A Carta

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  Era uma agradável tarde no começo de Março, um domingo tranquilo. Poucas pessoas estavam na sala comunal da Grifinória naquele momento, a maioria dos alunos estava aproveitando o dia de sol. Isso, logicamente, não se aplicava a Lily Evans. Ruiva, de cabelos ondulados e longos e belos olhos verdes, ela era uma das mais belas e populares garotas da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

  Lily até poderia estar aproveitando o dia ensolarado lá fora ou podia estar com um dos vários garotos que certamente morreriam por uma chance de sair com ela, mas a ruiva não tinha interesse nenhum nisso. Estava em seu sexto ano e logo teria que prestar N.I.E.M.'s e tinha que ser perfeita. E dai que os exames só seriam no ano que vem? O seguro morreu de velho!

  Ela viu sua amiga Alice Cooper suspirar com pesar, observando a janela e o dia ensolarado. Ela sabia que Alice queria estar la fora, mas ficava ali para lhe fazer companhia, o que era totalmente desnecessário. Na poltrona ao lado Marlene McKinnon costurava um rasgo em seu uniforme de quadribol. E em frente de Lily Emmeline Vance também estudava. Pelo menos uma das amigas dela tinha as prioridades certas.

  Uma coruja entrou na sala pela janela aberta e pousou ao lado de Lily. Quando a ruiva falhou em dar atenção imediata ao animal ele não teve dúvida: bicou-lhe a mão.

- Ai, Shakespeare! – Lily reclamou – O que foi?

  Parecendo extremamente satisfeita consigo mesma a coruja ofereceu uma de suas pernas a ruiva, onde uma carta estava presa. Lily revirou os olhos, mas pegou a carta.

- Quem escreveu pra você, Lily? – Alice perguntou curiosa.

- Minha mãe. – a ruiva respondeu abrindo a carta – O que será que ela quer?

Lily,

Como você está, lindinha da mamãe? Eu estou morrendo de saudade e você nem tem a decência de escrever para mim!

Eu estou escrevendo para te informar que, apesar de saber que você está querendo muito, você não vai conseguir cabular o casamento da sua irmã. Eu conversei com o Professor Dumbledore (que por acaso é o homem mais gentil do mundo! Ele parece um vovô!) e ele entendeu perfeitamente a situação. Sendo assim ele liberou você e mais uma amiga (a sua escolha) para vir para cá por seis dias, para o casamento. Saindo na terça. Não é maravilhoso?

Ou seja meu amor, você não tem escolha!

Te amo

Mamãe

PS: Seu pai está dizendo oi. Ele está usando aquele terno cinza com a gravata verde, igual meus olhos! Ele está uma delicia! Como sempre...

- Ah não. – Lily soltou um gemido sofrido.

- O que foi? – Marlene perguntou curiosa.

- Eu não consegui escapar do casamento da Petunia. – Lily reclamou se afundando em sua cadeira. Então ela amassou a carta e jogou na lareira. Ela sabia que era infantil e inútil, mas sentiu uma certa satisfação com o ato.

- Será que sua mãe não vê que vocês não se dão bem? – Marlene comentou.

- Sem contar que você disse que sua irmã deixou bem claro no Natal que não fazia questão nenhuma de você no casamento dela. – Emmeline adicionou.

- Minha mãe ignora o que não é conveniente a ela. – Lily falou num suspiro – Meu pai diz que ela vive em Monicalandia.

  As meninas riram.

- Eu acho que não tenho escolha a não ser ir agora. – ela concluiu num suspiro dramático – O pior é que aguentar a Petunia nem vai ser a pior parte!

Boyfriend On Demand (Jily)Onde histórias criam vida. Descubra agora