PROLOGUE ⋆ 20 YEARS AGO

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PRELÚDIO : DIÁRIO #1

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PRELÚDIO : DIÁRIO #1

Eu não lembro qual foi a primeira vez na minha vida que eu escrevi em um diário, mas sei que era bem nova

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Eu não lembro qual foi a primeira vez na minha vida que eu escrevi em um diário, mas sei que era bem nova. Voltar a fazer isso agora, depois de tanto tempo, ainda me deixa desconfortável, mas é algo que eu preciso fazer.

Eu não quero esquecer porque sei que um dia isso vai acontecer.

O tempo passa e algumas memórias se perdem. Escrever parece a forma certa de manter essas memórias, já que eu perdi qualquer tipo de tecnologia avançada depois que tudo isso começou. Nada de câmeras, celulares, computadores. Tudo se perdeu naquele dia.

Tudo mesmo.

Até uma parte minha.

A melhor ideia que tenho para manter aquelas memórias vivas, é eterniza-las nessas páginas gastas. Contar exatamente cada momento que eu ainda me lembro, cada pequeno detalhe que ainda persiste. Até mesmo as partes ruins que me visitam quando estou dormindo, invadem meu sono e transformam meus sonhos em pesadelos.

Se eu colocar pra fora dessa forma, talvez consiga me sentir diferente em relação a tudo. Talvez algum dia eu consiga me perdoar...

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PRÓLOGO : 20 ANOS ATRÁS❝ dream a little, dream of me ❞

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PRÓLOGO : 20 ANOS ATRÁS
dream a little, dream of me ❞

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀─ ⠀ SETEMBRO 26, 23:30⠀ ⠀New Haven, Connecticut⠀⠀⠀⠀⠀

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⠀─ ⠀ SETEMBRO 26, 23:30
⠀ ⠀New Haven, Connecticut
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A MÚSICA QUE TOCAVA NO RÁDIO era "Dream A Little Dream Of Me" da Ella Fitzgerald, um clássico, que também era a música favorita de sua mãe e que a fazia recordar de casa. Trazia para ela uma sensação de conforto.

A melodia suave combinava com aquele anoitecer chuvoso e trazia a mente da jovem as noites passadas em sua antiga casa, noites em que Laurie Adams passou na cozinha lavando a louça do jantar, aquela letra que conhecia saindo de seu lábios enquanto se preparava para o turno noturno no hospital. Um belo sorriso em seu rosto.

Riley tinha em sua memória a lembrança de se esgueirar pelo corredor, mesmo depois de seu toque de recolher, para poder observa-la sendo tão ela mesma ao escutar sua canção favorita tocando no rádio. Outra vezes, fazia questão de ficar e ajudar a guardar a louça, depois que Sally havia ido para a cama e a decepção da falta de retorno de John ainda pairava no ar, mas estava prestes a se dissipar conforme elas trabalhavam juntas e cantavam aquela música.

A casa estava tão silenciosa que poderiam ouvir os grilos do lado de fora, então o rádio começava a tocar os primeiros acordes e o mundo de Riley começava a se resumir unicamente aquele momento. Era apenas as duas e a mesma música de sempre tocando no velho aparelho que ficava na cozinha.

Como uma promessa silenciosa de que sempre estariam juntas, sua mãe cantava olhando diretamente em seus olhos, suas orbes brilhavam em devoção pura, encantada pela mulher e suas feições doces, enquanto recitava a letra com nada mais que amor em seu coração. Riley adorava noites como aquela e sempre desejava poder retornar para elas.

Mas isso nunca mais poderia ser possível.

Abrindo os olhos, sem nem perceber que os havia fechado, Riley se forçou de volta a realidade, notando que já estavam em mais da metade do caminho. Desde que seu pai a pegou na estação de New Haven, a viagem de carro entre eles foi silenciosa, tão quieta que a garota poderia notar a pequena camada de tensão no ar a sufocando a cada momento que passava.

✓  US AGAINST THE WORLD  |  JOEL MILLERWhere stories live. Discover now