Você tem um desejo?

Capítulo Dois: Será que o destino está ao meu favor?!

  Tem muitas coisas na vida que acontecem rapidamente que nem prestamos atenção em pequenos detalhes. Até ontem eu era um desempregado desesperado e do nada consegui uma vaga de emprego na empresa dos meus sonhos. E como consegui isso? Você não vai acreditar! Foi um mendigo que alega conceder desejo, isso mesmo um mendigo que parece ter poderes místicos ou algo do tipo, isso é bem bizarro. E agora terei que ajudá-lo a encontrar mais pessoas para que ele realize seus desejos. E como vou ajudá-lo? Não tenho a mínima ideia. Como havia me comprometido fui ao seu encontro, parecia mais um dia normal como qualquer outro, eu mesmo nem queria ir, mas como eu quero que esse mendigo realize mais um desejo meu tenho que cumprir com minha palavra. Chego à praça que estava vazia, eu olho para os lados para encontrá-lo, mas na verdade em nem o procurei e disse:

-Não tem ninguém e nem vejo o Abdon, eu vou é me mandar!

Quando me viro para ir embora, eu escuto:

-Ei rapaz pra onde você vai?

Droga! Não tinha como escapar, então logo virei e com um sorriso amarelo eu falo:

-Oi Abdon! Nem te vi aí.

Abdon se aproxima de mim com sua catinga e fala:

-Vi você chegando e nem me procurou.

Não tinha como dar desculpas, realmente nem o procurei. Abdon então fala:

-Vem aqui comigo.

  Eu o acompanho até a goiabeira, ele pega sua mochila, depois começa a pegar algumas goiabas do chão e coloca algumas na mochila. Fico olhando Abdon pegar as goiabas e olho para a goiabeira carregada e me pergunto: Por que ele não pega as goiabas do pé? Mas não vou perder tempo ao pensar nisso. Sendo educado ele me oferece uma de suas goiabas, logo me recuso. Depois que comeu umas quatro goiabas ele me diz:

-Rapaz venha comigo?

Começa a acompanha-lo, logo pergunto:

-Pra onde vamos?

Abdon olha para mim e fala:

-Centro de Osasco.

  Ele tá louco! Eu não vou para o Centro de Osasco com um mendigo, não quero passar vergonha. Sem perder tempo retruquei:

-Vou nada!

Abdon para de andar, então com um olhar serio ele pergunta:

-Por que você não vai?

Que treta! Não tinha como inventar algumas desculpa, e se eu falasse a verdade mostraria que não tenho comprometimento, estava muito envergonhado que não conseguia falar. Abdon se aproxima de mim e num tom sério fala:

-Se você quer que seu desejo seja realizado me acompanhe.

  Não relutei e o acompanhei e ainda por cima fui o caminho inteiro calado, na verdade não conseguia respirar muito bem por causa da sua catinga, por isso fiquei calado. Chegamos ao nosso destino que é o Calçadão de Osasco, o maior ponto de comercio da cidade, nós nos sentamos em banco perto do Plaza shopping, Abdon abre sua mochila e começa a comer uma goiaba e eu entediado vejo o grande fluxo de pessoas que andam apressadas, além disso, não posso esquecer as barracas de cachorro quente com sua grande diversidade de sabores, os vendedores ambulantes de água e refrigerante, os irritantes divulgadores que te puxam para lojas, os homens que ficam com as plaquinhas de advocacia, dentista e compra e venda de ouro que parecem que estão morrendo ao dizer: "Compro e vendo ouro!", e das irritantes pombas que domina o chão na procura de migalhas e sujam tudo que vê pela frente. Fluxo de pessoas é tão grande que me dava vertigem. Ficamos uns 30 minutos só olhando o movimento das pessoas, ainda bem que nesse dia estava nublado, alem disso Abdon comia suas goiabas, o tédio estava bem grande que comecei a refletir, por que aquelas pessoas andam tão apressadas e me perguntava se aquelas pessoas tem desejo, eu podia afirmar que cada uma delas tem seus desejos reprimidos pela vida moderna atarefada. Até que eu ouço uma voz familiar dizendo: