Parte 1

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Às vezes a loucura motiva e a morte alimenta, porque no final de tudo morremos por tão pouco, na realidade somos loucos. Mas no meio de tudo existe o amor, e o amor é um sentimento que se resume em vingança. Coisas ruins acontecem com pessoas boas. Ralf Brown começou a pensar dessa forma depois que sua vida se transformou em um verdadeiro pesadelo e com isso mudou sua maneira de pensar, sentir e de se expressar. O desejo de Ralf passou a ser apenas um, matar.

A sua rotina pela manhã tinha que ser sempre a mesma, colocar o pé direito primeiro no chão, colocar e tirar os pés dos chinelos 7 vezes, escovar os dentes 3 vezes, duas vezes com o braço direito e uma vez com o braço esquerdo, ao tomar banho, lavar o cabelo 5 vezes, passar a toalha no corpo 8 vezes, colocar a calça e camisa da farda de policial londrino e conferir por 10 vezes se a torneira da pia do banheiro estava fechada. Ao sair do banheiro acorda Sofie, sua esposa, uma mulher de cabelos cacheados, preto azulado, pele morena, com olhos levemente puxados, com um beijo no rosto e nos últimos 2 meses beija também sua barriga.

A vida do casal Brown tem sido tranquila e leve, Ralf é policial de uma praça no centro de Londres, onde conhece por dia vários turistas e ajuda por pelo menos 3 vezes na semana senhoras a chegar com segurança ao outro lado da rua, onde fica um clube de chá e Sofie é uma bibliotecária de uma universidade, onde é conhecida por ser uma ótima pessoa para ser pedir ajuda para escolher um bom livro.

Um novo dia começou na vida de Ralf e Sofie. Ralf faz o mesmo ritual de toda manhã e Sofie prepara o café da manhã, enquanto Ralf rega algumas suculentas que deu de presente para Sofie no segundo ano de casamento deles. Naquele sábado o dia do casal vai ser bem movimentado, eles vão para casa da mãe Sofie visitar e almoçar e depois vão ajudar na mudança do Charles, amigo de Ralf, que vai mudar para uma outra casa, porque está tendo problemas com o vizinho.

O casal entra no seu carro, um ford focus cinza, que compraram a um ano, quando Sofie começou a trabalhar, colocaram The Beatles para ouvir e foram em direção do centro de Londres, onde iam parar brevemente para comprar um trifle, doce que a sogra de Ralf gosta muito. Como eles já iam almoçar por lá, resolveram levar a sobremesa.

No trajeto até a casa de Judith, o casal conversa sobre a mãe Sofie, Ralf pergunta por que ela ainda não se mudou para o centro de Londres, para ficar mais próximo dos filhos e médicos.

- Ela tem muitos sentimentos pela casa, foi onde ela me criou e meus irmãos, tem marcas no quintal até hoje de nossas brincadeiras de criança – disse Sofie.

- O seu pai nunca apareceu mesmo? Perguntou Ralf.

- A mãe disse que ele apareceu uma vez, mas a gente estava na escola. – disse Sofie logo em seguida cruzando os olhares com Ralf.

- Sua mãe fica à vontade para comentar sobre ele?

- Não, e eu não sei bem o porquê, acredito que ele tenha feito alguma coisa ou se tornado alguém que ela não gosta.

Ao passar 10 minutos, entram na rua onde a Sofie foi criada, a rua tem as casas com quintal bem amplo na frente, com gramados com flores e árvores altas e cheias, estão na estação da primavera, então a rua está caindo nela muitas flores. Essas flores fazem Sofie sorrir e lembrar da infância.

Estacionam o carro na frente da casa, e avistam de longe, na janela da sala, Judith.


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⏰ Last updated: Mar 24, 2022 ⏰

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PEDRA ROXAWhere stories live. Discover now