiente para deixar espaço para Albus ir junto.
O garoto olhou para os lados e desceu também.
Assim que entrou, o chão encima dos dois fechou e o local era apenas iluminado pela varinha de Scar.
— Dá direto nas masmorras, sabia?
— Então todo esse tempo você sabia de uma passagem e do mesmo jeito você deixou a gente correr risco de detenção? — Albus torceu o nariz. — Achei que nós fôssemos amigos, Scar.
— Deixa de ser dramático, Albus. Eu só sei como entrar aqui por cima. Ainda não descobri como acessar essas escadas lá por baixo.
— Saquei.
E os dois desceram os degraus. Queriam ser mais rápidos porém o medo de cair em uma escadaria escura e secreta os impedia.
Pareciam já ter decido quatro lances de escada quando uma grande parede se pedras se meteu no caminho.
— Você nos trouxe para um beco sem fim?
— Sinceramente, cara. Suas expectativas em mim hoje estão péssimas, eu até me sinto meio ofendida.
Scarlett deu batidinhas de leve em cinco pedras com a varinha e então atravessou.
Ela atravessou a parede.
Albus ficou parado segurando o bolo, no escuro, sem saber muito o que fazer.
— Atravessa a parede, bobão. — ele escutou a voz da amiga no outro lado.
Se sentiu na plataforma três quartos quando seu pé atravessou a pedra.
Quando notou, já estava no corredor da comunal sonserina e tinha acabado de sair de um quadro de paisagem marítima.
Scarlett colocou sua mão no quadro mas ela não a atravessou.
— Viu? Até agora só sei como entrar por lá, não por aqui.
Então os dois seguiram para seu salão.
Por sorte, Drew, o monitor, estava muito ocupado ajudando alunos primeiristas com seu dever de casa para perceber Albus e Scarlett chegando tarde da noite na comunal.
Eles fecharam a porta e Scarlett juntou seus livros que estavam no mesmo lugar que tinha os deixado mais cedo.
Foi bem fácil de encontrar seus amigos.
Tommy, Stan, Scorpius e Marge estavam do lado da lareira jogando Gringoly.
— Isso é basicamente Monopoly bruxo. — comentou uma aluna do primeiro ano.
— É. — Marge respondeu, sem tirar os olhos do tabuleiro.
— Estou pobre! — comentou Scorpius.
Albus chegou perto e se sentou do lado de Malfoy.
— Você sumiu, Potter. Isso é bolo de baunilha? — o loiro indagou.
Scarlett franziu o cenho, um pouco confusa, enquanto se sentava do lado de Marge e Stan.
— Olha quem resolveu aparecer! Quer comentar algo sobre o encontro de hoje, Mary Scarlett? — Stan a provocou.
— Eu literalmente vou te dar um soco.
— Come. — Albus entregou o bolo para Scorpius. — Você estava morrendo de fome.
O queixo de Scarlett caiu quando ela percebeu o acontecimento.
Scorpius não tinha pedido para Albus ir pegar comida.
Ele escolheu ir sozinho. Porque viu que Scorpius estava com fome.
E por algum motivo, escolheu mentir para Scarlett.
Ele estava com vergonha? O que estava tentando esconder?
Um sorriso sorrateiro surgiu nos lábios de Scar.
— Talvez isso vá ser mais fácil do que eu imaginei. — a garota comentou baixinho.
notas da autora
meu deus, duda! dois capítulos no mesmo dia?
sim. dois capítulos no mesmo dia
poupem os elogios, sei que sou o flash
eu também já escrevi metade do capítulo onze então ele provavelmente sai amanhã, junto com um extra dos personagens
eu tô muito curiosa pra saber qual a dinâmica de amizade favorita de vcs pfv me contem,,
enfim é isso boa noite até amanhã <3