JIMIN
Mesmo aceitando vir a um lugar totalmente fora do meu habitat natural, fiquei em dúvidas do começo ao fim do caminho se eu deveria ter aceitado, mas por incrível que pareça estava divertido. A conversa amigável, o clima na mesa estava convidativa, até mesmo Jungkook ao rever seus amigos da faculdade parecia pessoa diferente dos dias anteriores aquele, sorrindo, brincando. Não parecia que eu iria me arrepender de ter vindo.
—Cheguei cambada – um homem diz parando na nossa mesa, chamando a atenção de todos para ele. O estranho que o tal me parecia familiar.
—E aí Suho! Faz tempo, em! – o aniversariante diz ao mesmo. Arregalei os olhos, em estantes senti minha pressão cair e meu lábio formigar. Ele estava ainda parado no meio comprimento a todos enquanto eu me afundava cada vez mais na cadeira, o chão e eu já estamos nos tornando próximos.
—Você sabe que da cadeira não passa? – Jungkook brinca ao meu ver naquele estado vergonhoso, sorri sem graça voltando a me sentar direito mas ainda tentando me esconder com a mão.
—Olha só, quase todo mundo veio – Suho diz olhando em volta, seu olhar para direto em mim. Naquele momento imploro a Deus para ele tenha um pouquinho de simancol e fique quieto – Jimin? – Deus deve me odiar só pode. Tiro a mão do rosto sorrindo para o mesmo.
—Oi Suho – ele abre um enorme sorriso para mim.
—Eu não acreditando, Jimin! – ele se aproxima de mim surpreso e senta do meu lado.
—Nem eu – de todos os lugares eu tive que sentar logo do lado da única cadeira vazia.
—E vocês se conhecem da onde? – a que acredito ser Emi pergunta. Ele me olha com um sorriso diabólico, que me dá arrepio na espinha.
—De uma festa da minha antiga faculdade – digo apressado assim que o mesmo ameaçou abrir a boca.
—Qual é Jimin, nós fomos mais do que conhecidos de festa – fecho os olhos e mordo os lábios forte o suficiente para manter minha raiva controlada e não esmurrá-lo ali mesmo.
Suho foi um erro, um grande erro, não para falar a verdade Suho no top três dos maiores erros da minha vida. No começo era legal, ele era fofo,carinhoso e tudo mais até ele ficar muito possessivo.
Para minha sorte ele nunca mostrou agressividade comigo ou ameaçou me bater, mas aos a minha volta a conversa era outra. O mesmo não me deixava em paz, já peguei ele me seguindo várias vezes onde quer que eu fosse, quando estávamos juntos não desgrudava ou me deixava sair de perto por nada, nos dias em que eu saia sozinho ou com amigos – claro que fugindo dele – me ligava sem parar como louco e se soube onde eu estava ia me buscar como se eu fosse obrigado ficar só com ele. Teve um dia que o mesmo tentou bater no JB na minha frente, por meu amigo dizer que ele deveria parar com essa possessão doentia, ele até se atreveu a tentar me proibir de sair com o MEU amigos, aquilo para mim foi a gota d'água.
Foram os três meses da minha vida mais sufocantes. Brigas, o sentimento ser observado, a corda que eu sentia em meu pescoço, as inúmeras crises que tive, tudo isso eram sentimentos normais que sempre sentia junto a ele. Na época morávamos no mesmo país mas não no mesmo estado, então foi fácil fugir dele, mas agora com ele aqui hoje de novo.
Sentia todos olhando para mim, aquele sentimento de estar em uma gaiola sendo observado estava voltando com força, sentia meu peito arder e minha respiração falhar.
—Ei! Tá tudo bem? – o forte calor que senti em minha mão vinha da pessoa que me trouxe, a mesma que me olhava preocupada, seus olhos vagavam por o mais fundo nos meus olhos, sua mão aperta a minha com força.
—Estou bem – digo com um sorriso verídico de alívio, esse estranho alívio vinha dele.
—Vamos beber! – Emi bate a mão na intenção de chamar a atenção de todos, que na mesma hora ficam animados em encher a cara. Aproveito a deixa para puxar Suho para perto.
—Se abrir mais a boca do que isso, vai voltar para casa sem dentes – sussurro em seu ouvido
—Não vai querer estragar uma festa que nem sua né? – olho para o lado até Jungkook, que depois de duas longas semanas estressantes estava brincando, sorrindo e bebendo com os amigos. Eu não quero estragar isso, muito menos o aniversário de alguém.
Encosto na cadeira virando apenas um espectador silencioso, eu achei mesmo que isso daria certo, mas quanto mais animado as coisa ficavam, pior as coisas ficavam para mim.
A todo momento eu bebia copos e copos de álcool em silêncio, quando o maior me perguntava se eu estava bem eu simplesmente confirmava com um sorriso, mas na verdade era um inferno. As perguntas nojentas que eram sussurradas no meu ouvido, junto com seu hálito quente em meu pescoço que me dava arrepios horríveis, sua mão que percorria toda minha perna a explorando. Achei que bebendo conseguiria aturar, mas quanto mais bêbado eu ficava mais e mais eu queria sair de lá. No momento em que eu senti a mão dele tocar meu membro não aguentei e praticamente pulei da cadeira ficando em pé.
—Preciso de mais –digo com o copo vazia em mão e saí de lá quase que correndo. Quando chego no bar coloco a mão do rosto tentando manter calma a sensação de que iria vomitar.
—Ei por que está fugindo de mim? – ao me virar dei de cara com ele, Suho – Sabe o quão bom é te rever? – congelo sem saber o que fazer. Flashbacks do nosso relacionamento passam por mim – Você fica cada vez mais bonito.
—Obrigado Suho, mas isso foi a muito tempo – o mesmo leva sua mão até meu rosto, a única coisa que consegui fazer foi virar o rosto, seu toque me dava tanto nojo.
—Como você está sexy – ele ameaçou se aproximar, mas sorte a minha alguem da mesa o chamou, aproveitei essa chance para sair daquele bar o mais rápido que eu pude. Eu precisava sair do lado dele.
Vários anos de aula de luta para quando chega essas horas eu travo. Do lado de fora está tentando meu máximo para não vomitar no meio fio, me sentia tão nojento, sujo para falar a verdade. Não achei que esse relacionamento antigo tinha me feito tão mal. Pulei para longe quando alguém tocou meu ombro, me viro apavorado mas fico mais calmo ao dar de cara com o Jungkook todo desarrumado e ofegante.
—O que faz aqui? – pergunto forçando um sorriso grande.
—Eu te levo – ele anda até carro, mas o alcance antes que o mesmo chegue no carro.
—Calma! E os outros? Não podemos ir assim – forço uma animação que não me pertencia naquele momento, sei que eu me sentia mal de volta mas não queria arruinar tudo.
—Jimin só vamos embora – afirma sério parecendo sem paciência. O sigo de cabeça baixa até o automóvel. Eu realmente não devia ter saído de casa. Estava tão perdido em meus pensamentos autodepreciativos que só percebi que estávamos indo para a casa do maior quando o mesmo estacionou na frente.
—Por que estamos na sua casa? – me senti tonto quando a bebida finalmente começou a me atingir com força.
—Sinceramente eu não queria te deixar sozinho agora, principalmente quando está bêbado – ele parecia incomodado com algo e eu não quero arrumar confusão por agora, então só saio do carro o que não foi tão fácil já que quando eu dei um passo para longe do carro tropecei no meu próprio pé – Me deixa te ajudar.