Sakura
A única reação que meu corpo conseguiu esboçar diante daquele momento foi o de choque. Fiquei estática, sem conseguir falar ou me mexer por alguns minutos. E estranhei a paciência do Sasuke em relação a isso. Ele não falou nada, só ficou me fitando pacientemente como se já estivesse esperando que isso acontecesse.
O que eu deveria fazer agora? Bancar a covarde e sair correndo? Ou simplesmente optar por falar o que eu estava sentindo há dias?
— Eu nunca fui sua, Sasuke. — minha boca falou por si só. — Se você jogaria todo o seu futuro fora por mim, saiba que eu não faria o mesmo por você... eu jamais me trocaria por alguém. Irei sim para Cambridge e não será as migalhas dos seus sentimentos que me fará mudar de ideia.
Eu quase voltei atrás no que disse. O olhar magoado que Sasuke me lançou quase me fez repensar as palavras e beijá-lo ali mesmo. Mas eu não faria isso. Seria traição com os meus princípios. Tenho certeza que ele não se encontra mais magoado que eu.
— Dói ouvir isso, Sakura. — sua voz estava falha, como se estivesse segurando o choro.
Mantive minha postura de durona e sustentei o seu olhar.
— Você quer falar de dor? — falei entre dentes enquanto segurava minhas lágrimas de raiva. Por que eu tenho que ser tão chorona em momentos errados? — Não foi você que foi humilhado na frente de dezenas de pessoas que provavelmente estavam te chamando de vadia nos pensamentos. Você mentiu para mim e deixou que todos me atacassem naquele dia, nem se atreveu a me defender!
Ele me olhou abismado. Suas mãos puxaram o cabelo com força para trás e então soltou uma lufada de ar alta.
— Então o problema todo gira em torno disso? Eu não ter te defendido? — Sasuke franziu as sobrancelhas como se estivesse irritado. — Podemos ir até Massachusetts agora mesmo e te defendo na frente de quantas pessoas quiser.
Ri em descrença. Segurei o choro com todas as minhas forças, mas ainda sim lágrimas traiçoeiras desceram pelas minhas bochechas.
— Você é tão egoísta, Sasuke. Vai se ferrar.
— Não me importo com isso. Me chame do que quiser. Só me diga o que preciso fazer para ter você de volta.
Franzi os lábios. Deus...
— Não precisa fazer nada. Todo esforço que você fizesse seria em vão porque nada me faria voltar para você.
Nos encaramos por alguns segundos até que girei os calcanhares e saí dali segurando as lágrimas traiçoeiras. Venha atrás de mim, meu subconsciente gritou desesperado, mas Sasuke não veio. Fiquei torcendo para que suas mãos me parassem. Virei o corredor e isso não aconteceu.
(🌸)
As mãos da minha mãe faziam um carinho tão gostoso que já cheguei a dizer que elas eram uma ótima cura para qualquer decepção amorosa; do grau mais leve até o mais alto. Mas elas não estavam surtindo o efeito que eu desejava. Porque meu coração estava acabado de verdade; ele não estava quebrado, mas sim fragmentado de uma forma tão intensa que seus pedaços pareciam grãos de areia.
— Se sente disposta para ir ao baile agora? — mamãe perguntou depois de um certo tempo. Suas carícias cessaram e agora ela me encarava com aquele típico olhar de mãe cansada.
Me afundei ainda mais nas cobertas.
— Eu quero que o baile se dane. — resmunguei.
Fiquei absorta nos meus pensamentos —algo que agora acontecia com frequência — e não percebi minha mãe sair de fininho do quarto. Ela e o papai vem se esforçando para levantar o meu astral desde o acontecimento Massachusetts; devo ressaltar que sem nenhum sucesso.
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Dominateur
FanfictionO novo professor de matemática da Sakura era um homem lindo e misterioso que arrancava suspiros de todas as alunas. O que não sabiam era do seu lado obscuro, mas Sakura estava prestes a descobrir ao se envolver romanticamente com ele. Todos os pers...