Mob pt.2

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BÁRBARA PASSOS
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Tomei posição imediatamente e entrei naquela droga, eu andava no meio daquelas pessoas cheias de malas e o caralho à quatro, perguntei para um segurança onde ficava o local de espera dos voos, segundo andar.

O elevador iria demorar e eu não havia tempo, então tentei ir pela a escada mesmo, juro que foi uma péssima ideia.

— Você quer ajuda para subir? — Uma voz grossa perguntou, olhei e tinha um cara todo maromba. — Pelo visto está com dificuldade. — Não vi nenhuma malícia em seus olhos, então resolvi aceitar. Eu havia apenas, bom, três minutos.

Exatamente.

Três minutos.

Três.

—Sim, eu quero. — Pensei que o cara iria pedir para eu me apoiar no braço dele ou coisa e tal, mas não, ele me pegou no colo e subiu comigo até o final, foi estranho, mas eu cheguei.

Cheguei no andar e só via bancos com pessoas desimportantes esperando seus voos, não via Mob e comecei à ficar nervosa, droga, ele já havia ido. Comecei à chorar e a tentar consolar à mim mesma, até que olhei para a fila de embarque.

— MOB. – Gritei indo até lá com a ajuda das minhas muletas. – MOB. – Gritei novamente e dessa vez ele olhou e se assustou. Cheguei até ele.

—Babi?

—Fica, por favor. —a Falei ofegante. — Eu não posso deixar você ir.

— Senhor, sua passagem? — Uma mulher falou.

— Mob? – Ele não sabia se olhava para a mulher ou para mim.

— Você está trancando a fila. — Um cara reclamou.

— E, senhor, sua passagem por favor. – A mulher reforçou.

— Fica Mob. — Eu estava muito cansada, minha voz saía fraca. — Por favor.

— Com licença. – Mob disse se retirando da fila, abracei ele fortemente, seu olho estava visivelmente roxo do modo que chamava a atenção de algumas pessoas que passavam. – Babi, você não tinha nada que ter vindo atrás de mim, eu já estava planejando uma vida nova, seria bom voltar para o Canadá.

—Eu preciso sentar, cara. – Falei, sentamos naquelas poltronas e eu contei para Mob tudo o que aconteceu para que eu conseguisse chegar aqui.

— Você é louca? Sua perna está quebrada. – Ele me xingou. – Não precisava fazer tudo isso.

—Não quero que você vá. —Falei. — Criei uma amizade muito forte por você e eu não me importo com a sua opção sexual, você sempre será o mesmo para mim, e prometo que nunca vou olhar para nenhum homem lindo que você conhecer. — Falei e Mob riu.

— Você não acha isso estranho?

— Você é estranho, então estou de boa. – Ele riu novamente. — Não, não acho. — Disse séria.

— Eu acho, principalmente para alguém que é das ruas, que é rotulado bad boy e faz parte de uma gangue. Eu não sei da onde veio isso, eu juro, mas eu consigo ter atração por homens e mulheres ao mesmo tempo, mas geralmente, sempre fico com mulheres, eu queria me livrar disso, eu não queria ser assim, mas eu tive que assumir, assumir para mim mesmo, assumir para os meus amigos, eu não podia ficar escondendo. Porém, o resultado não foi dos melhores.

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