ネコ//Izuku pov//ネコ
─ Vamos pare de correr! Não é legal lutar com você enquanto está nessa forma tão sem graça! - Eu digo sem nem ao menos me tocar do que saí da minha boca.
Sinto como se Nightmare tomasse conta do meu corpo novamente. Possessão, não é a primeira vez que o mesmo faz isso, já havia me explicado sobre.
Os únicos resquícios de Akane que eu via eram seu corpo desacordado e boa parte do seu cabelo foi cortado fora como um pedaço de papel e pela própria lâmina. Graças a forças maiores e sua resistência ela não está morta. Se estivesse, ele também não estaria.
Um descuido meu... Infelizmente.
─ Eu odeio que isso seja dessa forma! Vamos sei que pode me ouvir, queria que isso tivesse sido mais elaborado... Está me deixando muito triste, por favor vamos conversar.
─ Conversar sobre o que?! Você é um maluco psicótico! - Ele gritou, sabia que não tinha ido longe.
─ Sobre o que fez com a minha amiga... Está vendo? Ela está alí, vou fazer questão de levar sua cabeça de lembrança. - Eu bradei em sua direção, atirando meu corpo com aqueles tão confortantes fios negros.
─ Midoriya, não quer fazer isso! Seja lá o que estiverem te oferecendo, me escute!
─ Eh? Por que sempre acham que eu sou o manipulado? O que foi? Acha que eu seria enganado tão facilmente, All Might?
Ele me encara no fundo na minha alma, isso se eu tivesse alguma até certo ponto.
─ É bem triste que as coisas estejam indo rápido demais. Mas você arrancou muita coisa de nós, um futuro... e uma irmã. - Digo e o chuto em sua perna, o fazendo cair de costas. - É lamentável ver no que se tornou, em troca de um garoto que não faz ideia de como controlar o próprio poder herdado, e nem tem capacidade de salvar a vida de uma garotinha. Mirio, não é mesmo?
Esbraveei e o nojo na minha voz é tão presente quanto o sangue em minhas mangas até então brancas.
─ O que fez com a garota? Onde ela está?- Ele tenta gritar de volta, impedido de continuar a espernear pelo meu calçado fazendo pressão em seu pescoço.
─ E você se importa? - Ri sarcástico. - Eri está a salvo, minha filha está a salvo. Até então um tanto quanto feliz, por que tem uma família pra chamar de sua.
─ Como tem coragem de dizer uma bobagem dessas? - Questiona enquanto pede por ar, isso só me faz aumentar o aperto.
─ Com a mesma que tiveram de desistir dela, deixá-la nas mãos de Overhaul era a sua solução? Pois bem, All Might.
O mesmo segurava minha perna com força, o aperto não incomodou. O que me irritou foi o fato de estar morrendo tão rápido.
─ Não entendo. - Observo ele jorrando sangue de sua boca - Por que está morrendo?
─ Você é patético.
─ Oh sério? Não sou eu quem estou de joelhos, quase implorando por misericórdia. - Eu digo me abaixando em sua altura. - Se eu sou tão patético...
"Por que não me mata?"
...
...
...A frase parece chocar o mesmo. Que apenas arregala os olhos escuros dele.
Tirei um revólver prata fosco, calibre 38, da cintura e coloquei em sua frente.
─ Já deve ter visto uma dessas, vamos use. - Sentei em sua frente, com os joelhos no chão. Pagaria o que fosse para ver essa cara o tanto de vezes que vi vídeos do homem que estava na minha frente, com um revólver em mãos, salvando vidas.
─ All Might, eu não tenho uma individualidade, até porquê eu não nasci com uma e nem desenvolvi uma. Eu morri, All Might, eu estou morto. Naquele dia que me deixou em cima de um prédio qualquer, minha alma resolveu partir. Agora só sobrou um coração que mal bate, uma mente perturbada e um certificado de formatura.
Ele me olha por muito tempo. Esse rosto não está me agradando.
Sinceramente eu nem me importo mais em falar desses assuntos, eu não estou mentindo, não tenho nada dentro então não tem porque sofrer, ou chorar lágrimas insistentes.
Até porquê eu não me arrependo, é algo que eu sempre repito pra mim mesmo. Uma das únicas verdades absolutas sobre mim.
Mas também não consigo esconder a feição incomodada que o momento me faz ter.
─ Garoto, eu não vou matar você. - Ele diz com a voz um pouco surpresa e benevolente, bem estranho pra alguém que está com um revólver apontado para minha cara.
Essa fala me causa risos, risos que eu não posso controlar.
─ É claro que não.
Minha voz saí ríspida e eu me levanto, tirando o tapa olho que cobria mais uma vez aquele infame símbolo.
O outro lado então, tão vermelho que chega a brilhar.
O local era um tanto favorável, nada parecido com o corredor que matei Hawks, muito pelo contrário. Era deserto, não havia pessoas além de comerciantes de drogas e outros tipos de armas.
─ Que noite escura não acha? - Pergunto encarando o céu e logo voltando minha atenção ao homem que estava a se levantar.
─ Ainda tem uma chance... - Eu digo pondo minhas mãos ao alto.
─ Por que me matar se já conseguiu o poder que tanto queria? - Questiona.
─ Que tipo de pergunta é essa?! Tudo bem. Já que insiste. Eu vou matar você, e não vou usar esse poder para isso.
Forma tradicional. Cansativo.
A única coisa que ele parece conseguir pensar em fazer é esvaziar aquela arma.
─ Primeiro, me chamar de maluco psicótico foi muito indelicado da sua parte... E ok, eu não vou levar sua cabeça.
A cada momento eu me aproximava, e nessa aproximação era uma procura de algo para o último ataque.
Ele andava para trás, um passo atrás do outro. Ele não vai matar o médico psiquiatra mais famoso desse lugar, ele não pode.
─ Mas no fim das contas... Eu as vezes sou um pouco psicótico.
Uma facada direto na jugular interna dele. Akane estava certa, ter uma faca de bolso sempre é bom.
O observo cair. As suas mãos tentam estancar o sangue que jorrava sem parar.