Amor & Intensidade

Looks like it's broken

Eu devia ter perguntado que se deixasse ela me levar até as nuvens, que ela tivesse certeza. Por que me tirar do chão só pra soltar minha mão lá em cima só vai me machucar. E a queda é grande. Não me prometa um passeio no paraíso, se sua intenção é me deixar no inferno.

Você devia me libertar. Mas talvez eu nem queira que você me liberte. Talvez eu só queria ser a pessoa que você ama, que tem medo de perder. Se você não queria, porque diabos agiu como se quisesse?

É engraçado como você passa anos se guardando, construindo muros, porque você sabe que esta merda dói e não quer arriscar. A pessoa vem, destrói seus muros, te deixa vulnerável... e esta tudo bem porque você confia nessa pessoa. Você se sente preparada e acha que ela está também.

E acreditar nessa pessoa pode ser o maior erro ou o maior acerto que você pode fazer. E ela chegou como quem planejasse ficar. Mudou algumas coisas de lugar. Ela teve o melhor de mim e fez uma bagunça com isso. Essa bagunça foi a única coisa que ficou com o resto que sobrou de mim.

O universo deve deixar ir aqueles que também não deram certo. Mas eu sinto falta. Não dela, mas da sensação. Estar apaixonada pode ser tão incrivelmente maravilhoso quanto pode ser esmagadoramente terrível. Eu sei que levar um pé na bunda é uma sensação horrível. Mas é melhor doer, do que não sentir nada.

Eu gostaria de te fazer senti minha falta, assim como eu sinto a sua.

Nos dias seguintes eu queria pegar todo mundo. Eu nunca gostei de ficar sem sentimentos, mas eu tinha a necessidade de tampar aquele vazio com selinhos no corredor e cantadas de qualquer uma.

Era como uma necessidade que eu tinha de mostrar pra ela que eu estava bem, mesmo que nem eu mesma acreditasse nisso.

Eu até queria ser uma pessoa fria. Daquelas que não sofrem, que não precisam segurar o choro, que superam rápido. Queria me envolver sem sentir muito. Mas o que acontece é que eu gosto dos sentimentos, embora alguns sejam ruins. Sera essa a maldição de quem ama ou quer amar?

E é horrível você não conseguir se relacionar com qualquer pessoa, por ficar procurando aquela conexão e aquela sensação incrível que você um dia encontrou em alguém.

E eu continuo falando sobre "é melhor doer do que não sentir nada", por que em algum momento dessa bagunça, eu tive uma crise existencial. Não aquelas crises existenciais de domingo, onde você quer dominar o mundo e não consegue. Uma crise das grandes.

Eu realmente achei que tinha desenvolvido algum tipo de bloqueio. Até com meus amigos eu tinha dificuldade de me sentir inteiramente confortável. No começo eu só sabia sentir, e em algum momento, eu comecei a não sentir nada. Nem raiva, nem tristeza, nem alegria. Nada.

As pessoas vinham atrás de mim, e eu não me importava no começo por que eu nunca fui de ficar só por ficar. Mas os dias passavam e eu não tinha uma crush sequer. Uma admiração por ninguém. Vontade nenhuma de fazer nada. E eu achei que estava no fundo do poço por não estar conseguindo nem amar a mim mesma.

Taylor escreveu uma música sobre como o momento parou quando ela descobriu que o perdeu. Ela parou no tempo. Ele seguiu em frente, e ela continua no mesmo lugar. É uma das minhas músicas favoritas.

Sabe que pra mim foi ao contrário... Eu me sentia anestesiada. É como se o tempo tivesse pena de mim, pena do que eu estava sentindo, e passasse rápido pra eu não sofrer. E ele passou tão rápido, que eu me perguntei se aquilo tinha realmente acontecido.

Eu não quero entregar meu coração pra outra estranha. Eu não quero me apaixonar novamente.

Até hoje me pergunto o que aconteceu com a gente.