:8: Pumped up kicks_

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20/06/2019
Busan
14:19

Depois do meu acidente, a qual fiquei cego, não confiava em ninguém, não queria contato com ninguém, não gostava de conversar com ninguém. Me sentia desconfortável.

Gostava de conversar olhando diretamente no rosto da pessoa ou no olho, mas minha deficiência não me permite mais isso, isso sempre me incomoda.

Raramente tava conversando com meus amigos, decidi para de estudar, mesmo que me pedissem para não parar, mas eu não conseguia estudar direito, nada entrava na minha cabeça, tava tudo tão complicado... Desisti. Desisti até de mim mesmo.

Sabia que eu podia voltar a enxergar, mas queria pensar... Foram dois anos pensando até aceita fazer a cirurgia, mas nunca tive uma pressão em mim em relação á minha decisão.

Passei quase um ano sem a minina vontade de sair de casa depois do acidente, meus amigos vinham até mim, conversávamos bastante no meu quarto. Voltamos a falar da vida alheia, como sempre fazíamos, mas foi só depois que Irene tava com as memórias voltando aos poucos. Poderíamos dizer que estávamos voltando a "normalidade". Mas não estávamos.

Todos nós estávamos deslocados, com muitas abobrinhas na cabeça. Tivemos uma conversa sobre nossos sentimentos, falamos o que tava acontecendo, e não estávamos bem.

Foi uma conversa triste, mas necessária.

Todos estavam nos olhando com pena no olhar, SeokJin disse.

Jennie começou a sofrer bullying na escola pela sua cicatriz.

SeokJin sempre era olhado com pena, por não poder andar.

Jackson não pode fazer muitas coisas com seu braço, sendo excluído pela sociedade.

Irene era sempre enganada, passou duas semanas achando que namorava um garoto da nossa escola e no final, foi humilhada. Ela não tinha falado nada, pois o babaca tinha afirmado que eles namoravam as escondidas. Quando fomos descobri, foi quando Jennie a encontrou chorando no banheiro. E ela ainda é zuada por isso, e ainda bricam por sua falta de memória. Aí vemos o quão sem alma e coração as pessoas podem ser.

Desde desse acontecimento, não largamos dela e nem uns dos outros.

Nossa amizade fortaleceu.

Mas não temos mais daquelas diversões antes do acidente. Mas não precisavamos disso. Sabíamos que não.

O que é uma festa cheia de pessoas imaturas, egoísta, que só pensa em sexo, no mal estar das outras pessoas e que pensa quê sempre será um adolescente sem responsabilidade além da escola, quê pensa que terá sempre o papai e a mamãe do lado.

A vida não é só de festa. Beijos. Meninas ou meninos. Sexo. Bebidas. Secretária. Cálculos de matemáticas ou sei lá o quê que passa nas cabeças dessas pessoas.

Eu aprendi Isso.

Devemos aproveitar a adolescência, mas com pensamentos em dia e cautelosamente e com alguns limites.

Temos que cresce um dia. Muitos crescem quando a realidade bate na porta, eu cresci no meu acidente. A vida é uma grande linha, se soubermos andar nela, chegamos a muito longe ainda, mas se não soubermos e começamos a brinca no tempo errado, acabamos escorregando e ficando pendurados nela.

Minha brincadeira com meus amigos, foi quando não usamos um cinto de segurança naquele dia. Ainda poderíamos ter sequelas do acidente, mas não foderia tanto com nossos psicológicos e vidas.

Ainda estamos tentando subir novamente na tal linha, mas precisamos, primeiro, se equilibrar nela enquanto ainda estamos pendurados e não ter tanto medo de acabar caindo, ou que ela balance e nos derrube no fim.

Pumped up kicks • PJM+JKKOnde histórias criam vida. Descubra agora