capítulo 11.

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Quando vejo Arisu, Kuina e Niragi voltando para a base vejo suas expressões turbulentas.

— O que aconteceu? — Usagi pergunta.

— Eu não consegui, encostaram em mim antes de eu conseguir chegar na base. Peço perdão. — Ela diz com um tom triste.

— Você não teve culpa, meu plano nunca foi um dos melhores mesmo. — Falo e aperto meus dedos.

— Vai começar a lavação de roupa suja? — Niragi diz e se aproxima de Tatta. — Por culpa sua a gente vai morrer. — Ele fala apenas aquilo e sai dali sumindo entre os containers.

— Eu vou achar mais itens. — Usagi fala.

— Não vai adiantar. — Arisu fala com Usagi o que todos ali já sabiam.

— Eu vou fazer isso por mim mesma. — Ela diz e a vejo sumir dali.

— Ela é foda! Não conseguiria fazer isso. — Kuina diz e a vejo se retirar dali e eu a sigo.

— Não foi culpa sua, Tatta. — Falo em seu ouvido antes de sair de lá. Percebo que Kuina não havia percebido ainda que eu estava atrás dela e eu a vejo se sentar em um canto qualquer, quando sento ao seu lado a vejo assustar.

— Sempre pensei que iríamos sair daqui bem poderosas e que tocaria alguma música da Rihanna para arrasarmos. — Falo deitando minha cabeça no seu ombro.

— Agora estamos esperando morrer em um jogo de paus. — Ela pega minha mão e a entrelaçar na dela. — Fizemos muito isso hoje.

— É, será que nossos corações ou cérebros já sabiam que iríamos morrer?

— Talvez. — Escuto sua voz falhar.

— Sua mãe vai ficar bem, eu te prometo! Ela vai ficar tão saudável que irá morrer apenas com os seus 110 anos. — Eu falo pois sei que ela está lutando por tudo isso pela sua mãe.

— Eu vou morrer e meu pai não me aceitou.

— Ele é um imbecil, você é extremamente inteligente, forte e é uma pessoa incrível! Mesmo com ele não te aceitando, saiba que eu e sua mãe estamos orgulhosas de você.

— Obrigada. — Ela diz e se apoia em mim também. — Você seria uma grande diretora de cinema. — Ela fala e eu sinto uma grande vontade de chorar.

— Eu perdi todas as festas, namoros e diversões só para trabalhar e estudar muito, eu parei minha vida pra me dedicar a ser ótima e isso não vale em nada mais. — Falo segurando as lágrimas que ameaçam cair.

— Você escolheu ser aluna e funcionaria ótima para conseguir um futuro, não é culpa sua que você caiu nessa porcaria de mundo. — Ela me abraça e eu retribuo. — Você já é alguém de sucesso, eu só sinto muito por não ter sido feliz como queria. — Ela me aperta mais ainda.

— Sinto muito por não conseguir ver sua mãe de novo, você merecia tanto ter ver ela.

— Não vai sentir falta de ninguém?

— Minha mãe não é a melhor mãe que alguém poderia ter, a gente nunca teve muito amor entre si... Se é que posso dizer assim. — Falo tentando não citar como tenho uma relação turbulenta com ela. — Eu tenho a Ari, ela é minha melhor amiga desde o fundamental. A gente morava juntas até, eu amo muito ela! Nunca pensei que não teria como me despedir dela.

— Ela sabe que você ama ela, fica tranquila. — Ficamos ali apenas abraçadas e ouvindo a respiração uma da outra.

— Cinco minutos. — Digo quando olho para a tela aonde estava o placar.

— Ana... — Ela fala em um sussurro e fico com meu o rosto de frente com o dela. — Seria egoísmo falar que agora eu só gostaria de ficar esses cinco minutos beijando você? — Ela diz retirando uma mecha de cabelo do meu rosto e colocando ela atrás da minha orelha.

— Não, eu também estou pensando muito nisso. — Quando termino minha fala suas mãos vão até meu rosto, e sem pensar muito eu subo em seu colo.

— Nem me chamou para um encontro ainda e já está assim. — Ela diz e nós duas rimos com nossas testas coladas.

— Queria ter um encontro com você. — Ela faz um carinho na minha bochecha e se aproxima selando nossos lábios em um selinho delicado, sorrimos e ela junta nossas bocas em um beijo lento e carinhoso. Nossas línguas se encontraram e deslizaram uma pela outra em um ritmo lento, sua mão esquerda desceu para minha cintura e a direita para minha coxa a apertando forte me fazendo suspirar durante o beijo. Kuina se afasta por alguns segundos para dizer:

— Como pode você sempre me surpreender?

— É o meu dom. — E quando ela vai me beijar novamente escutamos a voz do jogo.

Item encontrado.
Time desafiante: 39.500
Time dos jogadores: 39.000

— Aí meu deus. — Digo levantando rápido e ficando em pé. — A Usagi conseguiu, só falta 500 pontos! Levanta, Kuina. — Falo dando minha mão para ajudá-la e ela levanta.

— Se vencermos esse jogo é só por causa que os deuses ou sei lá o que sabem que eu quero te beijar mais ainda. — Ela diz enrolando suas mãos na minha cintura e me dando um selinho.

— Vamos, quero encontrar os outros e ver o que vamos fazer. — Quando chegamos na nossa base escutamos alguém gritar de dor e fomos até onde viera o grito e encontramos Tatta com seu pulso quebrado sentado no chão.

— Tatta, o que você fez? — Pergunto ajoelhando na sua frente.

— Eu dei meu bracelete para Arisu ganhar o jogo. — Tatta diz sem força e eu pego a blusa de Arisu que estava no chão para colocar ao redor da mão dele.

Batalha Iniciada.
Transferência de pontos entre os times.
Time desafiante: 38.500
Time dos jogadores: 39.500

Jogo Encerrado.
Fim de jogo para o time do Rei de Paus.

— Ganhamos por causa de você, Tatta! — Digo dando um sorriso fraco para ele.

— Pelo menos eu não fui tão inútil. — Ele diz fraco.

— Você nunca foi. — Digo e o abraço fraco. — Desde a praia você é forte, Tatta!

— Você é da equipe, Tatta. — Kuina diz se aproximando mais de nós e coloca suas mãos em meu ombro.

— É ótimo ouvir você falar isso. — Ele fala encostando sua cabeça no container.

— Tatta. — Escuto Arisu falar e ele se aproxima do corpo de Tatta e eu levanto abraçando Kuina fortemente. Quando saio do seu aperto vejo Usagi e Niragi ali também. — Fica com a gente.

— Você viu? Eu consegui ser útil. — Tatta fala totalmente sem forças.

— É claro que consegue, estamos vivos graças a você. Obrigado. — Quando Arisu diz aquilo, Tatta sorri e seus olhos se fecham.

Até o próximo capítulo. E que vocês não caiam em um mundo de jogos da morte.

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