O Idiota do Meu Vizinho

82° Cap.

06:00/ 26 de outubro, segunda.

Connor on

Ontem a tarde, Dylan veio aqui em casa. Ele acabou dormindo aqui, pois não queria voltar para casa. Não sei bem o motivo, mas suspeito que tenha a ver com o pai.

Como eu, ele também não tem uma das melhores relações com a família, por isso somos nossa própria família.

Nossos despertadores tocaram juntos hoje, fazendo um barulho bem alto e confuso, pois o toque dos dois são diferentes. Assim que desligamos, fiz minhas higienes e necessidades, e depois troquei de roupa.

Comi um sanduíche de pasta de amendoim com geleia antes de sair, e então fomos para a escola no carro de Dylan.

Assim que chegamos na escola, peguei minhas coisas em meu armário e fui para a primeira aula. Me sentei no fundo e acabei nem prestando atenção direito, só consegui pensar no jogo que é daqui três dias. Estou bem chateado por não poder jogar, mas fiquei mais tranquilo em saber que Frank ficará de reserva.

Jake assumiu meu papel de capitão no time, ele é um ótimo jogador, sei que vai dar conta. Não vejo a hora desse ombro melhorar. Só fazem cinco dias, mas parece uma eternidade!

Finalmente bateu o sinal para a segunda aula, então troquei de material e fui até a sala. Me sentei ao lado de Dylan que estava perto de Liz e Emma.

Connor: O que é tão engraçado?- perguntei deixando um sorriso escapar ao ver Emma e Liz rindo sem parar.

Dylan: Dormiram com o Patati Patatá essas duas.

Connor: Quem é Patati Patatá?- levantei uma sobrancelha.

Dylan: Não faço ideia, a Liz que vive falando quando eu tô rindo atoa.- deu de ombros e eu ri.

Liz: Ai, chega!- respirou fundo.- Minha barriga está doendo já.- secou as lágrimas que estavam em seus olhos de tanto rir.

Emma: A minha também.- tentou se recompor.

Dylan: No fim, estavam rindo de que?- elas se olharam e começaram a rir de novo.- Meu Deus...- balançou a cabeça e acabou soltando uma risada.

O professor chegou e as meninas pararam finalmente de rir, acho que nem elas sabem o motivo da risada. Quando deu o intervalo, sentei com as meninas, enquanto Scott e Dylan sentaram com o time para decidir algumas coisas do jogo.

Emma on

Connor está meio pra baixo hoje, imagino que seja pelo jogo que está próximo.

Emma: Ta tudo bem?- o olhei e o mesmo ainda estava a olhar para a mesa do time.- Connor...

Connor: Ahm... Que?- me olhou.- Desculpa, estava distraído.

Emma: Por que não vai lá com eles?

Connor: Pra ficar de fora?- arqueou as sobrancelhas e respirou fundo.- Não, obrigado.

Liz: Ué, você não é o capitão? Vai lá dar ideia de estratégia.

Connor: Jake é o capitão enquanto estou fora.- comeu um pedaço de sua maçã.- Pode me dar carona pro médico depois da aula?- olhou pra Liz.

Liz: Claro.- sorriu sem mostrar os dentes.- Mas, está tudo bem com seu braço?- olhou para o mesmo que está apoiado na tipóia.

Connor: Tudo bem não está, mas também, não está doendo mais como antes.

Emma: Logo logo já fica livre dessa coisa brega.- sorri e Liz me deu uma cotovelada por debaixo da mesa.- Ai!- Connor riu e depois deu uma última mordida em sua maçã.

O resto da manhã foi um saco. Logo que deu o horário de almoço, fui para o refeitório e comi um sanduíche. Depois, fui para a quadra para terminar de fazer a decoração do baile de halloween.

Não falta muita coisa, mas ainda precisamos colocar alguns enfeites no lugar.

Ana Liz on

Encontrei Connor no corredor e então fomos para meu carro. O levei até o consultório e fiquei na salinha de espera lendo uma revista de fofoca adolescente, tipo aquela antiga da Capricho.

Connor: Fica lendo essas baboseiras, daqui a pouco sua cabeça fica cheia de minhoca!- sorriu de canto e então me levantei.

Liz: Baboseiras nada, tá?- revirei de leve os olhos e coloquei a revista de volta na cesta.

Connor riu e então saímos do consultório. Entramos no carro e eu liguei o aquecedor, pois a temperatura está quase zero lá fora.

Liz: O que o doutor disse, em?- perguntei num tom levemente preocupada.

Connor: Meu ombro está melhor, já posso tirar a tipóia semana que vem se eu continuar cuidando e tomando os remédios do jeito que ele passou.- encostou a cabeça no banco.

Liz: Que ótimo!- sorri.- E o porquê dessa carinha?

Connor: Ainda não vou jogar, Liz.- resmungou.

Liz: No primeiro jogo.

Connor: No jogo mais importante!- me olhou.

Liz: É pro seu bem, e você sabe disso.- parei no sinal vermelho.- Continua cuidando certinho, que logo da pra jogar até baseball.- sorri e o mesmo revirou os olhos, logo encostando a cabeça na janela.- Que falta de originalidade, sou eu quem revira os olhos aqui!- revirei os olhos e voltei a andar com o carro.

Não sei como lidar com ele nesse momento, acho que o melhor é deixar Connor um pouco na dele, antes que eu receba uma resposta desagradável.

Entrei na garagem do prédio e estacionei em minha vaga. Peguei minha mochila no banco de trás e desci ainda em silêncio. Fui até o elevador e chamei.

Connor: Desculpa ter respondido meio seco...- pensou.- Está chateada comigo?- o olhei.

Liz: Lógico que não.

Connor: Por que ficou quieta então?- entrou no elevador

Liz: Percebi que não queria conversa.- sorri suavemente e entrei junto com ele.- Sei o quão triste está por não poder participar do jogo de abertura, mas não desanima não, quando menos esperar, estará em campo novamente.- olhei em seus olhos.

Connor: Obrigada por existir.- sorriu e então o beijei.

Paramos o beijo assim que o elevador abriu a porta, e quando olhamos para frente, tinha duas pessoas observando. Meu rosto ferveu de vergonha, e Connor me puxou para fora do elevador.

Após a porta fechar, ele começou a rir e eu acabei não aguentando também. Me despedi do mesmo com um selinho demorado, e depois entrei em casa.