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𝗖𝗵𝗼𝗶 𝗦𝗼𝗼𝗯𝗼𝗯𝗼...

  - Vai, Soo! Por favor... É só entregar esse papelzinho a ele! - Eu insistia na ideia de que Soobin poderia entregar o bilhetinho a Kang.

  - Não! Não! Não! - Ele debateu cansado de discutir. - Já disse que não entrego!

  Entretida, Hwa-yen ria de nossa discussão enquanto se sujava saboreando um imenso e tentador picolé de chocolate belga com cobertura de frutas vermelhas.

  - Por favorzinho! - Implorei balançando seu braço de forma birrenta. - Qual é o problema? É só um papel!

  - O problema é que eu não faço a menor ideia do que pode estar escrito nesse papel! E se eu me ferrar?

  - Você não vai se ferrar, seu bobão - eu teimei tentando fazer com que o menino agarrasse o bilhete.

  Chen começou a rir como uma alpaca berrante e zombar de nossa briga infantil. Sem mais nem menos, a garota puxou os versos de minha mão e começou a analisá-los com seus dedos melados.

  - Que horror! Você vai entregar isso ao menino mais fofo que existe do universo inteirinho?! - Minha amiga indagou decepcionada enquanto relia cada palavra escrita.

  Choi a encarou com uma feição indignada e logo a mesma soltou um risinho fraco.

  - Quero dizer... O Binnie é bem mais fofo. - Tentou concertar sua fala anterior. - Não é? Baby bunny da Yen-Yen - voltou a ser melosa, assim como seu sorvete.

  Nesse momento, a gargalhada partiu de mim. Fala sério! Baby bunny é muito patético.

  - Credo! Nem para dar apelido você serve - eu continuava rindo infinitamente. - Soobobo é melhor.

  A garota revirou seus olhos e amassou o pedaço de folha que segurava até então.

  - Você não pode entregar isso a Taehyun - a menina alegou intrigada. - É pior que os textos de aniversário que minha mãe me obriga a escrever para pessoas que mal encontro durante o ano!

  - Ei! Nem é tão ruim - me defendo arregalando meus olhos.

  - É sim - Soobin apoia sua namorada com uma feição esquisita.

  - Então o que farei?

  O silêncio dominou nosso diálogo e começamos a pensar como três gênios. Parecíamos estar resolvendo um bando de problemas matemáticos - só que três vezes mais complicados - ou problemas que adultos devem enfrentar quando gastam e não possuem dinheiro para pagar a fatura de seus cartões.

  - Você deveria ter uma conversa séria com ele. Olhando no fundo de seus olhos e transparecendo todos os seus sentimentos verdadeiros - o menino falou fingindo estar comovido. - Sou tão poético. Eu deveria largar arquitetura e me tornar poeta!

  - Apoio! - Yen se manifestou batendo palmas protestantes.

  Eu não sabia se aquela era a escolha certa. Eu mal conseguiria me expressar olhando nos olhos de quem mais me amou e não pude retribuir seu carinho.

  - Mas eu não quero acabar me atrapalhando e causar um mal entendido. - Cruzo meus braços preocupada. - Eu só não quero magoá-lo.

  - Se for para o magoar, é bom que vocês nem conversem! - Soobin expressou sua opinião.

  - E quem disse que quero conversar?! - Debati irritada com a situação.

  - Ah, eles vão conversar sim! - Chen se enfureceu com seu namorado, que havia estabelecido a ideia idiota de eu simplesmente não dizer nada a Taehyun.

  O garoto logo ficou quieto quando sua Yen se posicionou.

  - Baby bunny, você vai agora avisar Taehyun de que Lee Man-yah quer ter uma conversa séria com ele.

  - Mas é que... - Binnie começou, mas em seguida foi interrompido por minhas preces.

  - Por favorzinho, Soobobo! - Me ajoelhei em sua frente juntando minhas mãos como se estivesse adorando uma divindade. - Eu preciso que você o peça para me encontrar hoje, em frente ao auditório do campus, às sete da noite - dou todas as instruções tentando contato visual com o amado de Hwa.

  - Ah, está bem! - Se rendeu cansado de tanto falatório. - Man-yah, eu deveria te dar um tapa, mas prefiro te ajudar - continuou já se arrependendo.

  - Muito obrigada! - Agradeço encerrando meu drama. - Obrigada mesmo!

  - Agora, SNS, vá se preparar para uma conversa importante! - Disse minha colega de quarto.

  Concordei e logo saí correndo em direção ao jardim menos movimentado da faculdade. Aquele mesmo espaço que estava quando presenciei a segunda discussão de Beomgyu e Gon-yok.

  Decidi não me prender muito aos acontecimentos passados. Dali para frente, eu teria de lidar com o aborrecimento de Taehyun.

  Comecei a pensar como dizer algo fofo e que ao mesmo tempo fosse firme e definitivo. Não demorou muito para que eu fosse interrompida pelo toque de meu celular ao som de "I wanna be yours".

  - Olá - atendo a chamada sem prestar atenção ao nome do contato estampado na tela do aparelho.

  - Filha? Está sozinha? Você está bem?

  Logo percebi que no outro lado da linha, estava minha mãe. Esquisitamente esquisita.

  - Sim, eu estou. Está tudo bem com a senhora? Parece um pouco aflita - eu perguntei ansiando por sua resposta.

  - Não está nada bem. Há um tempo atrás, eu comentei que seu pai estava tentando uma reaproximação com você. Lembra disso?

  Infelizmente, eu estava lembrada. E não fazia ideia do porquê.

  - Sim, mamãe. Eu me lembro disso - digo calma e um pouco curiosa. - Mas por que está tão afetada?

  - Não sei como, mas ele descobriu o endereço de seu dormitório. Seu pai está nos ameaçando. Disse que irá te conquistar aos poucos e fazer com que você nunca mais tenha vontade de olhar em meus olhos.

  A voz da mulher estava realmente embargada. E a minha estava começando a ficar também. Meu pai era uma pessoa que eu queria muito ter tido contato em um primeiro momento, mas que depois não me fez falta. Pelo menos, não quando eu descobri tudo o que ele havia aprontado contra minha família materna.

  - Calma, mamãe. O campus é seguro... Vou tentar sempre andar acompanhada para que nada de ruim aconteça com nossa família. Prometo que darei meu máximo. Mas agora, tenho que desligar!

  Tentando evitar que minha mãe percebesse meu nervosismo, encerro logo a ligação. Eu não estava preparada para o que poderia vir pela frente.

𝐀𝐋𝐋 𝐎𝐅 𝐌𝐘 𝐒𝐎𝐔𝐋; 𝐜𝐡𝐨𝐢 𝐛𝐞𝐨𝐦𝐠𝐲𝐮Onde histórias criam vida. Descubra agora