Capítulo 17 - Manuela

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A escuridão reina no salão ovalado, quando a mulher, trajando um vestido vermelho rendado, entra elegantemente no espaço. Então, uma luz tênue de cor âmbar forma um círculo sob seus pés. A "Matriz", como é conhecida, diz:

— Aqui estou.

Então, luzes brancas surgem em espelhos ovalados no salão, todos dispostos perfeitamente numa forma pentagonal ante a porta de acesso do local. Nas paredes curvadas, as luzes ganham formas gasosas e estas se moldam em seres humanoides, que mais lembram fantasmas. As "aparições" de modo algum assustam a mulher, que observa a forma centralizada logo a sua frente.

Após moldarem-se como se fossem humanos, ainda que seus corpos gasosos pareçam desvanecer limitadamente, um dos cinco seres, o que está ao centro, diz:

— Saudações de Horon.

A mulher curva-se rapidamente e responde:

— Saudações patriarcas.

— Qual o progresso da missão diplomática?

Com algum desconforto, ela inicia:

— A primeira missão da Manur falhou. Ela desapareceu e seu sinal foi perdido.

Os olhos espelhados da criatura, cujas órbitas pareciam uma mistura gelatinosa de cor preta e branca, expressou preocupação. Flutuando em sua forma de condensado de Bose-Einstein, o líder do grupo a questiona:

— Como isso aconteceu?

— Ainda não sabemos, mas ela simplesmente deixou de comunicar-se e seu neuro-transmissor foi desligado ou destruído. Tentamos religá-lo, mas foi inútil.

Um dos seres, que move suavemente os braços para se estabilizar naquele espelho côncavo, que lembra uma cela, faz uma pergunta:

— Você suspeita de alguém, em especial?

A mulher vira-se e o encara, respondendo:

— Sim, acredito que fora inicialmente sequestrada pelo governo do país chamado Peru, onde estava. Mas, desconfio que seja a CIA por trás disso.

O líder faz uma nova questão:

— O que é CIA?

— É uma agência dos Estados Unidos da América, que atua fora do país. Uma central de inteligência...

— Não é o país de onde você veio, Rebecca? — indaga o quinto dos seres.

Sentindo indignação pela lembrança de um dos patriarcas, Rebecca Curtiss contém seu sentimento e responde prontamente.

— Os Estados Unidos não são mais a minha nação. Ela está aqui...

Os seres parecem satisfeitos com a resposta, pois, exibem sorrisos comedidos, porém, o segundo, contando da esquerda para a direta, muda a postura e volta a questão da audiência.

— Rebecca. E quanto às demais?

— A missão da segunda Manur continua, senhor.

— Isso é ótimo! — exclama o líder.

— Então, os filhos de Horon logo estarão na Terra — comemora o primeiro da esquerda para a direita de Rebecca.

Ela olha para a ele e sorri.

— Dimur, os deuses de Horon e o Superior estão conosco!

— Glória aos deuses de Horon e ao Superior, o último! — bradam todos, inclusive a morena.

— Dimur, Selesto, Baltrom, Filus e Ditrus, não importa o quanto terei de me esforçar, mas essa missão será um sucesso.

O líder Baltrom então diz:

Paralelo 14 - ManurOnde histórias criam vida. Descubra agora