No dia seguinte acordei na baixa manhã, o sol mal entrava pela janela do quarto da taverna, Quarto esse que me foi cedido em troca de trabalho, não era uma troca justa, eu dava a maior parte do que ganhava e passar a noite trancada com homens abomináveis, e ainda por cima bêbados, não me parecia ser muito vantajoso mas pelo menos eu estava segura.
O Quarto era pequeno e ficava na parte de trás da taverna ao lado do deposito da mesma, eu o dividia com uma das meninas que trabalhavam na taverna, Olina era seu nome, um nome forte e imponente como ela deveria ser, apesar disso ela era filha bastarda de um representante do alto clero, que para esconder o seu ato pecaminoso, ordenou com que matassem a sua amante, no caso a mãe de Olina, mas como um estranho ato de piedade um dos mercenários pegou a criança que estava ainda em uma cesta e a carregou ate aqui. E desde então ela "sobrevive" aqui como uma das putas e junto a mim e a mas desejada de todo o estabelecimento, ela era relativamente alta tinha o corpo com curvas irreais pra uma pessoa que vivia em tais condições, sua pele era um tom de delicado marrom como os moveis mais carros de um salão real, seu cabelo era longo e ondulado que descia ate a cintura, o que fazia com que chama-se ainda mais atenção para sua bunda relativamente farta.
Lavei o rosto e sai antes que ninguém me visse, quando passei pela porta da frente uma brisa leve e suave transpassou sobre mim em direção a cidade, e fui percorrendo o seu mesmo caminho como toda manhã comum e sem novidades a não ser por uma ou outra briga durante a alta madrugada que sempre acabava com um ou outro morto na beira da estrada.
Chegando na cidade ainda relativamente vazia e ainda com os "resto" da madrugada, começavam a ser montadas as barracas de frutas, peixes vindo do porto, carne e tudo que você possa imaginar, Ate... Escravos que tinham acabado de chegar, e como de costume dei uma boa volta a procura de sabe-se-lá o que, isso fazia com que eu me sentisse segura, talvez uma real sensação de segurança, ainda não havia sido notada desde que cheguei aqui, a não ser pelas pessoas que frequentam a taverna, não sabem que sou fugitiva da realeza francesa e nem da realeza espanhola, eu não sabia que os dois reinos mantinham algum tipo de relação, mas pelo visto sim, principalmente quando se tratavam de um inimigo incomum, uma pessoa acusada injustamente de bruxaria que foi salva sabe-se-la como.
Quando quase todas as barracas estavam montadas voltei para comprar as coisas que eu deveria como, pães, algumas frutas e peixes para o almoço, coloquei tudo em minha cesta e voltei sem nada fora do comum ocorrer, mas um dia normal ate então.
E assim perdurou pelas duas semanas seguintes, ate que coisas estranhas começaram a acontecer.
Duas semanas depois ...
Me levantei como de costume, porem estranhamente exausta, a noite anterior havia sido muito mais tranquila que de costume, durante toda noite a taverna tinha permanecido vazia, alguns poucos homens haviam entrado e inacreditavelmente nenhum deles estavam a procura se saciarem seus desejos como touros loucos em período de reprodução.
Lavei o rosto e sai para cidade como sempre o fazia todos todos os dias, mas dessa vez com o proposito de descobrir mais sobre a tal expedição, quem seria o comandante, de onde sairiam e quais s os navios a serem usados, quando passei pela porta da frente aquela brisa suave da manhã que sempre me acompanha, foi trocada por um vento quente e rasteiro, como se apenas ventasse em meus pés, um ar mais carregado e denso como eu nunca havia sentido antes, uma sensação de incertezas pairavam sobre mim, mas mesmo assim continuei.
Quando cheguei na cidade curiosamente as ruas estavam agitadas como se a poucas horas festejavam algo, talvez realmente festejavam, a escolha de Bartolomeu dias como o comandante da próxima expedição, não precisei perguntar, qualquer lugar em que eu passasse, eu conseguia ouvir cochichos que diziam isso, ta mas .., quem era Bartolomeu, eu não fazia ideia e sobre os navios que seriam usados nada foi dito o que dificultava muito os meus planos de fugir para o mais distante possível.
