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Não soube quanto tempo ficou desacordada, o ar estava escasso e havia uma parede arroxeada ao seu redor, seu corpo estava dormente e sua cabeça doía, um frio passava pela esfera e brincava com seu corpo. Um movimento semelhante ao balançar de um rabo chamou sua atenção e ela levantou o olhar para um trono negro flutuante, um ser de baixa estatura branco e roxo estava a observando com olhos cruéis e sádicos.

Um arrepio percorreu sua espinha, ele era perigoso, ao seu lado estava o soldado que a tirou de seu sono, literalmente se esfregou nela, e a jogou no meio da sala de reunião. Porque ele havia...! O cheiro! O cheiro dele ficou nela! Isso provocaria o príncipe e o iria fazer pensar irracionalmente!

- O que é você...? – O ser branco a encarava e agora ela pode perceber que ainda estava com o lençol no corpo. – Fraco e irritante... um terráqueo.

- S-sim... E o que é você? – Ela sibilou.

- Eu sou Freeza, o imperador do universo.

- É-é claro... O imperador que não conquista nada sozinho. – Ironizou e um sorriso cínico apareceu em seus lábios. – Eu me curvaria, mas estou ocupada majestade.

O imperador se enfureceu, desceu do trono e caminhou até ela com a palma a frente do corpo, sua cara não fazia jus a raiva que sentia, aquele ser inferior sem força estava sendo insolente e aprenderia a manter a língua dentro da boca ou iria fazer com que se afogasse as próprias palavras.

- O que disse?

- Eu disse-

Ela mal terminou a frase e seus gritos preencheram a sala, estava sendo eletrizada, cada centímetro do seu corpo queimava e sentia a eletricidade passar e estourar cada glóbulo existente. Apertou a mão se fechou e todos seus músculos se contraíram e por pouco não estouram diante da pressão.

Freeza encarava a garota que estava tentando se manter em pé ou pelo menos a dignidade. Rato imundo, pensou.

- Vamos ver se vai continuar falando palavras sem sentido.

- Perdão majestade.... a verdade dói? – Ficou cínica.

- Ora sua insolente.

Ela voltou a gritar, seu corpo queria descansar mas as ondas de eletricidade não a deixava desmaiar apenas sentir a dor que vinha segundos depois do formigamento, a contração dos braços a atrapalharam quando ela tentou inspecionar o nariz, como havia suspeitado, seu corpo já estava cobrando o preço de ser eletrocutada, seu nariz e ouvidos estavam sangrando, ela não ia abaixar a cabeça e deixar que ele a humilhasse ainda mais, iria resistir o quanto pudesse.

Sua cabeça a levava para a memória mais feliz com sua família, em um de seus aniversários ainda criança, não teve uma festa gigante ou uma entrevista para a mídia, apenas um bolo e um jantar em família e esse dia definitivamente foi o mais feliz da sua vida e agora ela estava passando pelo segundo pior, na verdade terceiro.

O bebê.

Ele estaria vivo? Ele não... sobreviveria a isso e nem ela, de certa forma, ambos seriam libertados de uma vida de escravidão e de desgraças maiores. Estaria fazendo um favor a eles.... Então porque se sentia culpada de pensar nisso?

Freeza então parou e focou sua atenção para a fêmea, era verdade.... Havia algo dentro dela e era semelhante a energia dos saiyajins... Ele queria ver que tipo de aberração estava crescendo nela.

- Chamem a equipe da área científica.

Enquanto isso Freeza prendeu a garota com correntes, observou a garota lutar contra suas correntes e se divertiu, mas iria deixar a diversão de lado, pela primeira vez ele saberia como os saiyajins procriavam e isso era uma chance que aparecia apenas uma vez.

Deixou a garota em pé enquanto sua equipe trazia alguns equipamentos, ela aguentou choques e talvez sobrevivesse. Sua equipe começou a apalpar a garota para ter uma noção de que tipo de espécie estavam lidando, a cobaia por sua vez começou a gritar palavras de negação e tentou chutar e acertar a equipe. Uma ação que fez o imperador prender suas pernas e tampar sua boca, os seres pequenos com cores distintas que possuíam aparência de um humano gordo e anão estava trazendo um computador pequeno e anotavam suas reações.

