Capítulo 6.

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Lavínia.

Já havia se passado uma semana do ocorrido com George. Já tinhamos repassado tudo para o pai de Nanami, e eles conseguiram acessos privados de George para aprimorar a pesquisa. Ele nos seguia, já fomos avisados que aquele homem está nos caçando. Bem, eu matei uma penca de seus homens.

Nessa semana, ficamos a maior parte do tempo nesse apartamento, compramos até um video game para passar o tempo, nunca tinha tido um, ou jogado algo, foi divertido pra caralho.

Dou a última golada do meu café, e depois sigo para a varanda pra abrir as cortinas que davam a visão de Páris. Senti o sol quente bater no meu rosto, nos meus pés. 8:00 am.

--- Você ama essa varanda -- a voz rouca atrás de mim me fez abrir os olhos, mas não me virei.

--- A vista daqui é linda -- olhei para a paisagem, era incrível.

-- Porque nunca veio pra Paris? Você tem condições, já é adulta o suficiente -- eu não me sentia adulta, eu ainda era uma menina pedindo a permissão dos pais para qualquer coisa.

-- Meu pai é um merda -- respondi, e naquele momento eu senti vontade de fumar. Ultimamente seu corpo exigia menos o cigarro, mas lembrar no que sua vida era, te fazia implorar por um.

-- Você não se dá bem com ele? -- sua pergunta me fez gargalhar.

-- Eu só chamo ele de pai porque isso é menos pior do que dizer seu nome --- fiz uma careta. Aquele velho nunca seria seu pai, nunca o consideraria.

-- E sua mãe? -- ele perguntou, e isso te fez arrepiar. Era dai que vinha todo o ódio de seu pai, sua mãe havia morrido por conta do seu parto, e você era a culpada. Odiava lembrar dos momentos que seu pai a culpou por isso, como também odiava pensar nela, não queria imaginar ela igual ao seu pai.

-- Ela morreu quando eu nasci -- respondi em um suspiro fundo.

Apertei a xícara entre meus dedos e caminhei devolta a cozinha, não havia mais papo ali, não pelo menos sobre minha vida.

Flashback on

13/12/2005

-- Pai você está me machucando -- meus olhos lacrimejaram. Meu pai estava me arrastando para algum tipo de lugar escuro e mal cheiroso.

-- Você não queria um presente de aniversário? Vou garantir que esse seja o melhor benefício de sua vida -- sua voz era ríspida, e eu sentia vontades de soluçar de medo.

-- Pai, eu não quero mais seu presente -- meu queixo tremeu. Seu aperto no meu pulso me puxou para uma sala muito mal cheirosa, tinha corpos mortos jogados pelo chão. Tapei meus olhos, tentando acordar desse pesadelo. Mas suas mãos as arrancaram de meus olhos.

-- Olhe para isso Lavínia -- sua voz suja me obrigou a abrir os olhos, lágrimas constantes caiam.

-- Sr. Milik ela é só uma criança -- a voz de Lupin ecoou atrás de nós.

-- Cala essa sua boca Lupin -- meu pai respondeu de uma forma grossa. Olhei para o homem pendurado em uma corda a nossa frente, sentia vontades de vomitar. -- Você está sendo criada para matar Lavínia, você vai ser a minha vampirinha. -- ameacei soluçar -- Ta vendo aquele cara ali, ele é um merda, matou vários dos meus homens só por causa de drogas. E sabe o que você vai fazer com ele hoje? Você vai mata-lo.

Neguei rapidamente com a cabeça enquanto tentava me afastar daquilo, daquele lugar. Meu corpo magro não tinha forças suficiente para me soltar de seu agarre.

--- Não! Eu não quero pai, eu não quero matar ninguém por favor -- comecei a chorar. Mas ele me empurrou para ficar na frente do homem, pegou uma arma qualquer na minha frente, ajustando minha mão nela.

A Vida Que Nós Poderiamos Ter - Nanami KentoOnde histórias criam vida. Descubra agora