Ponto de vista | Draco Malfoy
Mensagens: Draco Malfoy
Você: Obrigado por ontem e hoje!
Malfoy: Somos amigos, não precisa agradecer
"Quem era ele?" Minha mãe perguntou entrando na sala após a saída de Harry.
"Um amigo."
"De onde?" Ela se senta no sofá ao meu lado.
"Por que está tão interessada?"
"Porque faz anos que não vejo alguém além de mim, suas empregadas e os diretores da companhia aqui para alguma reunião."
"Isso não é... quer dizer..."
"É verdade sim, filho. Então, da onde ele é?"
Desviei os olhos da minha mãe e digo tentando não soar desconfortável: "Não quero falar sobre isso."
Sim, eu sou um filhinho da mamãe, que não conseguia mentir para a mãe, afinal das contas ela é minha mãe e melhor amiga.
"Ele era um garoto de programa?"
Em segundos meu rosto esquentou como água fervente. "Não mãe!" Exclamo voltando a olhar para ela. "Claro que não."
Meu pai amado, que vergonha...
Ela sorriu e se levantou do sofá.
"Venha Draco, faça um chá para sua mãe."
Revirei os olhos e com preguiça levantei do sofá e a acompanhei até a cozinha, onde preparei o chá que ela queria.
Eu tentei aproveitar ao máximo o dia com a minha mãe para quando ela fosse embora pudesse desabar, e desabei de fato. Me joguei em minha cama e fiquei me remexendo em pensamentos que queriam me atormentar desde cedo. Minha relação com Harry era incerta, apesar de ter tentado manter apenas em uma parte restrita. Agora Harry era próximo a mim, já fora ao meu trabalho, casa e até conhecera minha mãe.
Quais conclusões poderia levar do que estava ocorrendo entre nós?
Nunca vi Harry, como nenhum outro homem, como objeto sexual e agora ele não parecia mais ser apenas um sugar baby, tampouco apenas um desconhecido agradável. Ele era alguém, algo para si.
Apesar do que achasse, Harry era jovem e não que eu não fosse, mas para mim, um CEO, com a vida feita, não podia não pensar no acarretaria para alguém tão jovem ficar com alguém mais velho, experiente e um pouco já quebrado com os traumas que a vida foi lhe dando aos poucos.
Pessoas jovens precisavam de agitação, curtição. Eu não tive essas coisas, então sabia que não poderia esperar algo bom de se relacionar seriamente com alguém tão mais novo.
Gostava de Harry. Ele é um cara legal, então iria curtir até que a relação dos dois não fosse mais vantajosa para o moreno.
É, era isso que iria fazer...
***
Era impossível conversar com alguém pelo menos uma vez na semana e depois não se pegar reparando em coisas do dia a dia que remeteram a ela.
Uma vez Harry dissera a para mim que queria muito provar um doce francês que era o doce favorito de um dos protagonistas de seus livros favoritos, então quando eu estava em um evento da empresa na semana seguinte e me deparei com tal doce, não consegui não enviar uma foto a Harry e é claro que isso sempre dava início a uma conversa.
Ou quando Harry riu ao passar em frente a uma loja e ver uma gravata estampada com flores, o que segundo eu, era inadmissível em um ambiente corporativo. Recebi em instantes uma foto da gravata horrorosa dizendo que podia ganha-lá de natal caso eu quisesse.
Por três semanas consecutivas nos encontramos em algum lugar, seja restaurante ou também a minha casa, estava bem bom.
"E aí?" Perguntou Harry entrando em meu carro.
"Oi." Digo dando-lhe um beijo na bochecha enquanto ele coloca o cinto.
"Onde me levará hoje, senhor Malfoy?"
Tento não sorrir de modo malicioso, até porque a face contente de Harry me chamando tão inocentemente daquele modo não pedia para ser quebrado.
"Onde acha?" Pergunto levantando uma de minhas sobrancelhas.