Um outro ser de cor azul com três dedos e que possuía espinhos como uma segunda camada de pele, sua pupila não possuía íris e era completamente rosa neon e sua boca era composta por uma fenda sem dentes e uma língua que ficava examinando o ar, da mesma maneira que as cobras se localizavam. Bulma tentou se afastar mas o ser pequeno e azul a trouxe para mais perto.

Sem pudor nenhum enfiou, o que ela supôs ser os dedos, dentro da sua intimidade para examinar e tentar achar o que o seu mestre havia mandado, a garota gritava palavras de baixo calão e chorava ao sentir os arranhados e machucados que estavam sendo feitos em seu interior, a dormência dos choques amenizava mas não o suficiente para não sentir.

Tentava puxar o corpo para trás e a ação estava criando resistência para o estudo do ser, ela não iria ser estudada por criaturas do mal e se eles pensavam que ela iria ficar quieta enquanto a cutucavam, estavam redondamente enganados, a única dificuldade que tinha agora era ignorar a dor dos choques anteriores e tentar se mover e se contorcer para não dar a resposta necessária para eles.

- Senhor, a criatura oferece resistência, teremos que tentar outros métodos.

O imperador concordou e as correntes a puxaram para que deitasse em uma maca fria e cinza, o ser aumentou suas pernas e ficou da altura da maca para que pudesse examinar a criatura escandalosa, a criatura juntou seus dedos que se transformou em uma lâmina coberta de energia, um arrepio se instalou na sua espinha e por desespero tentou se soltar, mas correntes prenderam na sua cintura, a imobilizaram totalmente.

Estava apavorada, além de estar nua em uma nave espacial, ela foi sequestrada dos sequestradores e agora estava sendo machucada, sua vida parecia um pesadelo, então rezou, rezou para que saísse desse pesadelo, tinha que se libertar, mas as correntes eram fortes demais. Percebeu que as correntes estavam queimando onde estavam presas, as laterais da sua boca, seu pulso e tornozelo estavam cheirando a carne queimada e ardiam conforme se movia só que não desistiria, não daria a eles o que precisavam, iria resistir mesmo que custasse sua vida.

O misto de desespero e ansiedade cresceram no minuto em que o ser começou a apalpar seu útero e localizou o que precisava. Ele se preparou para cortar, mesmo estando silenciada pelas correntes tentou gritar, o imperador se irritou e a eletrizou de novo. Bulma gritou quando a faca feita de carne perfurou sua pele e começou a rasgar, a  abrir e expor seus músculos, separando pele de músculo e musculo da carne.

O sangue escorria e a fazia ficar tonta, gritava quando sentia seus músculos sendo cortados e abertos fibra por fibra, de algum jeito ela mantinha a consciência e não era porque conseguia suportar a dor, alguma coisa a fazia se manter acordada enquanto sentia cada pedaço seu ser cortado, sentiu quando o vento gelado bateu em seu útero exposto e ficou apavorada, seu bebê estava em perigo! Ele iria morrer se ela não fizesse alguma coisa. Nesse momento, sua vida não importa, apenas a de seu filho. 

No mesmo instante uma explosão aconteceu, Vegeta surgiu em meio a poeira e raios elétricos olhou ao redor e seus olhos focaram na mulher exposta com sangue escorrendo do nariz, boca e ouvidos, sua pele estava aberta e seu útero exposto, na sua frente um ser estava com o sangue nas mãos e em uma delas estava um objeto afiado e a direita Freeza estava sorrindo.

Encontrou os olhos azuis com caminhos de lágrimas secos, estavam apavorados, não como na primeira vez que os viu, não estavam com um desejo imenso de luta, estavam acabados e temerosos. Algo explodiu dentro dele e refletiu em seus cabelos os tornando amarelos e sua áurea crescesse. Seu oponente de levantou e aplaudiu.

- Mas que bela apresentação macaco.

- Freeza... – Rosnou.

- O que? Está chateado porque peguei seu brinquedo?

- Eu vou te matar!  

E se?Onde histórias criam vida. Descubra agora