67

20.7K 2.3K 836
                                    

Marília.

Eu sentia todo meu corpo doendo, minha cabeça parecia que ia explodir e eu não aguentava ver a luz na minha frente. Assim que eu tomei consciência do que aconteceu, comecei a procurar entre aqueles médicos e enfermeiros o Matheus, eu só precisava ver ele agora.

Marília: Matheus...— Falei sentindo minha garganta rasgando a cada sílaba.— Cadê?

— Eu acho que é aquele homem que não quer entrar.— Ouvi um médico falando pro outro e fechei os olhos por causa da luz.

— O que tá no final do corredor com um bolo e refrigerante na mão? — Soltou uma risada.— Vou chamar ele.

Minha barriga doía a ponto de explodir, abri os olhos novamente quando senti algo ser aplicado na minha veia e murmurei baixinho qualquer coisa, quando senti uma mão gelada na minha abri os olhos de novo e Matheus me encarava com o maior olho do mundo.

Marília: Você tava comendo bolo de que? — Falei curiosa, e ele abriu a boca.

Mas ele não conseguiu falar, soltou uma risada e beijou meu rosto por um tempo demorado, ele se afastou olhando pro meus olhos e eu fechei novamente, parecia que minha cabeça iria explodir comigo forçando a vista.

Deco: Se tu tá bem mermo, fala quem é teu marido.— Escutei a voz dele, enquanto sua mão apertava a minha.

Marília: Acho que sou solteira.— Escutei uma risada diferente, provavelmente dos médicos.

— A dor vai ser muito forte, mas logo vai passar.— Semicerrei os olhos.— E precisamos de alguns exames daqui algumas horas, evite dormir.

Deco: A garota não vai dormir nem se implorar pô, relaxa.— Dei um sorriso fraco e escutei a porta batendo.— Tá doendo pra caralho?

Marília: Pra caralho. Parece que tem alguém espancando meu corpo.— Gemi baixinho, sentindo doer.

Deco: Fiquei com medo pra caralho.— Abri os olhos, olhando pra ele de lado.— Eu tô apaixonado pra caralho também.

Marília: Desculpa por não ter ficado quieta, mas os meninos tavam caindo e ele ia pegar vocês numa covardia...— Matheus negou, e eu tentei lembrar da hora que atiraram em mim.

Deco: Desculpa não ter te protegido o suficiente pra te manter longe disso.— Falou beijando meu rosto repetidas vezes.

Marília: Foi ele, não foi? — Meu coração apertou quando Matheus me encarou com uma cara de preocupação.

Ele não precisou responder, porque eu senti minha barriga doer mais e decidi ignorar isso, porque eu já sabia, e minha dor era forte demais pra me ligar em outra coisa.
Matheus não saiu do meu lado por um segundo, ele tava segurando minha mão enquanto eu morria na dor, até brigando com o médico pra entrar comigo na sala de exame, até na hora que eu estava tentando dormir, mas novamente não conseguia.

Eu finalmente tinha alguém por mim, alguém que se importava o suficiente pra não se importar com horário, em estar cansado, em qualquer outra coisa que não fosse em mim. E isso tá a melhor sensação de todo o mundo...

Era Uma Vez Onde histórias criam vida. Descubra agora