✧⌖Polaris⌖✧

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"A Polaris é a estrela mais brilhante na constelação da Ursa Menor. Ela também é conhecida como a Estrela do Polo, a Estrela do Norte, ou a Estrela Guia. Essa é única estrela relativamente brilhante (com magnitude de 1.98) perto de qualquer um dos polos celestes"

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✦Yuna✦

Depois daquilo percebi várias pessoas correndo para um lugar específico um pouco mais escondido.

- Ele não pode fazer isso! Que droga Koji por que não me avisou antes? - Ouvi Angry falar com o garoto de antes.

Por conta da grande quantidade de pessoas ali, fui praticamente arrastada até o local onde algo estava prestes a acontecer.

Nahoya estava agora sem camisa e com algumas bandagens enroladas em seus punhos, em sua face um sorriso satisfeito era evidente

No lado oposto, um cara com várias cicatrizes no rosto o olhava de uma forma assustadora.

Os minutos seguintes foram um banho de sangue, Smiley acertava o homem como se fosse um saco de pancadas, ele simplesmente não parou nenhum segundo sequer, várias garotas gritavam ao meu redor dizendo o quanto Nahoya era incrível e maravilhoso.

Aquilo não fazia sentido para mim, quem poderia ver graça em gente se matando? Chegou uma hora que eu apenas me distanciei da multidão, me sentando em um dos sofás ali perto, logo recebo uma ligação de Kazutora.

- Onde você está? – Perguntou do outro lado da linha.

- No lugar onde provavelmente você pediu pra Angry me levar, não sou boba Kazutora, quando vai me contar sobre todas essas merdas que anda escondendo de mim? – Perguntei, aquele lugar estava acabando com o meu último fio de calma.

- Estou chegando, não aceite nada que te oferecerem e não se mexa. – Falou antes de encerrar a ligação.

Mal sabia ele que eu já havia visto uma briga, gente usando drogas, apostas e rachas.

Eu sempre era a última a saber das coisas mesmo estando no meio daquilo.

Sem pensar apenas fui até o bar chamando um dos Barmans do local.

- Um pouco de água por favor. - Falei em um suspiro. 

- Água? - Perguntou desconfiado.

- Ainda tenho que me certificar que uma pessoa não mate ninguém por aqui, não posso ficar bêbada. - Disse e logo foi me entregue a água que eu havia pedido. - Qual é a daquele quadro ali? - Perguntei apontando para a lousa de antes com vários pontos marcados.

- Você é não daqui. - Falou pensativo.

- De novo isso? O que te faz pensar nessa ideia?

- Você não conhece o sistema de pontos da Fronteira. - Falou olhando para o quadro com uma face orgulhosa. - Também chegou com um dos gêmeos, foi o do bem não é? 

- Do bem? - Perguntei tentando entender aquilo.

- Você não chegou com o Rei assustador, sinceramente ele é o mais aterrorizante de toda administração da Fronteira, já vi ele quase matando muitos caras nas lutas que organizam. - Falou enquanto arrumava as bebidas na estante. - Várias coisas acontecem aqui todos os dias mas ele é o único que coloca ordem sem mover um dedo, aquele cara não tem medo de morrer.

- Está se referindo ao Nahoya? É só a pose, ele é calado assim mas não faz mal a ninguém. - Falei despreocupada.

- É, definitivamente você não faz parte da Fronteira, cuidado com ele, Smiley não demonstra piedade para ninguém. - Disse por fim e logo foi atender outra pessoa, resolvi então andar por aquele lugar.

Estava sentada no sofá olhando pra aquela movimentação toda quando um homem completamente bêbado se jogou ao meu lado, passando os braços envolta de mim.

- Você trabalha aqui? Quanto cobra por umazinha no banheiro? – Perguntou olhando para o meu corpo.

- Umazinha no banheiro? Ah me poupe, ainda não enlouqueci a esse ponto. – Falei tirando seu braço de mim. – Não trabalho aqui e também achei a sua oferta muito ruim.

Ele pareceu indignado e continuou insistindo.

- Posso te levar pro meu carro então, na minha casa não dá. – Falou me oferecendo uma bebida agora.

- Eu não quero e que situação deplorável é essa a sua, vai assistir um pornô cara me deixa em paz. – Falei me levantando do sofá e vendo ele segurar meu braço com força.

- Agora isso aqui foi longe demais, me solta antes que eu quebre esse copo na sua cabeça. – falei segurando um copo de vidro que estava ali perto.

Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, vi um vulto o jogando contra a parede fazendo com que o homem soltasse sua mão de mim rapidamente.

- Que porra você estava fazendo? – Smiley falava o segurando pelo colarinho da camisa e em um piscar de olhos, ele já estava acertando vários socos no cara que não conseguia nem revidar.

Ele definitivamente iria matar aquele homem.

Sem perceber, fui até ele segurando o braço de Nahoya.

- Vem, vamos embora. – Falei o encarando, Smiley olhou para mim e para o cara que estava com o rosto cheio de sangue.

- Mas ele estava insistindo naquilo mesmo quando você disse não. – Falou agora soltando o cara e tendo sua atenção em mim.

Todos ao redor começaram a sussurrar várias coisas ao mesmo tempo, talvez surpresos por algo.

- Eu sei me cuidar Nahoya. – Disse o entregando sua camisa que estava naquele sofá. – Não consigo mais ficar nesse lugar, nem por um segundo, tem tanta droga que estou quase ficando chapada só de respirar aqui.

- Vou te levar pra casa, falo pro Kazutora nos encontrar lá. – Smiley disse, pegando a camisa e encarando a multidão que se formou ali.

- Foi mal senhor, não sabia que era sua namorada. – O cara de antes disse para Nahoya.

- Não preciso ser namorada dele pra ter o mínimo de respeito, não faz isso outra vez cara. – Falei puxando Smiley dali antes que matasse o homem.

- Você deveria ter me deixado terminar o trabalho. – Falou me entregando um capacete.

- Ver meus pais mortos já foi o suficiente pra essa semana, obrigada. – Falei colocando o capacete e voltando meus olhos para a multidão novamente.

- Angry foi pra casa. – Foi o que ele disse antes de subir na moto.

Assim que chegamos na casa dos gêmeos, Kazutora e Angry nos esperavam, ambos pareciam preocupados.

- Pensei que você voltaria pior. – Angry disse olhando para Smiley.

- Ela é completamente seu oposto. – Nahoya disse pra Kazutora que me encarava nervoso.

- É sim, ela é a minha parte do bem. – Falou pensativo.

Antes que meu irmão pudesse fugir novamente o puxei até a cozinha.

- Você vai me contar o que tá acontecendo com detalhes. – Falei o encarando com os braços cruzados.

- Nosso pai era um filho da puta. – Falou tirando do casaco uns papéis e entregando para mim.

- Ele sempre foi um filho da puta. – Disse pegando os papéis.

Naquela madrugada Kazutora me contou tudo o que havia acontecido, nossos pais mortos, a chantagens, Kisaki e a Toman.

This Side of Paradise || Kawata NahoyaOnde histórias criam vida. Descubra agora