Coração Partido

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– Oi Lucian. – ela o comprimentou com um sorriso.

Quando ele se virou para encará-la seus olhos estavam sombrios. E sem respondê-la segurou em seu braço esquerdo a puxando para fora do refeitório. Ao cruzar o limiar da porta de saída ele a soltou.

– O que foi? Aconteceu alguma coisa? – Ela perguntou sem entender.

– Olha eu não sei o que aconteceu ok. Ontem nós dois havíamos bebido um pouco e...

– Para! – Ela o interrompeu – nós dois somos adultos, sentimos vontade de nos beijar e então aconteceu.

– Tem razão aconteceu, mas não vai acontecer de novo! – Ele falou irritado ao passar as mãos nos cabelos.

– Você ainda não entede.

– O que eu não entendo? – Ele perguntou taciturno.

– Lucian vem comigo, e me deixa te mostrar. – Ela falou ao segurar nas mãos dele.

Por algum motivo que ele não entendia, sentiu vontade de segui-la. Porém unindo todas as suas forças ele puxou suas mãos.

– Eu não vou. Seja lá o que você quer me mostra, faça aqui. – Ele cruzou os braços.

– Você não me da escolha. – Ela falou exasperada.

Lucian a encarou confuso e sem aviso Angel chocou sua mão contra o peito dele. Ele sentiu como se o chão se abrisse sobre seus pés o engolindo, enquanto seu corpo girava em um vortex de luzes brancas e violetas.

O choque do seu corpo contra o chão foi o que o trouxe de volta. Ao sentir a relva baixa que incomodava seu rosto ele se pós de pé. Reconhecendo estar na campina atrás do campus.

- Como chegamos aqui? - Ele perguntou temeroso.

Angel estava parada de frente para o lago. Seu coração estava apreensivo pelo que faria, talvez fosse cedo demais, porém não podia permitir que ele se afastasse novamente.

Se virando para encará-lo ela falou:

- Você pertence a um mundo extraordinário, e não faz ideia do que é capaz de fazer.

Lucian a olhava com espanto temendo que tivesse perdido a sanidade.

- Angel eu acho que...

- Confie em mim, eu sei que no fundo de seu coração sabe que pode confiar.

Angel fechou os olhos e se concentrando no que queria conjurou um feitiço simples, borboletas de várias cores e tamanhos surgiram e começaram a voar entorno de si. Lucian estava perplexo com que via.

Os pequenos insetos voavam entorno dela e dele formando  círculo perfeito. Angel caminhou lentamente até ele e segurando no medalhão que carregava em seu pescoço o puxou, colocando aberto sobre as mãos dele.

- Cristian. - Ela o chamou.

Lucian olhou para o objeto e viu sua imagem ali, porém suas roupas eram diferentes e seu cabelo cumprindo. A dedicatória cravada na peça lhe era familiar. Uma lágrima escorreu pela sua face, estava feliz mas também triste. De repente vultos surgiram diante de seus olhos, mas uma dor aguda atingiu sua cabeça com força.

- Para! - ele gritou soltando o medalhão que caiu sobre a relva.

Ele comprimiu as mãos contra a cabeça tentando diminuir a dor.

- Por favor. Você tem que lembrar. Cristian sou eu. - Angel falou em meio as lágrimas.

Ele balançou a cabeça em negativa. Ela se aproximou e tocando no rosto dele o ergueu.

- Meu amor, eu estou esperando por você a tanto tempo. Por favor lembre de mim.

- Não! - ele gritou lançando as mãos dela para o lado.

As borboletas desapareceram se tornando pó.

- Eu não sei quem é você, e não me interessa saber. - Ele falou irritado.

- Cristian... - Ela sussurrou em meio às lágrimas.

- Eu não sou esse tal de Cristian. E quero que me deixe em paz, eu tenho uma vida e não vou abrir mão dela.

- Você não sabe o que está falando. - Ela tentou se aproximar porém ele se afastou.

- Eu já entendi o que você quer dizer com tudo isso. Mas acredite não importa para mim quem eu fui no passado, esse foi quem eu escolhi ser no presente. Eu gosto da vida que tenho e não vou mudá-la por ninguém. Então me deixe em paz.

Ele se mesmo percebe o que fazia apanhou o medalhão do chão e mcorreu para fora da campina. Angel sentiu suas pernas fraquejarem e deixou que seu corpo caísse sentado sobre a relva. Como ele poderia não querer se lembrar? Então ele sabia quem ela era ou o que? Essas perguntas resoavam em sua mente. A dor em seu peito parecia aumentar deixando  vácuo de escuridão, enquanto as lágrimas quentes desciam por seu rosto.

- Covarde... - Ela sussurrou, era isso que Lucian era, um covarde.

Mas isso não ficaria assim, ele recuperaria sua lembranças, pois devia isso a ela. Depois que soubesse quem era aí sim poderia manda-la embora. Só restava uma dúvida. Como faria isso? Visto que não poderia se aproximar. Precisava de ajuda, de alguém que soubesse mais sobre esse feitiço do que ela.

Ao olhar em volta procurou o medalhão. Para que ele o queria? Afinal dissera que não desejava relembrar nada.

Decidida ela se levantou do chão secando as lágrimas de seu rosto, e usando novamente seus poderes se teletransportou para seu dormitório, a sorte era que estava vazio, sua colega de quarto passava mais tempo fora do que lá.

Apanhando seu notebook ela buscou sua lista de contatos o nome de Lilian, a anos não falava com ela, e agora pediria um favor. Apesar de ser uma falta de vergonha, ambas nunca foram grandes amigas, mesmo que Lilian tenha a ajudado muito, lhe ensinando como usar seus poderes, Angel sempre sentiu como se houvesse uma barreira entre elas, como um conflito de interresses. Bem que assim fosse, ao contar até três ela apertou a tecla enter iniciando a chamada.

A Magia Que Nos Une (O Final)Onde histórias criam vida. Descubra agora