capítulo 76

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Pov Lua:

A minha relação com o Portuga era normal como de ficantes, às vezes rola mais que beijo, e da mesma forma que ele fica com outras pessoas eu fico também, acontece é que eu não fico afim de pegar outras pessoas, segundo o Kaio isso é um problema seríssimo.

Me arrumei escutando o Kaio vomitar no banheiro, isso que acontece quando bebe sem moderação. A ressaca de um bêbedo com certeza é a pior, mas falta de aviso não foi.

Kaio: Eu nunca mais bebo na minha vida!_apareceu na porta do meu quarto.

Lua: Dá próxima vez eu deixou você vomitar até os rins._falei e ele me olhou incrédulo.

Terminei de me arrumar e fomos para o morro, o adolescente em si gosta de um escândalo, então o som do carro foi naquela altura.

Kaio: Quando criança só pensava em ser bandido
Ainda mais quando com um tiro de soldado o pai morreu
Era o terror da sertania onde morava
E na escola até o professor com ele aprendeu._cantava enquanto mexia no celular.

Kaio: Ia pra igreja só pra roubar o dinheiro
Que as velhinhas colocavam na caixinha do altar
Sentia mesmo que era mesmo diferente
Sentia que aquilo ali não era o seu lugar
Ele queria sair para ver o mar
E as coisas que ele via na televisão
Juntou dinheiro para poder viajar
De escolha própria, escolheu a solidão...

Lua: Comia todas as menininhas da cidade
De tanto brincar de médico, aos doze era professor
Aos quinze, foi mandado pro o reformatório
Onde aumentou seu ódio diante de tanto terror
Não entendia como a vida funcionava
Discriminação por causa da sua classe e sua cor
Ficou cansado de tentar achar resposta
E comprou uma passagem, foi direto a Salvador.

O restante do caminho fomos escutando a playlist do Kaio, que por incrível que pareça não tinha muito funk, eram mais músicas que possuíam história por trás dela.

Chegamos na casa do Portuga, o Anthony estava brincando com uma escova de cabelo, quando avistou o Kaio ele veio correndo, um pequeno, correndo na velocidade mínima, um ano e nove meses de pura inteligência.

Pagode de toda altura, que por coincidência era as mesmas que eles estavam cantando hoje mais cedo. Fiquei conversando com a Luísa enquanto o Kaio, brincava com o Anthony em seu colo.

Portuga: O Kaio deu trabalho?_me olhou rindo.

Lua: Nem um pouquinho, deixei ele se virar nós trintas, eu não mandei ninguém beber.

Portuga: A dona Luísa também encheu meu saco porque eu bebi só um pouquinho!_coçou a cabeça.

Luísa: Reclamei mesmo, ele esqueceu que tem um filho e deve ser exemplo!_bateu o pano de prato no ombro do Portuga e saiu.

Portuga: Tava pensando em dar um perdido por aí de moto, com você!

Lua: Não vai ficar com o Anthony hoje não?

Portuga: Vou, só vou te levar para conhecer um lugar, vamo lá?_fez cara de cachorro abandonado.

Lua: Vamos!

Avisei para o Kaio que eu estava saindo e voltava logo, peguei o capacete e saímos pelo morro. Passamos por lugares que eu nunca havia passado antes, eu não fazia idéia que o morro era tão grande.

Subimos uma rampa e quando dei por conta estávamos no alto do morro, visão da favela inteira, a praia do outro lado, o Cristo Redentor, o pão de açúcar, a vista era linda, uma calmaria impressionante.

Portuga: Essa é a minha parte da favorita do morro, venho pra cá quando eu tô de cabeça quente, quando você foi embora eu vim pra cá e fiquei aqui por um momento para pensar!_sentou em um banquinho de cimento que tinha lá.

Lua: Aqui é maravilhoso, eu não fazia idéia de que o morro fosse tão grande!_sentei do lado dele colocando o capacete em meu colo.

Portuga: Meu pai foi e deixou um grande legado, esse morro é tudo pra mim._falou baixo.

Lua: Seu pai está orgulhoso de você, você está fazendo um bom trabalho

Portuga: mais para chegar até aqui eu fracassei muito, fracassei com você!

Lua: Isso eu tenho que concordar, mas eu não guardo mágoas e nem rancor._sorri olhando a vista na minha frente.

Portuga: me esclarece um negócio, o que tá rolando entre a gente?_me olhou sério e eu ainda continuei olhando para a vista.

Lua: Não sei, o que você sente?_olhei para ele que demorou para responder.

Portuga: Eu sinto altos bagulhos por ti, parada diferente, você me faz bem parça, tu vicia mais que droga ou nicotina, e você o que sente?_me encarou.

Lua: Me sinto bem, eu não sei com que palavras te explicar._falei sincera.

Portuga: Então estamos namorando!_falou como se estivesse tomando uma decisão.

Lua: Não estamos não!_neguei com a cabeça.

Portuga: Não?

Lua: Não, porque você tem que ter certeza do seu sentimento, essas paradas que você está sentindo pode ser apenas atração e não amor!_falei calma.

Portuga: Tem razão, e como que eu descubro?_me olhou.

Lua: Isso só o tempo vai te mostrar, ou um dia você percebe, enquanto isso deixa rolar como você mesmo disse, somos jovens!_sorri e ele me beijou.

Lua: Isso só o tempo vai te mostrar, ou um dia você percebe, enquanto isso deixa rolar como você mesmo disse, somos jovens!_sorri e ele me beijou

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Portuga: Vem, vamos voltar. Paguei muito caro para não aproveitar do churrasco!_falou de um jeito engraçado.

POR AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora