Cada vez mais flores, cada vez menos sangue

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Finalmente eu voltei e tô trabalhando em outra história, espero poder terminar ela logo, quero muito postar!!

Essa história é bem curtinha (e o capítulo também) então ela já tá acabando. Logo chega o fim do sofrimento, do Venti e da minha mente que não aguenta mais.

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Acordei, é meu dia de folga hoje não é?

Sinceramente eu estou tão dolorido que não sei se quero ou consigo me levantar, até respirar está machucando, dói tanto assim querer ser amado?

Eu sinto que a cada dia tem alguma coisa me perfurando no peito, não sei por quantos dias mais eu vou aguentar. Depois de um tempo tentando me acostumar decido que é melhor sair, ficar aqui também não ajuda.

— Ok, eu realmente devia ver um médico. —Estou cada vez mais ansioso, o que há de errado comigo..
 
 

— Senhor, eu sinto informar mas... —

Mas? Mas o quê?! Se quer me matar de susto parabéns você vai conseguir

— Mas..? —Perguntei nervoso, esse suspense vai acabar comigo

— Aparentemente, o senhor tem um problema chamado hanahaki. —Me mantive em silêncio— Por efeito de um amor unilateral, seus pulmões vão se enchendo de flores até não haver mais espaço para o ar. E só acaba quando.. —

O quê!? Não, isso é impossível. Eu não posso estar a beira da morte, isso deve ser um sonho! É, nunca ouvi falar dessa doença de qualquer forma.

....

É culpa do Xiao? Não, não poderia ser culpa dele, ele não fez nada de errado. É culpa do Aether, aquele... argh! Eu não entendo, por que ele?! Por que não eu...
 

— Existe alguma cura pra isso.? —Perguntei sem esperança

— Bem, pode ser realizada uma cirurgia pra remover mas, em troca —Ergui a cabeça para encarar a enfermeira— Os seus sentimentos por essa pessoa vão sumir completamente. —

— Completamente? —Hesitei, nem ao menos vou sentir empatia pelo Xiao.? Não posso aceitar odiá-lo...

— A escolha é sua. —
 

— Eu não posso fazer isso. —
 

Seria egoísmo da minha parte, não é? Só porque ele não retribuiu meus sentimentos, eu também não quero morrer mas não consigo aceitar viver odiando ele. Se é pra ser feliz, estando com Aether, que seja assim..

E mais uma vez estou voltando pra casa com essa sensação de solidão, eu tenho um dia inteiro pela frente que pode ser o último. Vamos aproveitar então!

Eu realmente gostaria de esquecer tudo que vem acontecendo na minha vida e só viver meus últimos momentos normalmente, as pessoas que tem asma conseguem, não deve ser tão difícil.
 

Ok, eu me enganei. É sim muito difícil.
 

Tudo que consegui fazer ao chegar em casa foi cair novamente sem forças, dessa vez não perdi sangue afinal, tudo que consegui ver foram flores e algumas pétalas. Minha garganta dói, tem espinhos nela. Eu não consigo respirar, nem sei se ainda tenho meus pulmões.

Então é assim, não vou conseguir ao menos me despedir? Que vida cruel. Me encontro no chão, olhando para algum lugar tentando buscar apoio e o peito subindo e descendo no esforço quase inútil de tentar respirar.

Num último momento, consigo me levantar, está cada vez mais sufocante. Se eu pelo menos achar meu celular ou algo do tipo talvez eu possa ter um último contato com alguém, é desesperador estar morrendo.

— Mas pra quem? —Não pode ser qualquer um a receber a notícia

E finalmente o sangue que estava em falta veio, por que isso dói tanto?!
Eu quero gritar, está agonizando, parece que eu engoli vários pregos.
 

Eu desisto. Talvez se eu só esperar minha morte aqui seja menos doloroso.

É isso, é meu fim, eu aceito a derrota. Vou até minha cama e deito, tudo que posso fazer é esperar que essa tortura acabe.

Esse foi o dia mais curto da minha vida, o último dela.
 

.

.

.

.

 
— Eu vou sentir saudade de vocês —

A dor tinha passado, eu estava aparentemente bem, mas não conseguia levantar.

Ah, então era isso, agora tenho uma raiz saindo de mim e um buquê nela. Que alívio.

Meu corpo parece pesado, eu não enxergo mais nada, meu peito dói. E de repente não sinto mais nada.
 

 
......

Other manWhere stories live. Discover now