Twenty Two

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Vi's POV

Era quase o fim da tarde, o que significava que meu trabalho havia acabado por agora. Antes de ir para casa, eu sempre costumava ir na delegacia, pegar as coisas e até mesmo dar um beijinho na Cupcake, que saía do trabalho mais tarde que eu. No entanto, naquele dia, confesso que estava com um pouco de medo de entrar na sala dela.
De qualquer forma, eu entrei. Ela estava na sua mesa, como de costume, parecendo mais calma.
Parada em frente a porta, soltei um suspiro e disse:

— Meu trabalho acabou, vim buscar minhas coisas. — após falar aquilo, andei até minhas manoplas e as coloquei.

Caitlyn estava ocupada lendo aquele bando de documentos que nunca sumiam da sua mesa, no entanto, ela balançou a cabeça de forma positiva.
Quando peguei minha bolsa e virei-me para a porta, resolvi me despedir:

— Te vejo mais tarde?

— Claro. — ela respondeu, distraída.

Abri um sorriso satisfeita, mas o sorriso se desfez assim que vi o quadro dos procurados.

— ... O que é aquela adaga ali?

— Obra daqueles piratas. — ela respondeu, dando uma baixa risada do que disse.

— Eles fizeram alguma coisa?

— Não, a dona Fortune apenas pediu para ir atrás da Jinx.

Foi a minha vez de rir.

— E você disse não, eu imagino.

— Na verdade, eu deixei. — arregalei os olhos.

Ah, que ótimo. Agora, eu não tinha mais que proteger minha irmã de Defensores. Tinha que defender ela também dos caçadores de recompensas.

— E por que você deixou ela ir, Caitlyn? — questionou, confusa.

No entanto, ela me olhou magoada. Não deveria estar esperando minha preocupação com o assunto.

— Que tipo de pergunta é essa?

— Ora, o tipo de pergunta que se faz! A capitã Fortune não é profissional, e você sabe que a Jinx...

— Eu sei como a Jinx é. Vai fazer ela sair correndo. — explicou. — Pare de se preocupar tanto com essa mulher, Violet.

Não é com ela que me preocupo.
Soltei um suspiro, e resolvi ir embora. Talvez pelo meu jeito de andar, Caitlyn já tivesse reparado que eu não ia para casa. Eu iria para Zaun.
Assim que eu cheguei mas Vielas, já me deparei com o bom e velho Ekko andando — ou seria melhor voando? — por aí com seu hoverboard. Soltei um alto assobio, que chamou a atenção do mesmo.

— Vi? Não esperava te ver aqui hoje. — ele disse, enquanto voltava para o chão.

— Eu sei, também não esperava. É que eu tô com um problema. — respondo. — Na verdade não eu, a Jinx. Tem uma caçadora de recompensas querendo prender ela, infelizmente, a Caitlyn não está sã hoje e deixou que ela viesse.

— E então você veio até aqui para impedir essa mulher de pegar a Jinx, como sempre, não? — ele revirou os olhos de tédio. Eu sabia que ele não gostava da forma como eu defendia minha irmã, mas sabia que eu não conseguia evitar.

— Exato. Então, você por acaso viu a Jinx ou uma mulher ruiva vestida de pirata por aí?

Ekko estava prestes a me responder, mas então, ouvimos o barulho de uma explosão. Um pouco mais atrás de nós, estava a fumaça, indicando onde era a guerra. Chefinho se virou para mim com um sorriso sacana de "seus problemas acabaram".

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— Já sabe onde a pirata e a maníaca estão. — ele brincou, subindo no hoverboard novamente e partindo para bem longe. — Me avise se morrer!

— Pode deixar! — respondo, correndo até a direção que o barulho e a fumaça vieram.

Quando cheguei, me deparei com a clássica visão de Jinx brigando com alguém. Ela corria pelos escombros, com uma rapidez absurda. Jogava granadas e atirava para onde sua oponente — isso é, Sarah — parecia determinada a acertar pelo menos uma vez nela.
Mas eu não tinha vindo ali apenas para ficar admirando. Assim que percebi que Powder preparava Fishbones para atacar, corri até a Fortune.

— Cuidado! — gritei, a empurrando no chão. Antes de cair comigo no chão, ela conseguiu dar um tiro certeiro em minha irmã, que provavelmente caiu.

Mesmo tendo sido salva, a capitã não gostou muito da minha atitude.

— Saía de cima de mim, sua formiga! — ela gritou. O "formiga" era por causa da minha estatura. — Olha o que você fez! Ela fugiu! Eu estava quase pegando ela e você estragou tudo!

— Sinto muito, dona, mas você não tem noção do que a próxima arma dela era capaz! — expliquei, me sentando no chão. — Confia em mim, é melhor que ela tenha fugido.

— Se amanhã não fosse Natal, eu acabaria com você!

— E seria presa por bater num Defensor.

— Justamente por isso que não te bato, não vou ficar na cadeia durante o Natal. — Sarah apoiou as mãos nos joelhos. Logo reparei que sua calça estava suja de sangue e o braço esquerdo também.

— Você está machucada, é melhor darmos um jeito nisso.

Sarah assentiu. Arrastei a mesa para fora de Zaun, mas não sem antes pedir para Ekko ver como a Jinx estava — nenhum de nós dois era capaz de deixar ela machucada e sozinha.
Minha casa era mais perto do que o hospital de Piltover, então, seria melhor irmos para lá.

— Fica parada, eu vou buscar um negócio. — eu disse, assim que a mesma se sentou no sofá.

Sarah assentiu, e eu fui até o banheiro. Sabia que a Caitlyn havia guardado a caixa de primeiros socorros por lá.
Voltei para a sala e me ajoelhei do lado da capitã Fortune no sofá. Limpei o machucado e comecei primeiro a fazer os pontos no braço.

— Pode levantar um pouco a calça? Preciso ver o machucado da perna. — pedi, depois de terminar.

Ela assentiu, e levantou a calça até a altura do ferimento.

— Você já pensou em ser enfermeira? — ela sugeriu, enquanto eu limpava. — É boa nessas coisas.

— Ah não, não tenho paciência para lidar com muitos pacientes. Só precisei aprender a me virar com machucados. — comentei, rindo. — Eu costumo me meter em brigas frequentes.

— Ah, sim, percebi. Está estampado na sua cara.

Respirei fundo.

— Eu tenho tantas cicatrizes assim?

— Mais do que qualquer marujo que já conheci.

Soltamos uma gargalhada, e infelizmente, na hora que Caitlyn abriu a porta.
Ah, não.
Ela, obviamente, nos olhou irada. Sarah olhou para mim aflita — ela e toda Piltover já sabiam muito bem que Caitlyn não estava de bom humor hoje.

— O que essa mulher está fazendo na nossa casa?! — esbravejou a Kiramman.

— Caitlyn, ela se machucou enquanto estava em Zaun. — expliquei. — Quando eu a vi, trouxe ela para cá para cuidarmos dos ferimentos.

Trato é TratoWhere stories live. Discover now