único

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  Soergo-me do sofá, tudo novamente, barulhos de coisas caindo vindo da cozinha, barulhos insistentes e aquele quadro com aquela bendita criança chorando, aquilo era sinistro como minha mãe não percebia isso... eu já havia visto na internet a história desse tipo de quadro, também já ouvi comentários de alguns amigos que vinham aqui em casa falarem que aquilo era satânico, e eu realmente percebo isso,  mesmo dando esses toques a minha velha, ela não acreditava, parecia até enfeitiçada.

  Com o passar dos dias parei de falar para ela se desfazer do quadro, afinal ela não me escuta mesmo.

  Para aumentar meu medo estou sozinho em casa enquanto a mulher da casa, saiu com o novo namorado misterioso. Ela é uma guerreira por criar um filho sozinha, já que meu pai sumiu por dividas a um agiota, só que começar a namorar um cara estranho que não conhece nem a um mês, ao meu ver é um erro, mas ela está feliz, isso basta, eu aguento.

  Minha mente não para, tudo gira, fantasiando coisas, vultos e vozes me cercam. Olho pros lados agoniado, detesto esse astral, desde que minha mãe ganhou este quadro não suporto ficar nessa casa, em todos os cantos sinto olhares me rodeando.

   Meu corpo congela ao ouvir o som de algo caindo, o que eu faço? subo? ou fico aqui em pé ouvindo esses barulhos enquanto meus olhos percorrem esse quadro?

  Ficar aqui olhando essa criança sombria nem a pau, acho que vou subir, caminho até a escada sentindo medo de subir e também sentindo algo atrás de mim, a luz da sala diminui ficando super baixa. Baixo o pé no degrau e praticamente pulo de medo ao ouvir o barulho do telefone fixo tocar, dou dois passos voltando para trás do sofá e atendo.

Alô? Quem fala? pergunto ouvindo uma agitação do outro lado da linha.

Ela está morta! a voz grossa diz. A voz dele...

O que você fez com ela? pergunto involuntariamente.

Ora garoto, ela bateu o carro. Ligue a tv e veja. pego o controle em cima do acolchoado do sofá e ligo a tv com o telefone ainda junto ao ouvido. A primeira imagem me assombra, o carro de minha mãe todo quebrado e lá dentro ela, morta. — O freio não funcionou e com a batida ela morreu. a voz soa fria e próxima.

E por que a deixou sozinha? altero minha voz enquanto encaro a notícia na tv.

Porque eu estava te observando.

  A voz não sai do celular e sim de trás de mim. Realmente era ele, o namorado misterioso de minha mãe, minha mãe que agora se encontra morta.

Você a matou não é. grito me afastando do mesmo.

Quer mesmo saber? seu olhar frio percorre sobre mim. Ele caminha até o quadro e alisa o rosto da criança chorosa, quadro que ele deu a ela. Forjar uma briga e a fazer sair no carro com o freio cortado foi fácil, difícil foi quebrar seu pescoço para garantir a morte. um sorriso ladino macabro escapa de seu rosto.

  Eu estou chocado, me afasto dele chegando assim mais perto da escada, mas ele me alcança, segurando forte meu braço, o saltando após grudar a mão em meus cabelos e me puxar para junto de si.

Por que fez isso? lágrimas escapam de meus olhos. Ela confiou nele.

Já ouviu alguém falar o quão bom é ver o sofrimento das pessoas? Se você tivesse mais tempo deveria tentar... mas, sinto muito tirar essa oportunidade. seu rosto com pouca iluminação parece ainda mais sombrio. Adeus garoto. escuto sua risada horripilante e então...

Manhã seguinte...

  A rua cercada de polícia deixa os vizinhos assustados, não haviam escutado nada. A tia do garoto se aproxima do policial para ter informações.

Parente da vítima? – o policial pergunta para a mulher com rosto inchado pelo choro, havia perdido a irmã na noite anterior e agora o sobrinho, ela assente.

O que aconteceu com ele seu policial? as mãos apertam a bolsa que pegou assim que recebeu a notícia.

É complicado explicar, ninguém na rua viu nada, mas o mais provável é que a vítima caiu da escada, e quebrou o pescoço.

As investigações continuarão? ela pergunta com novas lágrimas descendo nos olhos.

Sim, irá continuar. E a vítima deixou uma carta para alguém da família. o policial entrega a carta com uma letra que a tia não conseguia decifrar se era mesmo do menino. Mas lá dizia:

"Se algo me acontecer, fique com o quadro, adoravámos muito ele."

E como último pedido. A tia levou o quadro, levou mesmo sem saber que a próxima vítima estava decretada no exato que pusera a mão no quadro da criança que chora...

fim.

fim

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Your worst nightmare.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora