01 | Golden Days

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Byun Baekhyun, o namorado de Minseok, completaria trinta anos no próximo dia cinco. O loiro falava que não gostava de presentes, mas era obviamente mentira.

Minseok conhecia o namorado a tempo suficiente para saber quando ele blefava ou não. E morder os lábios enquanto falava, era uma das manias que ele tinha para esconder o que sentia.

Talvez fosse errado amar cada detalhezinho nele, até mesmo essas pequenas manias, mas Minseok sorria e as admirava. Amava tudo em Baekhyun. Desde o pequeno nariz arrebitado, até a forma que ele escondia o sorriso entre as mãos quando estava tímido. Ou ficava avermelhado quando era repreendido.

Porque sim, Baekhyun tinha alguns defeitos, e ser completamente esquecido era um deles.

Não era raro achar produtos vencidos na geladeira, ou acabar com a energia porque Baekhyun se esquecera de pagar a conta de luz.

E um dia desses, Baekhyun queria adotar um cachorro! Como é que eles manteriam um animal vivo e saudável ali, se Minseok trabalhava quase que todo o dia, e Baekhyun era esquecido daquela forma?

E foi assim que a mente de Minseok começou a trabalhar para arranjar uma maneira de conciliar o desejo de seu esposo com as reais condições do casal. E a melhor forma que encontrou, comprando uma planta.

Mas não seria qualquer flor, colocada em vaso. Não, Minseok queria algo que exigisse poucos cuidados, e durasse mais que uma simples primavera, já que a maioria das flores de vaso não duravam muito.

E quando ele chegou na floricultura, pediu a florista da loja o cacto mais bonito que tinha disponível.

A moça não demorou muito para voltar com um pequeno vaso, com um cacto rechonchudo e verdinho nas mãos.

Minseok voltou para casa animado com o presente, mas quando baekhyun viu o que tinha ganhado, ficou levemente decepcionado.

Era perceptível, já que ele crispou os lábios quando perguntado se tinha gostado ou não do presente de aniversário.

Era um pouco doido para Minseok ver que daquela vez, a mania de Baekhyun não estava a seu favor.

— Uh, você não gostou mesmo, né baek? — O moreno riu de nervoso. – eu sei que você preferia um cachorrinho ou algo, assim, mas não estamos em condições de cuidar-

— imagina, eu adorei meu amor. — Ele se aproximou e selou os namorados com um belo beijo. – Só de você ter lembrado do meu aniversário, já é um feito e tanto.

— eu sei que você é esquecido, por isso mesmo comprei algo fácil de cuidar. – Aquela frase poderia soar ameaçadora, mas foi dita de uma maneira doce por Minseok. – tem que deixar na janela pra pegar sol, regar um pouco...

— Espero conseguir cuidar do seu presente. – O Byun riu timidamente. – desculpa por ser tão tonto...

— Sei que precisa melhorar um pouquinho, mas no fundo é seu jeito de ser. – o moreno riu. – eu gosto do seu jeito atrapalhadinho...

— Foi isso que fez você se apaixonar por mim?

— ah, a lista é infinita. – Minseok abriu um largo sorriso. – mas com certeza o principal deles é o seu dom de cozinhar.

— eu nem acredito que te fisguei pelo estômago.

— nem eu... mas pode ter certeza que se não fosse pela sua personalidade, eu não teria ficado.

Aquela declaração tao fofa e melosa, fez Baekhyun se derreter de amores de modo que até tinha perdoado o presente sem graça que seu marido lhe dera.

Sim, à primeira vista, Baekhyun não gostou do cacto. Mas depois, ele passou a gostar do jeji – nome que apelidou o cacto – e até mesmo conversava com ele quando estava preparando marmitas para vender.

Por causa da pandemia, ele agora cozinhava em casa, enquanto Minseok tinha que sair, já que trabalhava no hospital.

Ao menos agora tinha Jeji para aplacar um pouquinho sua solidão diária, e se sentir mais próximo de minseok, o que fez criar uma certa afeição pela planta.

Baekhyun então passou a se esforçar para cuidar do cacto. Regava quando necessário, e deixava Jeji pegando o sol brando da manhã, quando estava no parapeito da janela.

Tanta dedicação foi de certa forma retribuída pela planta, que fez Minseok ficar orgulhoso (e feliz) em ver que seu marido tinha gostado de seu presente. Talvez não na hora que tinha ganhado, mas uma hora ou outra, sentido um amor genuíno ao pequeno cacto.

No dia em que a flor desabrochou, eles admiravam o vaso na mesa, enquanto apreciavam um chá de hortelã e biscoitos caseiros.

Momentos doces, e muito maiores que qualquer dinheiro poderia comprar.

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