Viver em um relacionamento abusivo é uma das piores situações que uma mulher pode passar.
Ser rejeitada, humilhada e feita de objeto, em certo momento, torna-se um ser minúsculo e depressivo. Mas quando finalmente fecha os olhos para a dor e todo...
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"Eu me saboto, me auto destruo, não me acho suficiente em nada e crio pensamentos ruins sobre quem eu sou.
Isso vai acabando comigo cada dia mais..."
—Autor Desconhecido—
Era tudo muito diferente, em questão de 24 horas minha vida deu um salto para uma direção que não imaginava, principalmente o fato de estar de mãos dadas com meu chefe no elevador do prédio onde fica o apartamento da minha amiga, indo ao encontro de minha filha que passou um dia inteiro longe de mim.
Bem, era realmente algo estranho, mas um estranho que me fazia feliz. Meu corpo borbulha em felicidade, e mesmo que eu tentasse explicar ou demonstrar alguma coisa, não conseguiria, o tamanho desse turbilhão de sentimentos que estou sentindo era incapaz de ser descrito por mim.
Respirei fundo quando o elevador abriu, estava completamente inerte e perdida em meus pensamentos, incapaz de perceber que eu estava sendo observada pelo meu chefe.
— Está tudo bem? — Dominic chamou minha atenção com sua pergunta enquanto me conduzia para o apartamento de Lúcia.
Dominic era um cara cheio de artifício que me atraia. Além de ser extremamente educado e bom de cama, ele tinha todo esse instinto de proteção que aguçava todos os meus desejos por ele. Talvez a falta de alguém que pudesse me proteger como ele faz, fez com que minha admiração por ele aumentasse cada vez mais.
— Acho que sim. — Confessei.
Dominic me olhou confuso e instantaneamente parou me fazendo olhar para ele. Com suas sobrancelhas franzidas ele perguntou.
— Quer conversar? — Passou os dedos de forma descontraída em alguns cachos rebeldes que insistiam em ficar nos meus olhos. — Algo está te incomodando? — Uma de suas mãos acariciou minha bochecha descendo em direção ao meu queixo e indo ao pescoço, onde ele a deixou delicadamente.
Não tinha meios de fugir desse interrogatório, mesmo que eu seja do tipo de mulher que não gosta de dar explicação ou satisfações, sentia necessidade de fazer isso com Dominic. Precisava deixar claro para ele que nem tudo era muito simples para mim, que nada era fácil de lidar e de engolir mesmo que eu o desejava tanto e do fato de querer ele para mim.
— Não sei como reagir a tudo isso. — Comentei, deixando todos os meus medos transparentes para ele. — Não sei se isso é certo e se vai funcionar, é estranho! Até ontem eu era sua funcionária. — Dominic me interrompeu.
— Você ainda é minha funcionária, e isso só mudará se você quiser, caso contrário você é a única em que confio para cuidar da minha agenda. — O suspiro veio, mas de tão fundo que meu ar ficou pouco em segundos me fazendo puxar um novo ar novamente. — Estamos juntos Ynnara! Eu quero você assim como você me quer, eu não estou preocupado com o que vai acontecer e sim como posso te fazer ficar ao meu lado. — Por um momento fiquei inquieta, por isso meu corpo balançou em direção contrária das mãos grande de Dominic. Fugir de sua bolha de proteção, só assim para que eu possa entender o que ele me fala. — Sei que é tudo novo. Para mim também é, mas minha vontade de ficar com você é tão grande que nada pode me impedir de conseguir isso. A não ser você.
