01 - Agnes

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Agnes Ferreira | Cachinhos 🎀

As coisas nunca foram fáceis para mim, aos 7 fui abandonada pela minha mãe, aos 16 meu irmão mais velho foi assassinado a sangue frio, ele era vapor, um ano após a morte do meu irmão meu pai descobriu o câncer, e aí tudo que já estava desandado começou a desandar mais, somente eu trabalhando, me virando em dois empregos que não chegavam nem ao valor do aluguel, acabei sendo cortada do emprego lá na pista, sobrando somente o aqui do morro, no bar da Cátia, não recebo muito, mas está dando pra pagar os remédios do meu pai. Agora aos meus 20 tento manter a casa e as coisas do meu pai, e ainda faço curso, ganhei uma bolsa nele, manicure.


Agnes: Quer comer algo pai?! — Pego os remédios e entrego ao mesmo. —

Rogério: Não minha filha estou bem, sem fome. Vai ao curso hoje? — Pega os remédios da minha mão e eu encaro o mesmo. —

Agnes: Vou sim, a Camila vai passar aqui pra irmos juntas, dona Cátia vai ficar aqui contigo, qualquer coisa me liga ok? O celular vai estar com som caso precise de algo. — Abro os armários vendo somente um pacote de pão. — vou atrasar pra chegar hoje, tentar comprar algo no mercado.

Rogério: Queria tanto poder te ajudar minha filha.

Agnes: Fica tranquilo, não precisa eu consigo pai, você cuidou de mim durante anos e está na hora de eu cuidar de você agora. — beijo sua testa e logo faço pão com manteiga pro mesmo e deixo em frente a ele.

Minha casa com meu pai não é tão grande mas também não é tão pequena, tem três quartos, um banheiro, sala e cozinha, lavanderia e um pequeno quintal, logo saio dos meus pensamentos com a porta se abrindo logo passando um furacão chamado Camila.

Camila: Oi tio, bença. — Da um beijo na testa do meu pai.—

Rogério: Deus abençoe minha filha.

Camila: Agnes, estão precisando de algo? Minha mãe mandou perguntar, lá no mercadinho está sobrando.

A mãe da Camila trabalha no mercadinho aqui do morro, Tia Ana é incrível.

Agnes: Vou passar lá pra agradecer ela, se não fosse vocês não sei o que seria da gente. — sorrio pra mesma. — e o seu relacionamento com o Italiano? Pararam de brigar? — digo mudando de assunto pro meu pai não escutar, o mesmo estava assistindo televisão.

Camila: Estamos bem, aquele embuste tá procurando alguém pra fazer visita pro Talibã sabe? Que foi preso, 5 mil, mas o dondoco não quer as mesmas de sempre, Joice deu até pt lá na boca. — diz se sentando no banco da cozinha. —

Agnes: E pensar que ela já andou com a gente — Dou risada — 5 mil pra fazer o que?

Camila: Pelo que eu sei, levar comida e alguns recados daqui, você sabe Italiano não me
fala muito dessas coisas não. — da de ombros. —

Agnes: entendi, vamos? Estou pronta. — me levanto e beijo a cabeça do meu pai logo saindo de casa junto de Camila.

Vamos descendo o morro em direção a dona Cátia.

Agnes: Dona Cátia, deixei os remédios tudo separado tá? — ela assente. — obrigado por ficar com ele pra mim, qualquer coisa me liga.

Dona Cátia: Pode deixar, vai com Deus.

Assinto logo seguindo caminho com a Camila tagarelando coisas que acabo não dando
muita importância, pois minha mente estava em como vou pagar o aluguel da casa...

Italiano: Oi amor. — da um beijo em Camila, logo vira pra mim. — Queria bater um lero com tu.

Agnes: Se for sobre o aluguel, eu vou pagar até dia 10.

Italiano: É isso não pô, patrão tá querendo
uma mina pra visita e pensei em tu e comentei com ele. Ele tá dando uma meta boa, se tu for da até pra ir pra 10 mil se falar a situação que tu tá.

Camila: Tu tá louco, minha amiga não vai fazer isso. Vem vamos. — diz me puxando. —

Italiano: Pensa aí pô, tem até amanhã. É uma meta boa da pra ajudar no tratamento do teu pai.

Agnes: Eu vou pensar, agora tenho que ir. — puxo Camila, e vamos direto pro curso, ela faz design de sobrancelha, porém é no mesmo local que eu.

O restante do dia passou tranquilo, assisti as aulas e ganhei o equipamento de alongamento completo! Após o curso trabalhei no bar da dona Cátia e guiei pra casa, notando um roda de pessoas em volta da porta, logo avistando meu pai desmaiado ali.....

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