XXI | alfa

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[este capítulo é narrado no ponto de vista de Castiel O_O]

...

Um alfa não deve pensar em si mesmo. Um alfa não cogita as opções e pondera a respeito do melhor caminho. Não é dever de um alfa pensar. Seu dever é agir. 

Se é lhe dito: proteja. Então, ele deve proteger. Ele vai proteger mesmo que isso custe tudo. 

Se é lhe dito: mate. Então, ele matará pelos seus. Sem hesitar. 

E se é lhe dito: seja forte. Então, um alfa jamais deve demonstrar fraqueza.

Não deve chorar. Não deve ceder. Não deve vacilar, baixar ou guarda, ou mostrar-se vulnerável.

Um alfa é metade de um homem. Um alfa é pedaço homem e majoritariamente animal. Dizem isso sobre os ômegas. Dizem que eles são frágeis e precisam se submeter. Mas um alfa se submete a tudo e não permite a si mesmo. Jamais. Ele deve por todos que ama diante de si mesmo, e, caso não os ponha, não é digno de honra.

Um alfa é um soldado. Um bom soldado. Sua afeição e elo o tornam dependente. Seu amor e devoção, decadente. 

Um alfa não pode amar. Pois, quando ama, a cegueira devora a tudo e ele se torna incapaz.

Incapaz é como me sinto quando sei que o levaram. Quando os gritos de Hannah ecoam no corredor e ela entra em pânico. Sai dali enfurecida, transtornada, aterrorizada. Está gritando coisas e uma delas é que o filhote foi levado para longe.

Que o lacaio fugiu.

Que o leito está vazio.

Um alfa que não cumpre seu dever não é digno de respeito.

É meu dever protegê-los. Estou falhando miseravelmente nisso.

"Alguém o levou, Cas!", Hannah grita para mim, enquanto Olhos invadem o leito, já encontrando-o vazio. Hannah me bate e me abraça, em desespero, e não é como se eu não esperasse que algo assim fosse acontecer. Sempre devemos estar preparados para imprevistos. "Cas, levaram meu bebê..."

"Shh", tento acalmá-la, afastando-a de mim para que consiga ter acesso ao leito, onde os Olhos acionam reforços e informam ao sistema que um ômega lacaio fugiu do Hospital St. James. "Qual o procedimento agora, Olho?", pergunto a um deles.

"Estamos acionando as equipes de busca, senhor"

"Castiel!", Bobby aparece ali, espantado e nada calmo. "Um caminhão deixou o depósito há alguns minutos, eles devem estar no caminho para algum esconderijo"

"Ótimo...", apenas olhos para Bobby, porque nós dois sabemos que jamais tentaríamos tirar o ômega e o filhote de Gilead com tamanha imprudência. "Olhos...", viro-me para eles. "Acionem intervenções nas rodovias num raio de nove quilômetros, eles ainda devem estar perto, chequem a carroceria de cada caminhão, e o porta-malas de cada veículo"

"Sim, senhor", um deles me responde.

"Você", chamo um deles. "Leve minha esposa para casa, eu tenho que ir a um lugar"

"Senhor, o protocolo diz que o senhor deve apresentar explicações ao Estado em caso de insubordinação dos seus protegidos..."

"Está me desafiando, Olho?", dou um passo na sua direção, impondo minha autoridade sobre ele. "Faça o que estou lhe dizendo"

Irrompo porta afora, observando rapidamente o Olho levando Hannah em outra direção, enquanto corro pelos corredores e desço as escadarias principais em direção ao estacionamento. Passo pelo saguão e saio do prédio, arrancando com o motor do meu carro assim que consigo por a cabeça no lugar.

the omega's tale [destiel fanfic]Onde histórias criam vida. Descubra agora