26•

1.3K 168 40
                                    

P.O.Vs  Kara Danvers

Eu cheguei em casa completamente devastada, eu não sentia mais o chão para eu conseguir ficar em pé e me apoiar, a qualquer momento as lagrimas voltavam com força e o que mais me passava na cabeça era, como vou ajudar a minha família? Na boate, The Queen, não se ganha tanto por isso que eu tinha dois emprego, agora não sei o que fazer. Como vou arranjar um emprego bom? Se da outra vez não consegui um maravilhoso e dessa vez vai estar pior. Meus pais e minha irmã perceberam o quão abatida eu estou, porem respeitaram o momento e não questionaram o motivo por eu estar assim.

Eu liguei para o Winn contando que eu não iria hoje na boate porque estava sem animo algum para qualquer coisa, dei uma rápida explicação e o meu chefe entendeu perfeitamente me deixando faltar hoje. Winn é uma ótima pessoa e um bom amigo, vou me lembrar dele para sempre por estar me ajudando tanto.

- Filha. - Escutei minha mãe me chamando e logo ela abriu a porta do meu quarto. - Tomou banho?

- Sim. -Esfrego a toalha em meus cabelos molhados, eu tinha acabado de sair do banheiro.

- Vamos jantar, acabei de preparar uma carne com legumes. - Minha mãe sorriu docemente para mim.

- Tudo bem. - Dou de ombros e coloco a toalha no banheiro.

- Está tudo bem querida? Sabe que pode conversar comigo sempre que quiser.

- Uma outra hora eu converso, primeiro preciso digerir o que aconteceu. - Beijo a sua bochecha. - Agora vamos jantar.

Fomos para a cozinha e coloquei a comida em meu prato, meu pai não tirava os olhos de mim mas ficou em silencio sem perguntar nada. Sofia contava sobre a sua escola e ela parecia bem animada principalmente quando colocava a Lívia no meio, acho que minha irmã está apaixonada. Eu comia lentamente e ao mesmo tempo tentava me controlar para não chorar, assim que terminamos a janta, Sofia e meu pai foram para a sala assistir TV. Fiquei com a minha mãe ajudando-a a lavar louça.

- Não te vejo desse jeito a muito tempo. - Minha mãe comentou sem me olhar. - Lembro que você ficou muito triste quando contamos sobre a nossa condição ou aquele dia que falamos que estávamos indo a falência.

- Nem diga isso. - Nego com a cabeça. - Estou cansada demais para pensar nas consequências.

- As vezes eu queria saber o que se passa em sua cabeça, eu sei que você me esconde alguma coisa minha filha.

-Eu prometo que um dia vou te contar. - Sorrio fraco.

- Filha! - A voz do meu pai soou na cozinha - Lena está na sala a tua espera.

- Lena? - Perguntei confusa e ele afirmou, fui até a sala vendo-a em pé sem expressão alguma. - Oi.

- Oi Kara.- ela acenou com a cabeça. - Podemos conversar? A sós?

- Hum... Claro. - Dou de ombros. - Vamos no meu quarto.

- Certo.

Senti os olhares da minha família sobre nós, mas nem ligamos, entramos no meu quarto onde tratei de fechar a porta e tranca-la para que pudéssemos ficar a vontade. Lena se sentou na beirada de minha cama e eu puxei uma pequena cadeira para que eu ficasse de frente a ela querendo saber o motivo dela estar aqui.

- Qual é o assunto? - Perguntei querendo que ela fale logo de uma vez.

-Me responda uma coisa Kara porque você escondeu de mim?

- Escondi o que?

- Não se faça de besta pelo amor de Deus. - Cruzou os braços.

- Eu realmente não estou entendendo. - Falei confusa. - Você chegou aqui do nada querendo conversar comigo e depois fala umas coisas dessas, como quer que eu entenda...

- Você é a Stripper Danvers? - Era isso que faltava para que o meu mundo caísse de uma vez, eu fiquei em silencio sem saber o que responder e ela percebeu isso. - Responda-me!

- L-Lena...

- RESPONDA DANVERS. - Gritou extremamente furiosa.

- E-eu posso explicar... - Me levanto num salto - Lena me deixa explicar.

- ENTÃO CONFIRMA PARA MIM QUE VOCÊ É A STRIPPER.

- Sim eu sou. - Confirmei vendo seus olhos arregalados e o seu rosto avermelhado. - Mas...

- Como eu fui tão lerda a chegar nesse ponto? - Se perguntou. - O tempo todo estava na minha frente e eu não percebi essa porra.

- Lena...

- Caralho Kara, porque mentiu? Você é a porra de uma Stripper.

- EU POSSO EXPLICAR PORRA - Gritei já perdendo a paciência. - Cala essa maldita boca e me deixa explicar.

- Não venha falar desse jeito comigo sabendo que a mentirosa daqui é você. - Apontou o dedo para mim. - Me enganou varias e varias vezes enquanto a trouxa aqui. - Apontou pra si mesma - Estava toda preocupada com você e tentando ajudar a sua família.

-Mas eu não tenho culpa.

-Não? Claro que tem culpa, eu beijei você sendo Kara e Danvers. - andou de um lado para o outro

- São as mesmas pessoas, transei com a Danvers e os meus pensamentos só voavam na Kara, mesmo assim eu não sabia que era a mesma pessoa. - Deu ênfase em algumas palavras. - Mais que DROGA.

- QUEM É VOCÊ PRA FALAR ALGUMA MERDA? - A empurro vendo-a dar alguns passos para trás. - Você me pegava e depois ia para a boate...

- Não importa, são as mesmas pessoas.

-E SE NÃO FOSSE? SERIA UMA GRANDE FALTA DE RESPEITO. - Berro sentindo a minha voz ficando rouca e a raiva apenas aumentando. - Mas como não somos nada mesmo, você pode fazer o que bem quiser de sua vida Lena, eu estou pouco me fodendo e não temos relação para ficarmos dando palpite.

- Sua mentirosa. - Me agrediu verbalmente. - Como eu confiei em você? Uma maldita Stripper.

- Sou tão maldita que você ficava correndo atrás de mim. - Cuspi as palavras. - VOCÊ GOSTOU DO MEU BEIJO, GOSTOU DA NOSSA FODA, PRECISA DE MAIS ALGUMA COISA?

- O diretor Mahone fez o certo em te demitir.

Simplesmente me calei ao ouvir suas palavras duras, minhas pernas tremeram e eu comecei a suar frio. Acabei me apoiando na parede e o choro veio forte, joguei a vergonha no inferno e acabei soluçando sem me importa. Seus olhos verdes e sem brilho olhava cada movimento meu, levei a mão até os meus olhos chorando contra a minha mão. Lena soltou um suspiro pesado enquanto ficávamos em silencio, o único barulho era dos meus soluços e choro.

- Vai embora. - Mandei com a minha voz fraca.

- Kara...

- Vai embora Lena, você já me machucou o bastante e eu não quero ver nunca mais essa sua cara. - Mordo o meu lábio e a minha garganta estava ardendo de tanto que gritei hoje - Vai embora.

-Eu ainda vou ajudar o seu pai. - disse convicta. - Eu prometi a ele isso e vou cumprir.

- Faça isso por ele e não por mim. - Abro a porta do meu quarto. - Vá embora logo de uma vez.

Então, ela saiu dando uma última olhada para mim e eu percebi que ela queria chorar. Me joguei no chão e voltei a chorar compulsivamente.

Stripper- Supercorp.Onde histórias criam vida. Descubra agora