Porra, eu estava nervoso pra caralho. Também, não é pra menos. Eu ia conversar com a mina que eu estava criando uma amizade incrível, e eu digo uma merda daquela.
Sn: pode falar. ╴ela diz sentando no meio fio.
Nós viemos para frente da casa do Jv, lá não ia da pra conversar direito.
Jv: Sn, aquele dia.. eu jamais tinha intenção de falar aquilo.
Sn: é, mas falou. ╴diz ela olhando pra chão enquando mexe em um gravetinho.
Jv: eu sei. Pô, era pra ter sido outra coisa, não era pra cê levar naquela interpretação. ╴vejo ela suspirar e colocar sua cabeça nos joelhos, com o rosto virado pro meu lado. ⎯ tu é uma garota muito maneira, eu adorei conhecer você, pô.
Sn: mas pior que tudo que cê falou, faz sentido. Eu que me doi pela sua fala.
Jv: fala assim não, caralho, porra. ╴me estressei. ⎯ o que te faz pensar assim?
Sn: meu irmão. ⎯ ela levanta a cabeça e suspira. ⎯ ele sempre foi o mais privilegiado, em todos os sentidos.
Jv: não sabia que você tinha irmão.
Sn: é, tenho. ⎯ diz e abaixa a cabeça. ⎯ ele é um ano mais velho que eu. Ele sempre teve o que quis. Isso vai até o amor e atenção dos meus pais até bens materiais. ╴ela suspira. ⎯ eu nem planejada fui. Eles nem ligam pra mim. Se ele faz algo mínimo, pra eles, é sinal pra fazer a maior comemoração do mundo. Agora se eu, por exemplo, tirar um nota mais baixa no bimestre, é motivo pra me deixar trancada em casa por um mês.
Caralho.
Sn: o maior motivo por ter ficar brava com você, foi o fato de uma pessoa que mal me conhece falar da minha vida, como se soubesse. ╴ela vira o lado do rosto e funga. ⎯ e também, por... você provavelmente vem de uma família clássica onde todos se amam e são felizes. O que você disse mexeu pra caralho comigo.
Jv: eu nem sei o que te dizer, namoral.
Sn: não diga, não é necessário.
Jv: olha aqui ╴puxo o rosto dela fazendo com que ela olhe pra mim. ⎯ tu é incrível pra caralho, se eles não te dão valor ou não querem te escutar, azar deles, eles não fazem idéia da pessoa sensacional que você é!
A essa altura do campeonato, nossos olhares já estavam cruzados e fixos um no outro. Ao mesmo tempo que nos olhavamos, a direção dos olhos ia pra boca, Porra.
Coloco minha mão no cabelo dela, trazendo ela mais pra mim. A outra vai automaticamente pra cintura dela e nossos lábios se encaixam um no outro.
Sinto a mão dela na minha nuca, e ela chegando cada vez mais próxima de mim. A gente estava tentando quebrar o limite de uma distância que nem tinha mais.
A língua dela cruzava certinha com a minha, ela chupava meu lábio, e de vez em quando me dava uns selinhos leves porém molhados.
