Capítulo 57

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No fim do dia, Dio retornou para casa, e pouco depois, Jonathan também chegou.

Dio estava no quarto quando entrou em casa, o que ajudou a esconder o presente até o dia seguinte.

O dia terminou normalmente, com nada mais interessante acontecendo.

No dia seguinte, Dio acordou cedo, como em qualquer outro dia.

Se lembrava do convite de Jotaro, que na verdade foi imposto sobre si, e pensava se realmente deveria ir.

Achava estranho a idéia de comemorar seu aniversário, mas também não era como se estivesse indo fazer uma festa ou algo do tipo. Ele apenas estava indo sair durante um dia como qualquer outro.

É... Era exatamente isso. Por que deveria achar isso estranho? Estava tudo bem.

Começou a se arrumar normalmente, como Jotaro havia lhe falado, não fazendo nada fora de seu padrão.

Sete e meia da manhã, ouviu batidas em sua porta.

Já era Jotaro?

Desconfiado, abriu a porta, encontrando Jonathan em pé em sua porta. Com aquele sorriso fofo e sem jeito.

— Feliz aniversário, Dio.

Ele não tinha reação para isso. Deveria ser a primeira vez que recebia um "feliz aniversário".

Viu Jonathan lhe erguer uma caixa retangular, bastante elegante a propósito...

A segurou ainda sem reação. A olhando um tanto surpreso.

Jonathan achou fofa essa reação, ou então a falta de uma.

— eu espero que goste. — disse enquanto o via encarar a caixa.

Dio então a abriu. E a propósito, ela tinha espaço para uma tranca, como um cadeado, o que lhe chamou muita atenção.

Olhou confuso e curioso para o punhal na caixa. Confuso por muitos motivos, mas curioso pela arma em si.

Viu seu nome escrito na lâmina. Pegou a adaga e a encarou.

— é bem bonita não é? — sorria calmo. — Eu achei que combinava bastante com você. Apenas... Tente não matar ninguém com ela. — disse com leve nervosismo.

— qual o sentido de me dar uma arma branca e me falar para não utilizá-la? — perguntou parecendo indiferente, mas tendo seus olhos centrados na adaga, que analisava com tanto cuidado.

— ah... Decoração? — disse sem jeito. — só não quero que cometa algum crime. — disse com uma pontada de preocupação.

Dio continuou a olha-lo com atenção, mas sem esboçar uma reação.

— ham... Você gostou? — Jonathan peguntou inseguro.

— sim... — a guardou novamente com cuidado na caixa e a fechou. — ... Obrigado. — disse baixo, de cabeça baixa, mas alto o suficiente para que o outro ouvisse.

Jonathan sorriu contente por ele ter gostado e agradecido, então o abraçou com força.

Dio olhou surpreso e assustado antes de curvar as sobrancelhas em desagrado e grunhir com o aperto.

— tá, me solta. — disse firme.

Ou ao menos tentou. Jonathan era bem forte e esse abraço estava bem apertado.

— desculpa. — disse sem jeito enquanto o soltava.

Dio respirou fundo e se ajeitou.

Olhou Jonathan de cima a baixo, vendo-o vestido como de costume.

— você... — disse baixo. — Jotaro tinha me chamado para sair hoje... Você quer ir junto...? — perguntou hesitante.

O Joestar lhe olhou surpreso. Não sabia que Jotaro havia lhe convidado para saírem. Sabia que eles andavam relativamente próximos, mas não imaginou que fosse tanto. E se surpreendia ainda mais por estar sendo convidado por Dio.

— você quer que eu vá...? — perguntou com brilho nos olhos.

— não é como se eu fizesse questão. Na verdade, eu realmente não me importo, acho tolice fazer algo como comemorar aniversários. Mas já que estou indo e você vive em cima de mim, pensei em te chamar para ir junto. Então não pense que eu estou te convidando para sair ou algo do tipo. É apenas algo... Entre amigos. — disse parecendo irritado e constrangido.

Jonathan sorriu. Deveria ser a primeira vez que Dio o chama de amigo. Mesmo que ele tentasse mostrar que não se importa, Jojo sabia que se importava. E gostava disso. Dessa forma peculiar que o loiro tinha de mostrar que se importa.

— sim, eu quero. — disse feliz.

Jamais assumiria isso, principalmente em voz alta, mas Dio realmente gostava de ver Jonathan feliz.

Seus sentimentos controversos realmente lhe causavam angústia. Gostava de ver o garoto sofrer em suas mãos, assim como gostava de vê-lo feliz. Qual era o sentido?

Isso tudo era bastante cansativo.

— vamos para onde?

— também não sei. Jotaro apenas falou para sairmos. Já Erina falou para irmos ao cinema...

— ah? Erina? Ela também vai? — perguntou confuso e curioso. — não sabia que vocês eram amigos...

Dio fechou os olhos lentamente enquanto pensava que talvez tenha falado de mais. Como iria explicar que andava saindo com a namorada dele sem parecer algo estranho? Não queria dizer que aceitou a ajuda dela em um projeto de auto controle, mas também não queria que ele pensasse que estavam tendo um caso.

Não que ter um caso com ela seja um grande problema, porém preferia evitar certas coisas.

— é... Não exatamente... Nós conversamos um pouco depois do seu aniversário, nada de mais.

— oh... Isso... É bom! — disse um tanto incerto. — fico feliz que estejam se dando bem. — sorriu.

Dio cerrou suavemente os olhos, achando estranho, porém interessante, a reação de Jonathan.

— eu vou ir me arrumar. Vamos sair que horas? — perguntou animado.

— não sei... Jotaro falou que ia passar aqui as oito.

— ótimo! Fico pronto em um instante! — disse e então saiu correndo.

Dio o viu ir em direção ao salão principal para subir até seu quarto.

Respirou fundo, tentando se convencer de que seria apenas uma saída normal a um cinema.

Quem estava querendo enganar?

Ele estava indo sair com o garoto que ele gosta, a namorada do garoto que ele gosta e o irmão do garoto que ele gosta.

Não havia nada de normal nisso.

Que piada.

Não deveria ter convidado Jojo. Provavelmente isso deixaria as coisas um pouco menos estranhas.

Agora iria tentar se convencer de que esse passeio não seria um completo fiasco.

Bom, pior do que seus outros aniversários não poderia ser.

Se pensasse mais afundo no que sentia, perceberia que na verdade estava ansioso por está indo comemorar o próprio aniversário pela primeira vez.

Algo tão simples mas que para Dio era simplesmente surreal...

Essa sensação, esse sentimento de paz e conforto que tanto lhe causava ansiedade e irritação... Seria isso se sentir amado?

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