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Mariah


Visto umas calças pretas com uma camisa branca, e uns botins pretos. Não quero ir demasiado vistosa, até porque não é o meu estilo. Coloco também uns grandes brincos pretos e faço uma maquilhagem com um delineado. Vou até ao lugar combinado e espero. Passado alguns minutos de espera uma mota para á minha frente, o condutor da mesma retira o capacete e deparo-me com o Harry. Mexe no seu cabelo como sempre, e sem dizer uma unica palavra dá-me um capacete. Eu sento-me ele arranca.


"Nunca andei de mota..." digo. Ele continua sem dizer uma única palavra. Agarro-me á sua cintura, pois não sabia outra maneira de me agarrar. Ao fazê-lo, ele olha para trás e sorri, apesar de continuar mudo.


Pára em frente á praia.


"Agora já falas?" digo.

"Claro, eu apenas te queria deixar ansiosa." chutou. "O sitio onde te quero levar a seguir, vai reabrir daqui a 30 minutos então bora dar uma volta na praia até lá?"

"Tu convidaste, tu decides." chuto.

Começamos a andar.

"Sabes que se tu tivesses algo contra irmos para a praia, terias dito 'tu convidaste, eu decido', certo?" diz ele tentando atestar outra das suas teorias.

"Provavelmente." digo enquanto me sento na areia. Harry senta-se ao meu lado.

"Sabes... Eu adoro esta praia. Onde eu morava antes, um sítio não muito interessante, a praia era muito longe. Agora, fica super perto da minha casa." diz.

"Tu moras sozinho?" chuto. "Nunca falamos sobre isso..."

"Antes sim, mas agora um rapaz mudou-se para lá." diz. "Torna-se mais fácil de pagar as contas assim."

"Como é?"

"É simpático, moreno..."

"Não é o rapaz!" exclamo. "A tua casa..."

"Oh, sim..." ri. "É um apartamento, todo branco, literalmente, todos moveis são brancos, faz parecer o lugar maior e eu adoro... Mas uma parte da casa é onde trabalho então esta mais pintando e cheio de telas... Depois tem o quarto do rapaz novo que é o único separado do resto..."

"Casa de sonho portanto..." digo.

"Se quiseres deixo-te viver lá!" chuta. Empurro-o.

"Deixa de ser parvo!" digo. "Já podemos ir para aquele lugar secreto?"

"Sim, penso que sim..." diz enquanto se levanta e me dá a sua mão para me puxar para cima.


Voltamos para cima da mota e o Harry arranca. Pára em frente de um edifício branco, um museu. Obvio. Entra, compra os bilhetes e entramos. É um museu muito pequeno mas com coisas maravilhosas. Eu e o Harry decidimos ir cada um pelo seu lado porque é preferível ver obras assim.


O Harry fica muito mais tempo que eu em cada obra, para mim parecem-me todas bastante banais. Chego a um quadro mais ou menos no meio da sala, era perfeito.


Admirei cada detalhe e cada traço. Transmitia-me alegria em alguns pontos e tristeza noutros apesar de ser todo a preto e branco. Não conseguia parar de olhar, apenas o queria levar para casa. Sinto o Harry ao meu lado durante alguns minutos...

LathingOnde histórias criam vida. Descubra agora