ABSTINÊNCIA

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Volto para a festa tentando parecer o mais normal possível.
Procuro os meus pais, afinal são os únicos que ainda me sinto à vontade, o clima com Angel tá mega estranho e não sei se consigo ser a mesma como antes.

O garçom passa e pego mais uma taça de champanhe rose, meu favorito e apenas fecho os olhos saboreando a bebida com a garganta ainda seca pelo que aconteceu mais cedo.

Abro os olhos e vejo Ethan me comendo de longe, franzo a testa, agora preciso sustentar a história de ter um namorado e viro o rosto.

_ Anne, a gente pode conversar? Angel chega do meu lado me tirando daquela situação e eu a agradeço mentalmente.

_ Claro, o que houve? Pergunto já entusiasmada pela bebida e pegando mais uma taça.

_ Sei que aqui não é o momento, então queria saber se podemos conversar outro dia.

_ Sim, pode ser amanhã, aqui mesmo. O que acha ? Indago.

_ Poderia ser na minha casa ? Ela sugere.

_ Sim, estarei lá.

Todos começam sair aos poucos, inclusive os meus pais, estou com um motorista então vamos separados. Mamãe está exausta então eu fico com os convidados mais próximos para despedi-los.

Todos já se foram e eu fico com a chave do café para entregar ao segurança após terminar de empilhar os livros.

Jogo os saltos pra o lado, faço um coque no cabelo e começo a trabalhar até ouvir a porta abrir de repente.
Viro e lá está ele: Henry com uma calça bege, camisa social branca com as mãos nos bolsos e seu Rolex no braço.

_ O que faz aqui? A festa já acabou . Indago bem curiosa.

_ Disseram que é aqui que tem uma princesa trabalhando sozinha a essas horas e bem feliz por sinal. Ele sorrir vindo em minha direção.

_ Você é meu chefe e não queria que me visse assim. Sorriu meio sem graça.

_ Primeiro: não sou chefe, temos as mesmas funções.
Segundo: assim como? Sexy e feliz? Acredite esse seu lado é perfeito.

Nesse momento tenho vontade de beija-lo, mais não posso deixar o álcool confundir as coisas.

_ Eu o beijaria facilmente depois desses elogios. Brinco e me viro para pegar os próximos livros.

_ E porque não beija ? Ele está bem na minha frente com mais alguns livros na mão.

Largo todos os livros e logo nos beijamos. Ele tem um beijo leve, calmo, profundo mais cuidadoso.
Sinto suas mãos pousarem delicadamente sobre minha cintura e depois de algum tempo paramos.

Ele pousa sua testa sob a minha, solta um suspiro longo até romper o silêncio.

_ Espero que você não esteja tão alcoolizada a ponto de esquecer amanhã o que aconteceu agora. Ele sussurra.

_ Se você me contar o que veio fazer aqui, prometo não esquecer. Brinco.

_ Tenho uma reunião aqui mesmo com o dono desse café, expansão de franquias. Ia te falar resolvi deixar você aproveitar a família. Amanhã mesmo volto para Seattle. Volta comigo ?

_ Ah ótimo. Não posso, prometi ficar com meus pais o final de semana, mais te vejo na reunião terça. Além do mais: imagina se algum paparazzi ver o homem mais cobiçado da cidade com uma pessoa? Seu fã club me acaba. Brinco.

Ele se aproxima mais uma vez, levanta minha cabeça para me fazer olhar nos seus olhos.

_ Oito meses Anne, desde a primeira vez que te vi e começamos a trabalhar juntos. Te namorei de longe, te observei e jamais pensei em avançar os limites sem sua permissão ou sem que você demonstrasse algum interesse.

Pareço está em abstinência de caráter, sobriedade e sexo. Só agora percebo que estou a tanto tempo sem sexo.

Pouso meus braços em seu pescoço e começamos a nos beijar novamente, dessa vez com mais determinação e eu deixo meu corpo livre para que ele possa passar a mão.

Ele me faz andar de costas ainda nos beijando até a mesa, e me deita, começo a abrir os botões de sua camisa enquanto ele passa a mão em minha coxa subindo o meu vestido.
Olho nos seus olhos em sinal de aprovação e ele sorrir de maneira calorosa me beijando e passando a mão em minha lingerie por baixo do vestido. Ele sobe o meu vestido, deixando minha lingerie vermelha amostra . Passa sua mão grande em minhas partes íntimas e eu arqueio implorando para que ele me coma.

Ouço alguém tossir de repente e nos levantamos rapidamente da mesa.
Henry começa a fechar os botões da camisa e quando olho, lá está; Ethan.

Ele está com os olhos negros e punhos cerrados a sua feição me deixa com medo e atordoada.

_ Anne, seus pais me pedirem para levar a senhorita até em casa. Ele fala grosso.

Aquilo me deixa confusa, meus pais não pediram, seja lá o que ele veio fazer, agora mostrei que tenho um " namorado"

_ Obrigada, mais acho que vou com o meu namorado. Falo morta de vergonha de Henry pois vou parecer uma louca. Acabamos de ficar e já o chamo assim.

Henry da passos em direção a Ethan, estende o braço e se apresenta. Ethan apenas aperta a sua mão sem dizer absolutamente nada. Até dirigir a palavra a mim novamente.

_ Desculpa, apenas preciso cumprir ordens. Preciso levá-la.

_ Tudo bem princesa , te vejo na terça-feira. Assim é melhor pois você volta em segurança.

Olho pra Ethan que está bufando nesse momento. Afinal; ele me chamava assim.

Viro para Henry e nos beijamos mais uma vez e agora, fiz questão de demorar. Após beija-lo puxo seu lábio inferior com os dentes e ele geme sem se importar com a presença de Ethan.

_ Ansiosa pra terça-feira. Falo em seu ouvido e ouço a gargalhada dele estourar no lugar.

Me afasto e passo direto por Ethan e como já sei qual é o carro dele apenas entro e bato a porta.
Ele entra em silêncio e saímos. Pelo espelho nossos olhares se cruza de vez em quanto.
Eu resolvo quebrar o silêncio.

_ Porque voltou lá ?

_ Porque eu quis Anne Lourenço. Ele fala com raiva. Pode me agradecer, aquele cara tava te comendo com os olhos.

_ Não são isso que os casais fazem ? Fodem e se comem com os olhos? Grito.

Ethan acelera ainda mais e agora entramos em discussão.

_ Esse não é o caminho de casa. Volta agora. Esbravejo.

Pra que? Pra você ir encontrar aquele play boizinho de merda?

Ele freia bruscamente e paramos no meio do nada em silêncio. Ele bate no volante algumas vezes e percebo o quão alterado de raiva e bebida ele está. Vejo ele puxando a gravata borboleta do pescoço e a joga no chão do carro.

Passo para o banco da frente rapidamente e meu instinto no momento é abraçá-lo.
Então sento no seu colo, ele puxa o banco para trás me dando mais espaço entre ele e o volante.

Então nos abraçamos e sinto a respiração ofegante e acelerada dele, sinto seu peito batendo forte e não falo nada. Apenas permaneço ali pensando no quanto o nosso abraço ainda se encaixa tão bem.

Desfaço o abraço e permaneço em seu colo, olho nos seus olhos e vejo lágrimas descerem. Começo a chorar porque por mais que eu não queria admitir eu ainda o amo.

_ Vou te levar pra casa. Ele fala

Saio do seu colo e fazemos o trajeto correto em silêncio. Chegando em casa eu apenas agradeço e entro.

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Ela se soltou até demais, e Henry é tão fofo eu não esperava por isso

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