" S/N! Venha aqui "
Eu olhei pra empregada chefe em pânico,
apertando o cabo da vassoura forte o suficiente para que o balde em minha outra mão balançasse.
Eu nunca chamei muita atenção nesse acampamento, então quando acontece, é provavelmente algo ruim.
Eu fiz algo errado?
Coloquei meu equipamento no chão e me apressei até a empregada chefe. O acampamento está ocupado hoje. As mulheres estão correndo por ai, preparando seus cabelos e ajeitando a maquiagem para encontrarem o Mestre. Elas pintaram sua pele com linhas douradas e colocaram flores em seus cabelos.
Eu passei pelos seus altos, e corpos curvos até chegar a empregada chefe, algumas franziram o rosto enquanto eu passava. Eu não sou uma estranha para os seus olhos. Eu pareço tão feia e fedorento quanto a minha vassoura. A rejeição social me fazia chorar, mas eu aprendi a ignorar.
"Sim?" - Eu perguntei olhando para baixo. A raça dos Zolano são rigorosos sobre contato visual.
"Entra, a sessão já vai começar!"
"Oque...sessão?" - levou um certo tempo para que eu achasse as palavras certas. Ainda tenho dificuldade falando a lingua deles.
"Nós estamos revendo as regras sobre os quartos! Se apresse!" Ela balançou suas mãos vermelhas. As mulheres desse lugar são vermelhas, ao contrário de mim que tem uma cor humana bem comum.
"Mas eu..."
Não faz sentido eu estar aqui, eu não tenho que escutar as regras dos quartos pois eu não sou um 'entreterimento'. Eu sou apenas uma faxineira. Nenhum 'alien' quer foder com alguém feio como eu, uma humana incapaz de aguentar um soldado. Pelo menos foi oque o Ronton me disse.
Os olhos das altas mulheres Zolano me perseguiram assim que eu coloquei minha cabeça ali dentro. Tecnicamente eu posso olhar para seus olhos, já que elas não são de um status maior que o meu, mas ainda assim eu preferi olhar para minhas sandálias abarrotadas. Eu prefiro paz ao invés de orgulho, é melhor desse jeito.
"Certo, garotas" - A empregada chefe fala da frente.
As mulheres estão em linhas de cinco. Tem vinte delas aqui. Eu sou a estranha de fora, aquela que acaba com o padrão. Típico.
Todas as mulheres vieram aqui por vontade própria, desesperadas para a talvez viagem da sua vida.
"Ei, ei. Parem com essas risadinhas, o Mestre vai estar aqui a qualquer momento e nós temos muito oque rever."
Eu não consigo ver a empregada chefe daqui de trás. As mulheres são muitos altas, criando um lençol de carne vermelha a minha frente, é engraçado que eu sou a diferentona dessa sociedade.
"Eu sei que vocês estão ansiosas para serem a primeira a cavalgar no nosso mestre, mas vocês precisam entender as regras, os mestres não são seus amigos, eles irão te dar muito prazer, mas também muito medo se vocês quebrarem as regras."
'Mestres'. Eles me deixam aterrorizados, eu só vi a sombra de um, e foi o necessário pra me deixar tremendo.
Os chefes são homens, criados para batalhas e reprodução. Eles se divertem socando seus inimigos e enfiando seu pênis nas mulheres. Eles são a elite da raça de homens, são invencíveis quando então em momentos de fúria. Foder mulheres os enche de adrenalina, então o governo decidiu criar esse acampamento. Os mestres fodem antes da luta, e isso os da poder e força pra destruir qualquer inimigo que entre nos seus caminhos.
Mas esse presente também tem uma maldição, os chefes são psicologicamente superiores, eles são incapazes de sentir excitação e felicidade. Eles são máquinas de carne.
"Silêncio!" - A empregada chega gritou.
"Escutem cuidadosamente, os mestres não sentem prazer em machucar mulheres fisicamente, mas eles normalmente perdem a calma e destroem a propriedade e qualquer homem que os façam se sentir ameaçados. Você pode se machucar se estiver no lugar errado, as regras estão aqui pra te prevenir e não os irritarem. Vocês têm que aderir as regras, ou serão expulsas do acampamento."
As mulheres se calaram.
"Bem. Regra número 1 não olhar em seus olhos - nenhuma! eu não ligo se você pensa que o Mestre é um doce com você, ou se você pensa que os entende, não teste sua sorte. Nenhuma de vocês é especial, tudo que eles querem com você é prazer.
Não fazer contato visual é fácil. Eu sou fã dessa regra pois me deixa longe de problema.
" Regra número 2, não ultrapassem! Eles são territorialistas e odeiam quando veem alguém no seu espaço! A única exceção pra essa regra é a S/N pois ela é a faxineira."
Seus olhos estão vidrados em mim. Eu posso senti-los.
"Regra número 3, sem contato. Todas as vezes que eles cavalgam é em lugares públicos. Se algum chefe estiver interessado em cavalgar com você, e você estiver interessada, você deve se inclinar e agarrar seus calcanhares. Isso diminui o contato. Se você não estiver interessado diga não e espere eles irem embora. Eles não vão te tocar sem o seu consenso!"
Cavalgar quer dizer foder.
Eu não estou surpresa por essa regra, os Zolanos não são tímidos eles cavalgam em todos os lugares se estiverem a fim.
"S/N" - escutei alguém gritar.
Eu me virei pra entrada da tenda, onde o cozinheiro estava. Ele é um homem velho, mas não é um mestre. Ele nasceu um homem comum.
"Me desculpe empregada chefe, eu preciso dela urgentemente!"
"Então vá" - suspirou a empregada chefe.
Eu saí da tenda.
"Tantre está muito bravo porque você não terminou seus afazeres. Você tem que limpar o quanto do nosso Mestre!"
"Desculpa, eu ia terminar, mas a empregada chefe-----"
"Desculpas esfarrapadas, volte ao trabalho."
Quando eu era pequena eu tinha medo que gritassem comigo, eu ainda tenho, mas agora eu consigo manter minha cabeça no lugar.
Eu peguei meus utensílios e fui até a tenda vermelha no canto do acampamento. É a maior, com bandeira vermelha no topo, a bandeira bate como se fosse um aviso para me manter longe dali.
O mestre não chegou ainda, então essa tenda está vazia e fria. O meu trabalho é varrer as folhas do lado de fora, arrumar a cama, preparar a tinta para escrever, e tudo mais que tiver que ser feito.
Eu coloquei minhas coisas no chão e comecei. Não demorou muito para que eu terminasse, eu sou muito boa no que faço.
Eu escutei meu chefe vindo para tenda. Dei uma última olhada, olhei para entrada e saí, mas o sol foi tampado por uma coisa dura como Rocha. Eu me segurei para me estabilizar, agarrei um braço enorme.
Eu deveria ter fechado meus olhos e me desculpado profundamente, mas eu estava surpresa, e cometi o erro de olhar para cima. Encontrei dois frios, e mortos olhos azuis.
O mestre está em casa, e eu burlei pelo menos duas regras.
Não tocar e absolutamente não fazer contato visual.
