Capítulo 108

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A notícia sobre Camila correu o país, o velório foi em São Paulo e Juliette achou de bom tom ir. Deixou Sarah com Fátima e foi com Guilherme. Cumprimentou os familiares e não ficou muito tempo. Despediu-se dela muito triste e desejando uma boa passagem. No aeroporto enquanto esperavam o avião Juliette viu um móbile musical, achou que ia combinar com o quarto das crianças. Cada peça ao ser tocada tinha uma nota e acendia uma luz bem suave.

- Agora preciso saber montar em casa. – riu pra Guilherme que se divertia com a cena.

- Você não existe. – fez sinal de negativo com a cabeça. – Se precisar de ajuda fala com a Bia, ela é ótima pra ler manual.

- Já percebi, ela lê, lê e lê. Depois faz tudo certinho. – riu.

- Vão casar quando?– Juliette perguntou na lata.

- Que isso! Ta muito cedo, queremos curtir primeiro.

- Ta certo, vocês são novos ainda. Eu que quis logo essa vidinha de casada.

- Ta reclamando? Você adora!

- Adoro mesmo, não troco por nada.

Viajaram falando sobre relacionamento e Guilherme se revelou muito conservador. Juliette ficou admirada de ele aceitar numa boa o relacionamento dela com Sarah e nunca ter feito uma cara feia.

Quando a promotora chegou Sarah falava ao telefone com Kerline, contava das novidades e também recebia notícias do pessoal. Kerline Insistia em contar sobre a gravidez para os pais de Sarah, mas ela não deixou.

- Não Kerline, depois que eles nascerem eu vejo isso. E segura a língua de Luisa hein.

- Tudo bem.

- Vou desligar, Juliette acabou de chegar de viagem.

- Mande um beijo pra ela e outro pra você e os nenéns.

Desligou e foi até o escritório atrás de Juliette que guardava suas coisas.

- Chegou meu bem. Como foi por lá?

- Muito triste. O pai dela chorou, muitos amigos, reencontrei gente da faculdade. Todos emocionados.

Sarah olhava penalizada.

- Está com fome? Sua mãe já deitou, mas eu preparo algo pra você.

- Não quero jantar, mas você faz um sanduíche pra mim? To sentindo falta da sua comida. – sorriu.

- Claro amor, vem.

Sarah preparou um lanche e fez companhia para Juliette, acabou comendo com ela.

- Comprei uma coisa, vou te mostrar. – a morena limpou a boca e correu pra pegar o móbile.

Sarah foi atrás dela, mas andando devagar.

- Calma aí, não posso correr.

Juliette veio com uma caixa na mão.

- Achei a cara deles e sua. – entregou a ela.

Sarah abriu a caixa e viu o desenho do móbile.

- É lindo!

- Agora preciso aprender a montar. – fez uma cara de criança levada.

- Eu te ajudo. – sorriu pra ela. – Adorei amor! Vai ficar no quarto deles.

Abraçaram-se e Juliette sentiu a barriga de Sarah mexer.

- Mexeu! - pôs a mão e sentiu de novo. – Acho que gostaram do presente.

- Nos últimos dias eles têm mexido bastante. Hoje que você viajou eles ficaram quietos o dia todo. É só ouvirem a sua voz que eles se agitam.

- Eles sabem que a outra mãe é bagunceira. – agachou e ficou conversando com os nenéns.

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Sarah ria divertindo-se. Juliette dava beijinhos e passava a mão bem de leve, como se fizesse carinho neles.

No final do sétimo mês Sarah começou a ficar mais inchada e com dificuldade para andar por conta de dor nas pernas. Na consulta com Camilla de Lucas, a médica pediu que ela ficasse mais em casa e que já fosse se preparando para ter os bebês.

- Daqui pra frente Sarah estamos sob alerta, qualquer hora é hora. Deixe uma bolsa com roupas suas e dos bebês preparadas.

- Eu já fiz isso. – Juliette correu em responder.

- Desde o terceiro mês de gravidez que essa bolsa ta pronta. – Sarah revirou os olhos e riu.

- Precaução ué.

- Melhor assim não é Juliette? Os precavidos valem por dois. – Camilla de Lucas brincou com a promotora. – Procure ficar mais deitada e com os pés pra cima Sarah, isso alivia o inchaço e mantenha a dieta com pouco sal.

- Moleza isso, Sarah só gosta de doce.

- Doce pode, mas sem exagerar, não queremos uma diabetes gestacional já no fim.

Foram para o estúdio depois do consultório e Sarah já anunciou que iria se afastar até ganhar neném. Combinou com Felipe de segurar os dois estúdios e Diogo ficaria a postos também. Os funcionários a cumprimentaram e desejaram saúde e felicidades a ela e aos bebês. Depois foi pra casa acompanhada de
Fátima.

- Às vezes sinto que vou explodir.

- É assim mesmo, quando estava prestes a ganhar Juliette eu estava enorme. E ela nasceu grande hein?

- Tenho medo de acontecer alguma coisa comigo. – Sarah falou apreensiva. – Fátima... – olhou para a sogra. – Se me acontecer qualquer imprevisto, ajude Juliette, por favor.

- Que isso Sarah, não vai...

- Estou falando sério. – a interrompeu. – Se por acaso algo der errado, gostaria muito que meus filhos ficassem com vocês. Se dependesse de mim, minha família nem os conheceria, já que não estão dando a mínima para o que me acontece. – falou triste.

- Não vai acontecer nada querida, fica calma. Você está bem e os bebês vão nascer já cantando e dançando. – brincou.

Fátima ficou preocupada, mas quis acalmá-la. Sabia que aquela gestação tinha sido toda controlada por conta do cisto e que Sarah poderia sim ter algum tipo de complicação no parto. Não quis pensar negativo, então rezou para afastar aquela sensação.

Quando Sarah entrou no oitavo mês de gravidez Camilla de Lucas fez um ultrassom e viu que o cisto estava aumentando. Chamou Juliette para conversar a sós, para não preocupar a loirinha.

- Não quis que ela participasse dessa conversa, mas não é nada grave.

- O que houve?

- O cisto está aumentando e eu não posso dar mais medicação do que já estou dando, poderia prejudicar os bebês.

- Então...?

- Acho melhor marcarmos logo a cirurgia. Antes que as coisas se compliquem.

Voltaram para a sala e Camilla de Lucas conversou com Sarah.

- Quero marcar sua cesariana Sarah, acho que não precisa esperar mais. Logo que você tiver os bebês, a gente já marca a cirurgia para a histerectomia.

- É, nunca achei mesmo que fosse ter parto normal.

- Poderíamos tentar se não fosse o problema do cisto, mas seria arriscado.

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