Capítulo 42

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Tiro meu sobretudo marrom e jogo-o de maneira desleixada na cadeira enquanto caminho em direção ao camarim

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Tiro meu sobretudo marrom e jogo-o de maneira desleixada na cadeira enquanto caminho em direção ao camarim. Entro no espaço amplo e cheio de objetos de beleza, podendo observar a Mia me esperando.

— Cadê a animação? —  Mia pergunta, debochada.

— Morreu, assim como você também vai. — Me jogo na cadeira da penteadeira. — Por que eu deixei você me convencer a isso?

— Você sempre diz que tem que ser profissional, e eu estou sendo com esse ensaio. — Reviro os olhos e bufo, arrancando um sorriso debochado dela. — Pensa pelo lado bom, verá um homem de cueca — diz, enquanto caminha para fora do camarim.

— Já vi esse homem com e sem, não me impressiona mais — digo alto antes dela sair. 

Quando cheguei na empresa hoje mais cedo, fui arrastada para fazer maquiagem e cabelo. Deixaram o meu cabelo com várias trancinhas, preso na parte de cima e com quatro tranças caídas, duas na frente e duas antes da minha orelha. Uma leve maquiagem com delineador e gloss enfeita meu rosto, e um pequeno brinco prata da Gency está em minhas orelhas.

Levanto da cadeira e caminho para a parte onde fica as roupas e acessórios. Após pegar a peça, entro dentro de um dos provadores. Minha primeira roupa, assim como a do Alfredo, é uma calça com suspensório e camisa social por baixo com alguns botões abertos. A única diferença é o sapato, eu com salto e ele com sapato social, ambos pretos.

Saio do provador, me olho brevemente no espelho do camarim e saio, indo em direção ao estúdio. Alfredo já estava em seu lugar devidamente vestido, balançando o corpo de um lado para o outro com a mão no bolso. Ele me olha e abre um sorriso, eu reviro os olhos.

— Está parecendo uma detetive — ele sussurra quando paro ao seu lado.

— Vou investigar a sua morte.

Alfredo solta uma risada.

— Podemos começar? — o fotógrafo pergunta.

— Sim — confirmo.

— Tem uma boina preta aí para os dois colocarem — Mia avisa.

Pegamos as boinas, colocamos e nos posicionamos para as fotos. Sento em um banquinho levemente para o lado, enquanto o Alfredo está ao meu lado oposto com um braço apoiado em meu ombro e o outro no bolso.
Flashes começam a preencher o local enquanto nós nos mexemos minimamente ao focar o olhar na lente da câmera, e eu faço de tudo para manter os olhos abertos e não pressionar as lentes de contato. Em consideráveis poucos minutos, são muitos cliques até que mandam a gente trocar de roupa.

Esqueço por alguns que eu sou a chefe.

Levanto do banquinho e caminho para o camarim com o Alfredo vindo ao meu lado. Perto da porta, tento abri-la e ele me provoca pressionando a porta com o pé, impedindo de eu abrir. Dou uma cotovelada na barriga dele e abro a porta, escutando-o reclamar baixo. Tiro a boina, coloco em cima da penteadeira e pego a minha segunda peça.

Minha Complicada Paixão - Minhas Paixões 01Onde histórias criam vida. Descubra agora