"Eu não posso dormir na sua casa hoje, sinto muito."
"Tudo bem, então que tal te levar para jantar?"
"Comer nunca é uma ideia ruim. Ei não me olha assim!"
Apenas ri depois de ter obviamente tê-lo olhado com malícia.
"O que tem vontade?"
"Não sei, você escolhe."
"Sou eu que quase sempre escolho."
"Hm... Comida italiana?"
Assenti, dando partida no carro. Eu sempre tentava escolher restaurantes bons, mas aquele em específico era muito aconchegante e para o meu constrangimento tinham vários casais ali, fazendo eu e Harry parecermos um. Não que eu achasse ruim de parecer um casal, mas... é ruim parecer algo que talvez você gostaria que fosse.
"O que você tem hoje? Aconteceu alguma coisa?" Harry me perguntou, me fazendo perceber o quão distraído estava com as coisas.
"Hm, não. Não sei o que me deu, desculpa. Já decidiu o que quer pedir?"
Acho que Harry percebeu que algo estava estranho, pois ele me olhava como quem não acreditasse. Na realidade, mal eu sabia o que estava de errado comigo.
O jantar foi tranquilo, como o de costume. Eu iria dar algo a Harry, mas não quis fazer no restaurante, para não parecermos mais ainda um casal, por isso, quando encostei o carro na avenida, eu tirei do bolso uma caixa preta e dei a ele.
"Abra."
Com um sorriso sem jeito ele abriu, vendo o relógio que havia comprado a ele. Um Bvlgari, com a pulseira em couro, mas com alguns cristais dentro dele. Algo aparentemente simples, mas bem bonito.
"Não me pergunte o porquê de eu estar te dando, eu só achei bonito na vitrine da loja."
Com empolgação ele diz tirando o relógio da caixa: "Eu amei, Draco, não sei nem o que dizer."
"Me contento com um obrigado."
"Engraçadinho." Um pouco de surpresa, recebi um beijo na bochecha. "É sério, obrigado. Vou ficar até com dó de usar."
"Não fique." Disse passando a mão nos cabelos dele. "Já está tarde, vou te levar para sua casa, está bem?"
"Queria não precisar ir pra casa."
"Queria que você não fosse."
Deixando Harry em casa, eu fiquei com uma sensação muito estranha o trajeto todo de volta, não sabendo o que era, fiquei frustrado.
Passei a semana em agonia, com algo estranho dentro de mim, como permeasse meu peito.
Trabalhei muito aquela semana, então tive lidar com algo que eu não conseguia identificar e um trabalho exaustivo. Para piorar, ou pelo menos em minha concepção, Harry não me mandara nenhuma mensagem. Ele costumava a pelo menos mandar alguma besteira ou perguntar como estava, se eu estaria livre fim de semana... Eu acabei mandando algumas mensagens quarta e quinta-feira e meu estado de agonia só aumentou quando, no domingo, ele ainda não havia respondido nada.
Eu não queria o pressionar, talvez ele também estivesse em uma semana difícil, mas liguei uma vez para ele, para ver se ele me atendia.
Ele não atendeu e depois de quinze minutos vi que sua foto tinha desaparecido no meu celular. Quando vi que ele tinha me bloqueado percebi o que significava aquela sensação estranha no peito e eu fiquei quebrado quando me dei conta.
| RECADINHO
Oies! Espero que estejam bem!
Esse capítulo foi bem curtinho, mas espero que gostem. É mais pra dar uma tensãozinha no core e porque queria postar algo.
Não como está o andamento de leitura, se está bacana. Qualquer coisa me contem o que acham.
E sei que essa fanfic tem muitos assuntos delicados, mas prometo tentar abordar alguns tópicos nos próximos capítulos! Espero que não parem de ler e continuem dando chance para ela e para o modo como vou abordar algumas coisas no futuro.
Até logo! Espero conseguir trazer algum capítulo mais rapidinho.