Vinte anos se passaram desde o nascimento de Archle, uma nova fase estava em Gheal, a guerra não era uma simples prioridade do reino, havia outras coisas a se preocupar. Os velhos já estavam com seus antepassados na morada dos deuses, uma nova geração habitava a Terra.
Atilus ao Norte, não se casou e permanecia sem herdeiros. Sua irmã Celine, ao contrário, se casou com o comandante da guarda Adastro, em matrimônio tiveram Eolo e Príamo – Ambos lutavam no exercíto e habitavam na corte de seu tio, sendo fiéis a ele e a sua lei; Astrea era a terceira filha do casal, uma guerreira nata como o pai e foi entregue em casamento para o clã Colerth, que tinham como herdeiro lord Hakon, de inicio foi movido por interesse que se transformou em um dos relacionamentos mais puros e românticos da corte Nordach. A Sacerdotiza Camillus, irmã de Atilus, teve cinco filhas, seus nomes eram Luce, Fiore, Munnu, Tavaszi e Nyári, além delas teve um menino Dylan, a quem foi estudar em minha fortaleza e se tornou meu aprendiz. Assim ficou para registro a descendência dos Nordach.
Ao Sul, a família Theas se desenvolvia e ascendia o respeito, em sua maioria eram respeitados, por medo ou por admiração. A rainha Adria não se casou e contudo não havia diretos herdeiros para o trono, colocando-a sob uma pressão do concelho de ansiões para o seu possível casamento com Lord Fém, grande senhor de uma porção de terras montanhosa na região a Sudoeste de Gheal. Seu irmão e leal companheiro Tullius havia se casado por amor lady Violet, o mesmo havia prometido que cuidaria de Archle como se fosse seu próprio filho, assim como Adria, lady Violet também estava carregando em seu ventre uma criança, nascida no mesmo dia que Archle, Tiszta era semelhante a sua mãe e continha as caracteristicas de seu pai, ambos cresciam em inteligência e lealdade, um criado para ser Rei e outra criada para ser seu braço direito. Amiel se casou com Safí, uma das damas de Adria, era doce como seu marido e dedicada em príncipios de saúde, atuava na corte como governanta e curandeira. A história deles era linda, cresceram juntos e ambos tinham vergonha de assumir seus sentimentos, porém o cuidado nos mínimos detalhes fez com que Adria abençoasse o matrimônio deles. Por motivos desconhecidos, Safí não gerava nenhuma criança, sofrendo diversos abortos ao longo dos anos, e em nenhum momento Amiel a menosprezava ou a abandonava, permaneciam juntos e fortaleciam seu amor. Lembro de uma situação que me deixou intrigado, quando questionada sobre sua infertilidade, ela proferiu "Há pessoas que nascem com propósitos desconhecidos para mortais, porém visíveis aos deuses, posso não ter gerado filhos, contudo meus sobrinhos são o suficiente.".
Era manhã do vigésimo quinto dia do mês Thucté do ano 22 da Era Miles, recebi uma carta vinda do farol Oeste de Gheal, no ponto onde as águas transparentes de nossa Terra se encontravam com o Azul dos oceanos não habitados, algo estava vindo em nossa direção. E a pergunta que se deveria fazer não era o Que estava vindo do Oeste, mas Quem...
Essa chegada trouxe desepero aos morados das ilhas do mar transparente, pombas foram lançadas sob o céu de Gheal, a terra dourada estava assustada com os mais novos visitantes, em seus relatos disseram que cantavam canções dia e noite, eram muitos navios com velas brancas e cascos escuros da umidade de muitos dias navegando por oceanos que nem tinhamos relatos. Era necessário uma nova convocação, Norte, Sul e Bárbarius, no vale do Obelisco, pelo bem de Gheal deveria ser deixado uma guerra civil para nossa própria sobrevivência.
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Crônicas de Gheal: Obelisco
FantasySempre quando se sabe, o Norte e o Sul sempre estiveram em Guerra, mas qual a razão de isso tudo? Na terra Gheal não é diferente, e quem narra essa história é o escriba Thadeus. O Norte e Sul já foram um, porém o poder e os interesses os separaram...