17° Capítulo - Acordo

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O Uzumaki tinha confiança e firmeza na voz, não havia chamado por Itachi em seu quarto se não fosse para tratar de assuntos sérios.

— O homem que arruinou a sua vida e a de Sasuke.

Itachi olhava desconfiado para Naruto, que não hesitava em olhá-lo com confiança. O cativeiro do refém nunca pareceu tão pequeno e claustrofóbico, o assunto fazia o estômago revirar.

— Danzō Shimura.

— Hmpf. Está blefando, esperando que eu te diga. Mas o Sasuke realmente o odeia, afinal, ele tentou mata-lo, não é mesmo?

— Não, eu tenho certeza do que estou falando. Tenho os meus meios de conseguir informações.

— O meu irmão só foi ingênuo e achou que poderia convencer o Governador a retirar a queixa do Estado contra ele, o ameaçando com um canivete suíço. Quando não conseguiu, cometeu as atrocidades que cometeu.

— Essa não é a verdade... é?

— É o que está na ficha dele, e foram os homens da lei que disseram, então deve ser verdade. Naruto, não se meta nessas coisas. Você é um cidadão de bem.

— Itachi eu quero fazer justiça. Querer isso para o país todo talvez seja pretensioso demais, mas se eu puder fazer para uma pessoa... para uma pessoa importante... já basta. Saber sobre essa parte do passado do Sasuke mudou totalmente a minha perspectiva. Se o Madara acha que eu posso fazer algo por ele, então eu quero fazer.

Itachi respirou fundo e apertou os olhos.

— Se envolver nisso é uma grande idiotice. — Olhou para ele, se assegurando de que estava sério.

— Então por que você continua? Agora vocês podem só fugir, sem olhar para trás, se desistirem de buscar vingança.

— Não é vingança, Naruto. — Suspirou e resolveu assumir. — Ele nunca vai parar de nos caçar.

— Mas ele nunca te encontrou.

— Porque ele nunca esteve atrás de mim.

Naruto franziu o cenho.

— Esteve atrás do Sasuke? Por que o Sasuke?

— Inicialmente, o meu irmãozinho era um meio de chegar ao chefe dos Uchiha, e depois a mim como segundo recurso, que era mais acessível do que o meu pai. Mas agora é por vingança. O Danzō nunca vai perdoa-lo pelo que ele fez. Se tiver de ir até o inferno para achar o meu irmão, ele irá. E não ficará satisfeito enquanto não o colocar outra vez na cadeia, ou a sete palmos abaixo do chão.

— Então por que tirou o Sasuke da Akatsuki? Ele estava "seguro" lá.

— Hmpf. — Riu. — E de que serviria estar vivo, passando a eternidade atrás daquelas grades?

— Mas ele tinha a mim. Eu não o deixaria, eu o faria feliz.

Itachi bufou e se sentou em sua cama.

— Kakuzu planejava transferi-lo, a mando de Danzō.

Os olhos azuis se arregalaram.

— Você só está supondo...

— No dia em que ele te chamou na sala dele, e Sasuke interviu, eu estava lá. O meu irmão o ameaçou, mas você acha que era o bastante para afugenta-lo? Kakuzu só se importa com quem molhar mais a sua mão. O Sasuke não estava a salvo na Akatsuki, ele não está a salvo em nenhum lugar.

— Então esse maldito Danzō tinha notícias dele através de Kakuzu?

— E de outros policiais corruptos. A relação de vocês só passou batido porque ele não tinha provas, mas depois daquele vídeo os seus olhos se encheram, ele viu uma oportunidade de lucrar. Você não o pagou, ele reportou a Danzō. Aposto que você já não trabalharia na Akatsuki no próximo mês.

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O Uzumaki suspirou.

— Sasuke nunca esteve fora da visão do Danzō, e ele nunca permitiria que fosse feliz. Eu quero que o meu irmão seja livre, Naruto. Verdadeiramente livre. Você sabe que sou um homem que planeja, acha que não analisei todas as minhas chances em todas as possibilidades? Se eu estou fazendo dessa forma, é porque é o único jeito.

— Eu... Eu entendo. Então o que faremos? Eu sou um grande alvo nas suas costas, e uma ótima desculpa para que ele feche a merda do país se quiser, para impedi-los de sair.

Itachi jogou os cabelos para trás e suspirou, olhando para a janela fechada.

— O que você propõe, Naruto?

— Eu não sabia o que fazer. Abandonar a minha carreira, a minha vida, para viver um romance criminoso? Isso é loucura. Mas deixar ir uma paixão como essa, do tipo que só aparece uma vez na vida, me parece muito mais insensato. Itachi, ainda que eu deixasse o seu irmão agora, o Danzō iria me ignorar?

— Dificilmente. — Ele suspirou. — Você poderia ser uma isca para atraí-lo de volta.

— Então não é como se eu tivesse muitas opções. Não há saída. Eu devia fugir com vocês e torcer para não sermos pegos, ainda que eu aumente esse risco exponencialmente?

— Você realmente faria uma merda dessas?

— Eu fugiria pelo seu irmão, eu largaria tudo... eu vou largar tudo por ele. Farei o que for preciso. Qualquer coisa.

Itachi o encarou seriamente.

— Você não devia.

— Apesar de não parecer, eu também sou um homem que analisa todas as suas possibilidades...

Ele levantou uma sobrancelha.

— Bem, às vezes... — Naruto suspirou e coçou os cabelos. — Então acho que teremos que ser cúmplices nessa merda. Diga ao Madara que eu ajudo com o que puder. Qualquer um que tentar machucar o Sasuke, mesmo que sejam meus colegas de profissão, meus amigos ou até a sua própria família... Eu não vou perdoar.

— Hmpf. — Riu. — Talvez agora eu esteja entendendo o porquê de ele ter dito que gostou de você. Você é determinado e destemido, lembra um pouco alguém que ele costumava gostar muito.

— Hum?

— Eu não quero envolver o Sasuke nisso e nem você.

— Como não quer envolve-lo? Acha que pode esconder dele? Como faria isso convivendo com ele todos os dias ao seu lado?

Itachi negou. Os olhos azuis se arregalaram.

— A menos que... Você não faria...?

Ele não respondeu.

— Então... os seus planos são mandá-lo para longe de você?

— Aquele homem é poderoso, e ele o quer, não posso deixar que chegue até o meu irmão. Terei que me separar do Sasuke por um tempo...

— Isso não é certo. Ele não quer se afastar de você, foi só por isso que veio nessa fuga. Ele não quer realmente a liberdade, ele quer estar onde você está.

O peito do moreno se apertou.

— Também é o que eu quero, porra! Não entende? Mas se não fosse por minha causa, os nossos pais não teriam morrido, ele não teria que ter passado por toda aquela merda! Se eu tivesse sido homem o bastante, eu... — Os olhos dele marejaram, ele desviou o olhar. — E se eu não puder protegê-lo de novo? Eu tenho que ser honesto em dizer que não confio em mim, e eu nunca me perdoaria se estragasse a vida dele outra vez. E tudo o que me rodeia são falhas e desgraças em consequência.

NO WAY OUT  | Keep Out Series Book 2Onde histórias criam vida. Descubra agora