Os dois dias seguintes transcorreram sem grandes incidentes, a não ser que se levasse em conta o sexto caldeirão derretido por Neville na aula de Poções. O Professor Snape, que, durante as férias, parecia ter alcançado novos níveis em sua gana de se vingar do garoto, deu-lhe uma detenção, da qual Neville voltou com um colapso nervoso, pois teve que destripar uma barrica de iguanas. Era do conhecimento de todos que Snape queria realmente o lugar de professor de Artes das Trevas, e acabara de perdê-lo pelo quarto ano seguido.
Snape detestara todos os professores anteriores dessa matéria e demonstrara isso — mas parecia ter extrema cautela para esconder sua animosidade contra Olho-Tonto Moody.
Os alunos da quarta série da Grifinória e da Sonserina estavam tão ansiosos para ter a primeira aula com Moody que, na quinta-feira, chegaram logo depois do almoço e fizeram fila à porta da sala, antes mesmo da sineta tocar. Astrid sentia seu estômago se revirando e um frio subiu sua espinha quando ela entrou na sala, Draco ao ver o desconforto da garota segurou a mão dela e a puxou para o fundo da sala.
— Está tudo bem? — ele perguntou sussurrando.
— Sim... eu só tive uma sensação ruim — ela sussurrou de volta. Ele começou a acariciar a mão da garota esperando o professor chegar.
Não tardaram a ouvir os passos sincopados de Moody que vinha pelo corredor e que, ao entrar na sala, parecia mais estranho e amedrontador que nunca. Seu pé de madeira em garra aparecia ligeiramente por baixo das vestes.
— Podem guardar isso — rosnou ele, apoiando-se na escrivaninha para se sentar —, esses livros. Não vão precisar deles.
Os alunos tornaram a guardar os livros nas mochilas, Rony tinha um ar excitado. Moody apanhou a folha de chamada, sacudiu sua longa juba de cabelos grisalhos para afastá-los do rosto contorcido e marcado, e começou a chamar os nomes, seu olho normal percorrendo a lista e o olho mágico girando, fixando-se em cada aluno quando ele respondia.
