BETRAYAL

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Não estou conseguindo me concentrar em nada hoje, tudo porque eu não falo com a Nina desde de ontem, ou ela que não fala comigo

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Não estou conseguindo me concentrar em nada hoje, tudo porque eu não falo com a Nina desde de ontem, ou ela que não fala comigo. Já liguei, mandei mensagens, tentei falar até com o Patrick e nada dela me responder, a última mensagem dela pra mim foi " tive um problema, depois te explico" e nunca mais apareceu para me dar notícias. Tudo bem que às vezes nós precisamos de um tempo só nosso e ter alguém pressionando atrapalha, mas eu só queria um sinal de vida, qualquer coisa.

Desço as escadas enquanto tento ligar para ela, mas toda hora dá "celular desligado ou fora da área de cobertura", onde essa garota se enfiou?. PA está jogado no sofá procurando um filme na televisão, eu falei pra descer pro cinema mas ele é um preguiçoso, então acabou ficando pela sala mesmo. Me joguei ao lado dele, frustrada por não ter conseguido falar com a Nina, agora eu estou começando a ficar preocupada, ela nunca fez isso.

-Não conseguiu falar com ela? -Neguei com a cabeça e suspirei frustrado, eu odeio ficar sem notícias e a Nina sabe como eu fico aflita quando ela some, ok, ela nunca sumiu assim, mas já me viu ficar estressada pelo mesmo motivo com outras pessoas.

-Você conseguiu falar com o Patrick? -Isso estava acabando comigo, porque nenhum dos dois respondia ou atendia as ligações, eu já havia infernizando o PA o dia todo para que ele tentasse falar com o Patrick e nada.

-Só aquela mensalidade de ontem a noite -A mesma mensagem que a Nina me enviou, "tive um problema, depois te explico", eu não conseguia pensar em nenhum motivo plausível para eles brigarem assim, do nada, mas até agora era a possibilidade menos assustadora, os dois brigaram e estão tentando se resolver sem a nossa interferência.

Quando resolvi relaxar ao lado do PA, ouvi a porta se abrir e por um breve momento me assustei, até ver a Nina entrando em casa e eu finalmente pude respirar aliviada. Corri até ela para abraçá-la, ela retribuiu um pouco assustada, me afastei um pouco dela para observá-la, percebi que os olhos dela estavam vermelhos e inchados, o que fez ela chorar?

-O que aconteceu Nina? Eu estava preocupada -Nina respirou fundo e fechou a porta atrás dela, ela olhou para o chão e depois voltou a olhar para mim, os olhos dela se encheram de lágrimas, eu não estava entendendo nada.

-A gente pode falar lá em cima? -Apenas concordei com a cabeça e deixe que ela fosse na frente, peguei a mala dela para que ela não tivesse que carregar nada, olhei para o PA que parecia tão confuso quanto eu, quando cheguei nas escadas escutei o PA atendendo o celular e falando "o que aconteceu Patrick?", agora está claro, os dois brigaram e pelo visto a briga foi feia.

-A gente pode falar lá em cima? -Apenas concordei com a cabeça e deixe que ela fosse na frente, peguei a mala dela para que ela não tivesse que carregar nada, olhei para o PA que parecia tão confuso quanto eu, quando cheguei nas escadas escutei o ...

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Algumas horas antes…

Não gosto de ficar indo e vindo, odeio ficar pegando voos com muito frequência, mas tudo pela minha mudança para o Rio, eu espero que dessa vez a Jade não resolva que vai voltar para Europa e me deixar sozinha naquela cada enorme, não que seja uma coisa um ruim morar no Rio, mas ficar sozinha na maior parte do tempo naquela mansão é terrível.

Eu me orgulhava de ser uma pessoa muito eficiente e organizada, portanto eu odiava qualquer tipo de enrolação e aparentemente toda secretária de faculdade é enrolada, tanto que levei quase manhã toda e o começo da tarde para resolver o que eu precisava, mas ainda tinha tempo para voltar para o Rio, o que significa que se eu conseguir convencer o Patrick a ir para o Rio hoje ainda vou ter tempo de pegar um sol na praia. Esse foi um dos meus vícios adquiridos desde que eu passei a ficar no Rio com a Jade, ir para praia quase todos os dias era um caminho sem volta.

Desci do uber e caminhei para o prédio do Patrick, o ruim de fazer bate volta é que eu preciso ficar andando com a minha mala de um lado para o outro e falando sério, só agora eu me toquei que trouxe coisas demais pra quem pretendia passar apenas algumas horas por aqui. Subi o elevador e fui logo pegando a chave, se eu bem conheço o Patrick, ele deve estar dormindo ainda, tanto que nem avisei que viria.

O elevador abriu e eu caminhei tranquilamente até a porta dele, abri a porta com cuidado e pelo silêncio eu acertei quando disse que ele ainda estava dormindo. Tranquei a porta e quando me virei senti meu corpo inteiro gelar, roupas jogadas pelo chão, incluindo roupas felinas que obviamente não eram minhas.

Caminhei com as pernas trêmulas até o quarto dele torcendo para que ele tenha emprestado o apartamento para algum amigo dele e que eu esteja apenas tirando conclusões precipitadas sobre ele. Quando entrei no quarto meu coração parou de vez, meus olhos imediatamente se encheram de lágrimas e eu senti como se uma parte de mim tivesse se quebrado, era ele, bem ali, com outra mulher, dormindo tranquilamente, como se não fosse nada.

Me sentei na poltrona que ficava em frente a cama e fiquei observando aquela cena, parecia tão irreal, um pesadelo sem sentido, como ele teve coragem, ele não se importou comigo, como isso é possível? A mulher acordou e se assustou comigo parada ali observando, ela balançou o Patrick que acordou sem entender nada e quando os olhos dele chegaram até mim ele aparentemente despertou na mesma hora.

-Eu vou te dar dois minutos para colocar sua roupa e sumir daqui, senão eu jogo tudo pela janela -Falei sem olhar para a mulher, eu já não sabia se sentia raiva, vergonha, nojo, ódio ou dor, a mulher se manteve intacta e assustada com as minha palavras, então perdi a paciência e gritei -Agora.

Ela se levantou vestindo apenas uma calcinha e voltei a olhar para o Patrick que parecia não estar conseguindo assimilar o que estava acontecendo. A mulher saiu vestindo salto e parou na sala para colocar o vestido, em poucos segundos ela saiu pela porta deixando apenas eu e o Patrick, eu não conseguia acreditar que estava vendo três anos da minha sendo jogados fora, que eu estava vendo o cara que eu amo, porque infelizmente o amor não se acaba de um minuto para o outro, com outra.

-Se você ousar dizer que não é o que eu estou pensando, eu juro que eu vou cometer um assassinato -Ele se manteve calado, me levantei, mas não conseguia andar, minhas pernas estavam tremendo, eu só não sabia dizer se eram de raiva ou de mágoa -A quanto tempo eu tô sendo feita de otária?

-Nina, eu juro por tudo que é mais sagrado, que é a primeira vez que isso acontece e eu juro que nunca mais… -Eu interrompi ele, não acreditava que ele tinha audácia de achar que eu continuaria com ele depois do que eu vi aqui hoje.

-Não tem essa de "nunca mais", acabou no momento em que eu passei por aquela porta e vi você deitado com outra -Gritei sem conseguir conter a minha raiva, respirei fundo e olhei para o teto tentando conter as minhas lágrimas -Eu só quero a verdade, você me deve a verdade.

ALL FOR USOnde histórias criam vida. Descubra agora