18.

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Os meninos haviam feito chocolate quente com alguns biscoitos com gotas de chocolate para o café da manhã, eles não sabiam bem o tipo de alimentação que eu levava, então falaram que fariam um almoço especial para que eu me sentisse bem.

Manjiro sentou-se ao meu lado na sala enquanto que Kokonoi ficou do outro. Os Haitani estavam na cozinha junto com Kakucho e os outros dois irmãos foram ao mercado. Meu corpo estava cansado e eu usava o de Mikey para me apoiar enquanto brincava com os fios platinados de Hajime.

- Como foram as coisas durante esses dias ?

- Sei lá, como se uma parte minha tivesse sido apagada - Dei um sorriso fraco.

- Você não pode se isolar - Kokonoi se pronunciou - Fica mais dificil de superar esse sentimento.

- Poderá cair doente também pois fica se remoendo.

- E o que vocês me aconselham ? - Olho para o rosto do Sano a procura de alguma resposta mas ele talvez nem deveria ter - Não quero esquecer minha vó.

- Nem irá - Suspirou antes de dar de ombro - Eu não tenho nada a aconselhar você, até porque eu nem ao menos consegui me salvar. Você quem anda fazendo tudo sozinha por nós.

- E-Eu ? - Pisquei algumas vezes antes de perceber aquele olhar calmo e um singelo sorriso de Kokonoi nos observando

- Você esta salvando todos nós - Hajime balbuciou olhando pro nada - dia após dia.

Os rapazes dizerem essas coisas fez um pequeno quentinho no meu peito. Abracei os dois antes de caminhar até o lado de fora da casa. Eu sei que ela deve estar me vendo de algum lugar, sei disso pois eu consigo senti-la de um jeito ou de outro. Fecho meus olhos esticando minhas mãos até o céu azul e imaginando ela de alguma forma fazendo o mesmo.

Ouço passos se aproximando e logo vejo a presença de Sanzu e Takeomi carregando as bolsas de compras. Passam por mim me chamando para entrar por ser perigoso estar ali fora. Fomos em direção a cozinha que estava um cheiro fantástico, minha boca salivou e meu estômago começou a roncar. Quanto tempo que não almoço algo diferente ?

- Com fome ? - Ran perguntou se virando para mim com a mão na cintura enquanto Rindou temperava a comida.

- Muita, nossa, não sabia que vocês cozinhavam tão bem - Me aproximei deles tentando ajudar mas de imediato eles me afastaram.

- Você não vai fazer nada além de ficar sentadinha nesse banco e conversar conosco. - Rindou se aproximou de mim dando um beijo em minha testa enquanto é observado por Ran.

- Vocês... - Ele apontou fazendo sinal de estarmos juntos

- Ah não - Dei uma risada fraca

- Com certeza não - Voltou a cozinhar com as bochechas avermelhadas.

- Sei... Claro - Me lançou um ultimo olhar o que me fez rapidamente querer sair dali de tão envergonhada. O que obviamente fiz para evitar qualquer outro tipo de pergunta constrangedora.

No meio do caminho esbarrei em Kokonoi que surpreso me pediu desculpas no mesmo instante que eu. Rimos da situação, toquei em seu pulso e o puxei para que fossemos a algum lugar isolado. Não sei o que estou pensando, mas qualquer coisa é melhor do que estar sozinha revirando o passado.

- Onde estamos indo ? - Levantou o cenho curioso

- Não sei, só quero estar perto de alguém mais normal possível

- Vem, sei para onde podemos ir - Deu uma risada nasal - Todos nós somos normais, com exceção do Haruchiyo e do Manjiro.

- As paredes tem ouvidos, Hajime - Fiz questão de levar o indicador até a boca pedindo para que ele fizesse silêncio. Acompanhei seus passos até onde ele nos levaria.

𝐂𝐈𝐓𝐘 𝐎𝐅 𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋𝐒 - BONTENOnde histórias criam vida. Descubra agora