6 de julho de 2016.

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Trilha sonora: Welcome to New York - Taylor Swift.

Spotify: https://open.spotify.com/track/10nqz67NQWWa7XPq7ycihi?si=DytGWKWBSOWj-0CAzm6ghQ&utm_source=copy-link

Deezer: https://deezer.page.link/qiiCLZE4U3o549bG

YouTube: https://youtu.be/RfjPHmgBPF0

Versão acústica com legenda: https://youtu.be/Hj37UZ-5JFM

Amazon Music:
https://music.amazon.com.br/albums/B073JYYKFP?trackAsin=B073R1YH39&ref=dm_sh_CAwbc9tozAn8k0zK4WGRUjWqP

         ——————«(๑♡๑)»——————

Não sou humanamente consciente do meu nascimento, mas sei que nasci, e minha existência é essa prova. Nasci de uma boa mãe, sem um pai presente.

Minha mãe sempre parecia ter seus olhos brilhando ao falar de mim. Durante muito tempo quis enxergar minha existência da mesma forma bondosa que os olhos de minha mãe viam.

Menos o dia que fui embora de sua casa. Naquele dia, seu olhar nublou e fatalmente me senti morrendo. Ignoro as lembranças de minha mãe decepcionada com o que estava vivendo, do que escolhi para meu futuro.

Acho que nunca contarei a verdade, e de como abandonar um sonho foi difícil. Mas eu sempre largaria tudo por Noh Eul.

O amor me fez sentir frágil, mas ser sozinho é solitário. Mas esse é o preço que pago pelo meu nascimento.

Rejeitado por um pai, que nem ao menos sabe da minha existência. Rejeitado por uma mãe, que hoje nem ao menos atende meus telefonemas. E rejeitado por Noh Eul.

Ou talvez não.

Talvez ela não tivesse me rejeitado, mas já não me importa. Não suportaria ver em seus olhos a decepção.

Nunca fomos relativamente amáveis um com o outro, mas isso não me impediu de a ver de verdade. Ela foi a minha motivação para seguir o sonho que foi projetado pela minha mãe. Um promotor de justiça famoso o suficiente para ela se orgulhar e mostrar ao meu pai, como seu troféu pessoal, pela sua conquista de ter sido uma mãe solteira. Mas esse não era eu, era uma projeção errônea do que eu deveria ser.

Mas Noh Eul estava certa quando me disse que gostaria que eu nunca fosse um promotor. A justiça precisava de pessoas boas e honestas, e aos olhos dela, eu não me encaixava.

E ela sempre teve razão.

Mas o esforço que tive foi completamente real. Meu real objetivo não era ser um troféu, e sim ser a pessoa que ela se orgulhasse.

Um ano se passou, depois de seu pai ser atropelado e a justiça lhes ser negada. Nem ao menos puderam o enterrar sem enfrentar os agiotas no enterro. E o culpado é meu verdadeiro pai. Talvez a falta de honestidade esteja no sangue.

A reencontrar e ver seu coração quebrado por uma vida maldita correndo atrás de dinheiro para a sobrevivência. Correndo atrás de uma vida digna para seu irmão.

E quando tive oportunidade, fui eu que lhe neguei a justiça.

Omiti provas que acarretaram em seu atropelamento. E te ver deitada em uma cama sem a certeza que ouviria sua voz novamente me fez enxergar o tipo de ser humano que você via. Um monstro sem escrúpulos.

Se um dia eu conseguir verbalizar, diria que o momento que mais me apavorou na vida, foi te ver inconsciente com a vida por um fio.

Naquele chão de hospital fiz uma promessa. A mais real de toda minha vida:

"Se Noh Eul sobreviver, eu abandono toda a felicidade que possa existir para mim."

E quando acordou, eu tinha decretado meu destino. A infelicidade me esperava.

Um ator famoso, com tanto dinheiro quanto eu conseguisse imaginar. Renegado pelos pais, sem amor e solitário.

E minha vida tem prazo de validade.

Quando te revi, tinha seis meses para viver. E você queria tudo de mim, queria aquele documentário para sua carreira, queria bater com uma cadeira na minha cabeça, e o mais importante, você me queria.

Acho que nunca serei merecedor de seu amor. De uma vida com felicidade. Mas durante aquele dia que estávamos perdidos na neve, eu planejei uma casa em uma pequena ilha, o suficiente para nós dois, e para o resto (o ínfimo tempo) de minha vida.

Mas a vida me cobrou cada momento de felicidade que eu poderia ter. E com razão.

Noh Eul, eu nunca irei poder reclamar do meu destino. Acredito piamente que minha promessa salvou sua vida, mas eu não sou seu salvador, sou aquele que te colocou em perigo. Era meu dever remediar a situação.

A primeira vez que sorri de verdade em anos foi te ver tirando fotos pela câmera de segurança. Olhar o seu rosto, e ver que escolheu batom vermelho para me impressionar.

Eu estava impressionado. Sempre estive por você.

Acho que encontrei o sentido da minha vida. Tenho pouco tempo, e a felicidade não foi reservada para mim, mas mesmo os infelizes sonham, eles desejam.

E eu fui a droga de um sonhador a vida inteira.

Mas a felicidade sempre lhe foi roubada, por uma vida difícil, lutando pela sobrevivência. E em parte, por mim.

Mas Nova Iorque reserva a felicidade. As luzes brilhantes nunca vão nos cegar. E lá, poderemos ser quem quisermos.

A felicidade foi reservada para você, meu amor. E o último ato da minha vida, é te fazer feliz.

Te mostrarei todos os sonhos que sonhei, e deixarei uma vida confortável o suficiente para que você viva, mesmo que sem mim.

Aonde eu estiver, sei que estarei bem, se te fizer feliz.

Esse é nosso último reencontro na Terra, e nossa última despedida.

Eu sempre vou te amar, Noh Eul. Você foi meu primeiro amor, e o último.

Com os melhores cumprimentos, o sonhador que sempre te amou, Joon Young.

Adeus, meu único amor.

Welcome to New YorkOnde histórias criam vida. Descubra agora