Passei nas barracas as que já estava habituada a comprar, e em uma delas enquanto eu escolhia algumas maçãs, um menino que estava sentado em um barril de melado olhava fixamente sobre mim como se algo estivesse o paralisado, ou como se percebesse que algo estava a nos vigiar, olhei para atrás e nada vi alem da multidão que estava a passar de um lado para o outro, com animas e cestas, carroças e etc.
Quando cheguei na ultima, o mesmo aconteceu, dessa vez um menino olhava fixamente para mim e depois desviava o olhar para cima de minha cabeça, como se algo ou alguém estivesse em cima dos telhados e o menino tenta-se sinalizar que quem essa "tal pessoa" procurava estava ali diante dos seus olhos.
Assustada peguei minha cesta e fui embora em meio a multidão que se tornava mais densa e estranha para aquele momento do dia, mal tinha amanhecendo e não era comum as ruas estarem tão cheias assim mesmo em dias de festejo, mais a frente entrei em um pequeno beco que eu costumava passar quando vinha a cidade na alta manhã, ao começar a caminhar por ele que por sinal estava vazio a primeira vista, uma breve escuridão se abateu sobre o seu como uma única nuvem de chuva que cuidadosamente foi posta em cima do curto espaço que havia entre os telhados da casa vizinha, uma sensação de terror percorreu pelo meu corpo, o céu estava totalmente limpo não havia nenhuma nuvem a longas distâncias, como que elas chegaram tão rápido assim, coloquei o meu lenço sobre a cabeça e continuei a percorrer ate o outro lado.
Quando sai do beco dei de cara com um mendigo que estava sentado ao lado do beco, dei um pulo com o susto, e quando meus pés se assentaram novamente ao a chão, paralisei de frente ao mendigo, ele aparentava ter uma certa idade, cabelos e barba grisalha, olhos azuis feito água, sua face era misteriosa e sombria que me assustava muito e olhando fixamente em meus olhos e com uma voz rouca e pesada ele disse.
"Em breve uma maldição ira cair sobre aqueles que praticaram o terror, Diante de seus olhos revelações obvias irão se formar, a salvadora de um povo perdido você se tornarar"
Quando o mendigo terminou a sua frase senti como se um barril tivesse rolado sobre meu corpo, um peso recaiu sobre mim, um forte aperto no peito seguido de uma forte falta de ar, e enquanto isso o mendigo ainda olhando fixamente em meus olhos sorria como se nada tivesse acontecido.
Instantes depois consegui dar meia volta e corri em direção a estrada que me levaria para a taverna, ao percorrer certa distancia eu parei, já estava ofegante, quando olhei para atrás o mendigo havia sumido como uma passe de mágica, sem deixar rastros, vestígios como se nem ao menos fosse real a sua existência e curiosamente o céu novamente voltou a brilhar totalmente livre da presença de nuvens, ate a onde a visão conseguia seguir o horizonte.
Assustada continuei a me dirigir para taverna, pós ainda tinha muito o que fazer, limpar o salão, preparar a comida e bolar um plano para descobrir quem e esse Bartolomeu dias que foi nomeado comandante da expedição, conseguir tirar informação de algum dos frequentadores da taverna seria crucial para minha fuga.
Chegando na taverna, quando mal entrei já fui abordada por Olina
- Veio uma pessoa aqui atrás de Você, disse que era importante o que queria dizer mas na quis esperar, saiu daqui e rapidamente despareceu na estrada.
- Estranho -respondi- ninguém nunca veio aqui fora do horário de funcionamento.
Depois dessa breve conversa coloquei a cesta na cozinha e fui para o quarto descansar.
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A Senhora da Floresta
AdventureQuando eu tinha 15 anos fui acusada de bruxaria e condenada a morte junto com minha mãe. Misteriosamente consegui escapar, mas infelizmente minha mãe não teve a mesma sorte que eu... Presenciei o assassinato dela a sangue frio, sem poder fazer nada...