Meu Calemîr

Capítulo 03

A voz suave de Adriano o trouxe para fora de sua reflexão. “Obrigado por me trazer comida.” Ele parecia querer dizer mais, franziu a testa e então balançou a cabeça e se levantou.

Legolas hipnotizado observou o tecido cair e revelar um par de calças de aparência macia que se agarravam frouxamente em seus quadris.
As linhas prateadas das cicatrizes brilhando contra o tecido escuro.

Servindo-se de um pouco de água na bacia, não muito longe da cama, o olhar de Adriano caiu sobre ele e Legolas sentiu-se um pouco mais alto.

“Existe algo em que eu possa ajudá-lo?” perguntou o homem de cabelos escuros. A mente de Legola foi rápida em entregar muitas coisas com as quais ele poderia ajudá-lo, mas ele as empurrou para fora do caminho.

O que ele realmente pensou em arquivar com esta visita? Ele sabia que queria conhecer o homem, mas certamente não havia pensado nisso. No momento, havia apenas uma coisa que os conectava: a relação professor-aluno. Bem, era melhor do que nada.

Ele limpou a garganta na tentativa de encontrar as palavras certas e começou lentamente "Eu estava pensando... eu queria saber quando você gostaria de começar seu treinamento." Uma sobrancelha elegante tocou a linha do cabelo de Istaris. "Você veio até meus quartos para me perguntar isso?"

A mente de Legolas girava com desculpas. "Bem", ele começou. “não é só isso.” E decidiu por um bastante bom, se ele mesmo pudesse dizer. “Eu preciso saber sobre sua experiência anterior com armas e se você teve algum treinamento. Você usou alguma arma antes? Você está fazendo treinamento físico?” Por quê você está aqui? Como é que eu nunca ouvi falar de você? Você ficará? O príncipe tinha tantas perguntas e elas quase borbulharam dele como uma pequena fonte viva, mas ele se conteve. Este não era o momento nem o lugar para a maioria de suas perguntas e ele já havia ultrapassado alguns limites. Ele não viveu centenas de anos para aprender alguns pacientes? Parecia que não, mas ele tentaria ser.

Inclinando a cabeça um pouco para o lado, ele observou Adriano pegando a toalha macia em suas mãos, seus olhos verdes ainda fixos no rosto de Legolas. Seu olhar parecia vigilante, indagador e pesado. O homem o lembrava de um pássaro - um falcão ou uma coruja. Estes eram os olhos de um caçador. Eles o faziam tremer.

As mãos do elfo seguraram a pedra em volta de seu pescoço sem pensar muito e, como sinal, os belos olhos o deixaram para seguir suas mãos, então piscou curiosamente apenas para retornar à pia onde torceu o tecido molhado.

Cantarolando, ele pareceu considerar sua pergunta. “Eu uso principalmente minha magia em batalha.” Ele começou. “Houve uma tentativa minha de aprender o arco, mas sem um professor de verdade, devo dizer que os resultados foram… menos do que estelares.” Um sorriso triste passou pelos lábios bonitos. "Essa é uma das razões pelas quais Gandalf... quero dizer, Mithrandir sugeriu vir aqui em minhas viagens."

Legolas quase perdeu a próxima parte da explicação enquanto seguia o caminho do pano molhado do rosto de Adriano sobre o pescoço até o torso nu.

Mas não era como se ele estivesse interessado apenas no corpo do homem! Ele absorveu cada palavra como uma planta sedenta absorveu a chuva.

“Caso contrário, tive a chance de usar uma espada e um cajado. Mas pareço ser um lutador melhor quando tenho alguma distância entre mim e um inimigo.”

Parecia que ele queria dizer mais alguma coisa, mas mudou de ideia, balançando a cabeça e fazendo o cabelo preto voar como penas macias.

"Isso é útil?" Ele perguntou e Legolas ficou maravilhado com a primeira conversa real que teve depois de sonhar com um encontro com seu coração por mais de cem anos.