vibrações.

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Diana

Eu não sei se você sabe, mas talco é para os pés. - Filippo diz zombando da minha cara que estava muito branca, eu surfava então era bronzeada.
Mas após o choque de hoje estava mais branca que arroz.

Cala a boca, vocês não sabem oque me aconteceu. - digo ainda tomando o copo d'água que Benício tinha me oferecido.

Se eles sabem ou não, eu não sei. Mas eu quero muito saber! - minha tia, Duda, diz entrando e vindo me abraçar.

Desabei em seu colo e nas palavras que pude trocar com ela, as lágrimas eram constantes.

Após ouvir o meu breve resumo de como foi a noite, minha tia me olhou preocupada e atenta em me cuidar e zelar pela minha pouca sanidade que restava.

Duda além de ser minha tia, dinda, amiga, confidente, era a minha figura materna.
Essa mulher me ensinou tanta coisa, que ninguém saberia dizer.

Aquele pequeno resumo já bastou a mulher mais velha, já que estava acostumada das outras vezes que vinha para sua casa.

Minha bonequinha, porque não vem morar aqui? Quer dizer, já tem 18 anos e se for por dinheiro, sua mãe deixou muito para que pudesse se virar sozinha, além de que tudo que precisasse nós iríamos lhe fornecer. - ela diz secando minhas lágrimas com os dedos, fazendo eu sentir o toque gelado de suas mãos.

Além de que poderíamos surfar dia e noite, conversarmos sobre isso toda hora e viver a vida tão sonhada de: praia, sol e surf. Aceita Diana, vai ser incrível! - Benício diz me fazendo pensar se realmente era isso que ia acontecer.

Surfar é tudo de mais feliz que eu faço. Mesmo meu pai não concordando e dizendo que é uma grande perda de tempo, eu amo oque eu faço e independente se ele curte ou não, eu continuo.

Amo ficar com meus tios e meus primos, minha vó também vinha pra cá em algumas vezes, era de certa forma a família que eu tinha.

Mas ao todo tempo, amo o meu pai e meu irmão.
Talvez eu não queira aceitar que tudo isso me faz mal, não queira aceitar que amo aquela casa pois sei que minha mãe pisou lá, viveu lá e teve as melhores lembranças dela naquela casa.

Eu vou pensar, prometo. - digo e todos agradecem olhando para o teto com as mãos para cima, como se tivessem gloriando, eu rio das reações.

Agora vai tomar um banho para tirar essa aranha de rímel do seu olho. - Pippo fala, lhe dou um tapa na cabeça e vou em direção ao meu quarto.

Eu tinha um quarto ali, era o mais simples e meu possível.
A decoração era rodeada de conchinhas, pranchas e mandalas.
Incensos, um violão que tentava de vez em quando e a chuteira que minha mãe usou em seu último jogo.

Tomei meu banho e me espreguicei pela enorme cama, uma foto da minha mãe sorrindo me tentava a chorar.

Porém me mantive forte, como eu sei que ela diria para eu ficar e permanecer.

Por mais que não tenho tido a bela experiência de a conhecer, sua essência permanece comigo, meu jeito autoritário de ser, pertence a somente uma pessoa: Analua Paquetá. ou a minha simples e modesta mamãe.

(...)

Vibrações. As vibrações podem ser direcionadas a diversas hipóteses e situações.
Vibrações felizes são aquelas que eu tive com os meus inocentes 7 anos de idade...

Parabéns meu amor, estou muito orgulhoso de você! Foi um arraso nos palcos, eu te amo pequena. - meu pai dizia enquanto olhava nos meus olhos, agachado ao meu tamanho.

A mana arrasou! - Lolo diz me abraçando, fazendo eu retribuir com uma risada nítida de felicidade e alegria.

Por outro lado, as vibrações tristes também tendem a acontecer, são as que eu tive aos meus 15 anos com o meu primeiro relacionamento amoroso.

Meu deus do céu, oque deu em você? Simplesmente sendo grosso e mal intencionado comigo de uma hora para outra, ainda por cima com essa historinha de traição? - falo gritando com o menino a minha frente, as lágrimas podiam quererem saltar, mas não iriam.

Oque deu em mim? Sempre todos estiveram certos, Diana. Oque eu gostaria de fazer com uma menina carente, desestabilizada por conta de que não tem uma mãe e tem problemas com o papai? - ele fala agarrando meus braços e me sacudindo, como se estivesse me dando um "acorda para vida".

Vibração do medo e angústia também existiam, junto dela, o celular também vibrava com as 48 ligações não atendidas do meu pai.

Quando me deparei com a tela, o medo constante apareceu, sabendo que teria de aguentar os sermões de estar rebelde, mal educada e grosseira.

Dessa vez, desliguei a chamada e voltei a dormir, como se não estivesse pronta para aquilo, pois realmente não estava. ou talvez estivesse com preguiça da conversa.
Segui dormindo normalmente, meu corpo sentiu o cansaço sumir e gritos de tensão se estenderam a todo volume, voltando aos meus sentidos normais.

Puta que pariu, é um parto para te acordar! Seu pai tá aos pânicos te chamando para ir no estádio, diz ele que é importantíssimo. - Benício diz ainda me chacoalhando.

(fim do episódio.)

ooi gente! desculpa pelo sumiço, viajei denovo e sem internet pq a pobreza é foda

beijão da autora! 🤍

A versão feminina do Antony. - 2° temporada.Where stories live. Discover now