25.

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- Filha

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- Filha... - ele franze o cenho também, tentando analisar minha resposta. 

- Tá tudo bem pai, eu juro. - me esforço pra dar um sorriso. - Me desculpe por não ter te contado direito as coisas, tem sido difícil lidar com tudo acontecendo ao mesmo tempo mas já está passando. 

- Meu amor, oi. - Michael chega até nós, acariciando minhas costas. - É um prazer finalmente conhecê-lo, senhor Mimieux.

Ele estende a mãozorra que abraça a do meu pai, ambos trocando um aperto de mão firme sob o olhar desconfiado do homem mais velho.

- Então Michael, como vai ser o casamento exatamente? - pergunta papai.

- Nós optamos por algo intimista, apenas nós dois e sem nenhum tipo de comemoração até o bebê nascer. - responde-lhe Michael, prontamente. - Queremos poder aproveitar a festa com toda a família quando ele já estiver maior.

- Ora, isso é uma tremenda boa ideia Mal. - meu pai sorri, subitamente aprovando aquilo tudo como se não houvesse desconfiado de nada segundos atrás. - Sabe Michael, ela sempre foi uma menina tímida, sempre com a cara enfiada nos livros.

- Isso não mudou muito. - Michael riu, me dando um apertãozinho sacana na base da coluna que quase foi no bumbum. - Ela ainda é uma ratinha de biblioteca, só que agora só no celular e no computador mesmo. Aposto que ela se sentava na primeira carteira da escola, ela nunca quis me contar.

- A Mallory? - o mais velho ri, me fazendo expressar uma carranca.

- Pai! - protesto antes dele começar.

- Ela vivia no fundo da sala, não gostava muito de estudar e tinha a cabeça na lua o tempo todo. Eu queria muito saber o que ela tanto escrevia naquele diário dela, mas nunca tive a oportunidade de descobrir. 

Os dois engatam uma conversa constrangedora sobre a minha vida escolar e eu me sinto envergonhada, aquela intimidade do nada entre eles fez com que Michael soubesse mais sobre mim de alguém que não era eu mesma.

- É a cara dela fazer isso. - ria ele, ajeitando o relógio no pulso e pegando outra dose servida pelo garçom.

- Você não faz ideia de como foi difícil fazê-la sair daquela piscina de bolinhas.

A noite terminou com ambos bêbados sentados na mesma mesa e conversando sobre assuntos aleatórios. 

- Vem querido, eu te ajudo. - digo, ajeitando a gola da blusa social dele.

- Eu te ligo, senhor Mimieux! - brada ele de longe, acenando para meu pai. - Aí meu, como pode você ser uma coisinha tão linda hein?

Michael me dá um beijo estalado no rosto, caminhando torto mas sozinho e sem ajuda.

Nós já estávamos próximos do carro em frente a calçada quando alguém que eu reconheci e Michael também passava na rua. A forma como aquela mulher deslumbrante me encarou, que encarou nós dois, fez com que eu quase me enfiasse dentro do bueiro.

Contrato: mãe por escolha ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora