‡ Go ahead, and cry little boy ‡

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Nota da autora: Como prometido, cá estamos para o penúltimo capítulo. E como eu não queria que ninguém morresse de ansiedade ou me fizesse pagar terapia (tenho dinheiro nem para a minha), adiantei o desta semana.
Lembrando que a intenção da fic é ser curta mesmo (9/10), por isso tudo aconteceu aparentemente "rápido". Há muitas cenas, tanto de Kevin e Axl quanto de outros personagens, mas resolvi deixar isso para quando lançar o livro formalmente na Amazon! Isso mesmo, meu maior objetivo é publicar Criminal como um livro e prometo que será baratinho e acessível!
Eu não estou conseguindo responder todos vocês, porque no meu aplicativo do celular não aparece todos os comentários e tenho que ir no navegador, clicar em parágrafo por parágrafo para encontrá-los. Então se deixei de responder algum de vocês, é por isso e peço desculpas!!
Então é isso, amo todxs que comentam e me apoiam. Vocês são maravilhosxs.
Leiam com calma e não me xinguem, estou mandando amor e brilinhos ✨

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"No inferno os lugares mais quentes são reservado àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise."
Dante Alighieri

Eu nunca corri tanto na minha vida

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Eu nunca corri tanto na minha vida.

Os participantes da festa entraram em meu caminho, festejando e pouco se importando com suas vidas naquela noite. Empurrei todos, sem me dar o trabalho de pedir licença ou desculpas. Eu não tinha tempo a perder.

No segundo andar, parei diante a porta de carvalho, envernizada pelos anos de uso. Grudei meus ouvidos na madeira, e nenhum ruído fora emitido dentro do cômodo.

- Axl? - berrei exasperado. A porta do escritório estava trancada e comecei a socá-la. - Axl, está aí?

Um dos Touros deixava seu quarto e parou no corredor para me encarar com curiosidade. Sua pele escura, reluzia com as lâmpadas do corredor. E as iris negras, pairaram sobre as minhas.

- Axl disse que não quer ser incomodado. - me alertou como se eu estivesse cometendo um crime.

O encarei furioso, só para constatar um cilindro de extintor de incêndio na parede atrás dele. Passei por ele, para pegar o objeto e o garoto tentou me impedir.

- Qual seu problema porra? - gritou puxando o cilindro para si.

- Os Romenos estão nos atacando! Se não for ajudar, não se intrometa. - minha resposta o fez travar no lugar.

Com o extintor em mãos, o choquei contra a madeira diversas vezes até conseguir abrir um buraco próximo a maçaneta. Enfiei minha mão dentro dele e girei a chave na porta, empurrando-a simultaneamente.

Axl estava no centro do escritório, com um corpo esguio e pálido abaixo dele. A caveira em suas costas sangrava com alguns arranhões, e os botões de sua calça abertos, revelando o cós da cueca. Algumas gotas de suor escaparam do emaranhado de seus fios.

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Meu coração errou as batidas por alguns segundos, notando que ele inseria uma faca no abdômen do garoto deitado sob o tapete persa. O líquido vermelho escorria por sua derme, manchando as mãos e os jeans claros de Axl.

- Não se pode confiar em quem não sabe chupar seu pau. - murmurou o loiro irritado, erguendo-se e caminhando para a escrivaninha. Ele procurou algo nas gavetas e quando encontrou, ergueu seu revólver na direção do asiático no chão.

- Puta merda. - murmurou o Touro que me seguia desde o corredor.

- Quem te mandou? - questionou Axl, se aproximando do garoto de forma autoritária e chutando suas pernas.

Ele gunhiu, fazendo força para conseguir respirar.

- Ninguém... - sibilou com sangue emergindo de sua garganta. Eu fiquei horrorizado com seus olhos puxados se colando sobre mim. - Ninguém...

- Foi os Romenos. - o Touro respondeu Axl no lugar do outro, que já estava com a vida se esvaindo de seu corpo.

- O que disse? - o loiro franziu o cenho e nos encarou de cima a baixo. - Por que invadiram o escritório? Eu disse que não queria ser interrompido.

- Eu te ouvi gritar. - cuspi rapidamente para não notar a mentira.

- Você disse que os Romenos o estavam atacando! - o Touro me entregou de bandeja.

- É, eu imaginei que eles estavam atacando porque Axl estava gritando! - me justifiquei.

- Acham que eu não daria conta de um desgraçado como este? - apontou com a ponta do revólver para o gangster esguio que o fitava com as íris trêmulas. Então puxou o gatilho, sem pensar duas vezes. A bala atravessou a testa do garoto, saindo atrás de sua cabeça com um rastro de sangue e cérebro.

Abaixei o rosto, e cerrei os olhos para tentar esquecer aquela cena horrorosa.

- Luke, vai chamar Carter e não abra a boca sobre isto, a mais ninguém. - Axl ordenou para aquele atrás de mim.

Luke deixou o cômodo, fechando a porta em seguida.

- Eu não gritei em nenhum momento Kevin. - sibilou Slater se movendo para a escrivaninha e sentando na cadeira estofada. O índigo de seus olhos correu por meu corpo, num silêncio ensurdecedor. O sangue em seu abdômen, escondia algumas tatuagens. - É melhor me dizer a verdade, se não será o próximo com uma bala na cabeça.

- Eu... Eu fiquei com ciúmes, achando que estava ficando com alguém. - menti descaradamente sem desviar meu globo do seu.

Um sorriso perverso brotou em seus lábios levemente cortados. Todo seu rosto adornava hematomas, e deduzi que a briga com o asiático fora difícil. Um corte raso em sua bochecha esquerda, brilhava com coágulos frescos.

- Venha aqui. - mandou apontando com a ponta do revólver para seus pés.

O obedeci, sem condições de prever suas atitudes desenfreadas. Ajoelhei-me e o encarei, evitando demonstrar o pânico instalado em minhas veias. Se ele desconfiasse de mim, eu morreria.

- E o que você faria, se entrasse aqui e meu pau estivesse dentro daquele cara? - a pergunta me atingiu de diversas formas. Imaginar Axl com outro, me incomodava intensamente. Mas eu não tinha o direito de exigir fidelidade. Logo na primeira vez que ele me ignorou, eu corri para os braços de Carter.

- Eu o atingiria com o extintor e o mataria. - mantive o mesmo tom de voz dele, forçando uma expressão apática e séria. - Se eu sou seu, por que precisaria de outro? - me negava a olhar para o corpo abatido.

Mais um sorriso carregado de malícia, com a ponta da língua deslizando por seus lábios. Eu disse exatamente o que ele queria ouvir.

Ele me analisou, e com a arma nas mãos, a aproximou de mim, deslizando o cano frio sobre meus poros. Afastou levemente o cetim do roupão, e franziu o cenho, percorrendo cada centímetro de minha pele com um olhar ávido.

CRIMINALWhere stories live. Discover now